Nao Conto Detalhes e muito menos

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Sua luz, distante e pura, em meu céu,
Um farol que guia meu silêncio, meu véu.
Não ousarei chegar perto, nem tocar seu chão,
Pois a beleza que admiro não é para minha mão.
Você sorri, e o mundo inteiro se ilumina,
Em meu peito, uma flor que não se inclina.
Sou apenas uma sombra, na esquina da vida,
Amando uma estrela que nunca será atingida.
Eu a vejo passar, e o tempo para,
Seu perfume, a brisa suave que me abraça.
E em cada olhar que não é para mim,
Planto um amor que nunca terá um fim.
Não desejo a posse, não quero ser seu par,
Apenas a sorte de, de longe, poder amar.
Você é a poesia que nunca escreverei,
O sonho bonito que sempre sonharei.

Calunga da Alma: Umbanda em Versos Alquímicos


Não é só na guia, no atabaque ou no giro,
Mas na sombra que dança no fundo do respiro.
A Umbanda não vem só de folha ou raiz,
Vem do abismo do ser, onde o eu se infiltra e diz:


"Quebranta-me, Preto Velho, com teu cachimbo lento,
Desfia este novelo de falso sofrimento.
Mostra-me na kalunga do inconsciente fundo,
O Exu guardião do meu desejo infindo.


Eis que o terreiro é espelho: arquétipo em transe,
Jung e Lévi-Strauss no mesmo passo que dança.
Ogum desce no ferro da couraça quebrada,
Oxóssi flecha a angústia, caça a alma atordoada.


Iemanjá é o útero, o mar primordial,
Onde o ego se afoga num sal gélido e igual.
Ela lava na espuma o complexo enraizado,
O trauma cristalizado, o amor não realizado.


Oh, Pombagira gira no eixo da libido,
Desata o nó do gozo, do que foi reprimido.
Seu riso é catarse, seu gume é análise,
Desvelando na lama a mais pura promessa.


A magia? É símbolo que opera no osso,
Projeção transformada em axé, sangue e gozo.
O médium, o transe, não é Narciso ferido, é amparo
Enxergando no orixá seu duplo esquecido.


A cura não é fuga, é integração profunda:
O inconsciente coletivo que em santo se desfunda.
O ego se dissolve no ponto riscado no chão,
E renasce no corpo de luz, em comunhão.


É "Erzulie" no espelho quebrado da autoimagem,
Xangô julgando a culpa, cortando a ramagem
Do superego severo, da moral que oprime,
Restituindo o sujeito ao seu centro sem crime.


A Umbanda opera a grande sublimatio...
A pulsão devoradora, em caridade e ofício.
O desejo recalque, em gesto de dar,
O ódio ancestral, em perdão sem parar.


Não é magia menor, feitiço no escuro,
É "magnum opus" da alma no cadinho do futuro.
É a psique em procissão, arquétipo em terreiro,
Desfazendo o sintoma, curando o mundo inteiro.


No silêncio que ensurdece após o último ponto,
O eu, agora coletivo, perde seu contraponto.
A vida transformada? Não por mero milagre,
Mas porque a alma, enfim, aprendeu a ser ponte
Entre o abismo e o astral,
Entre o humano e o divino,
Entre a dor e o axé,
No terreiro, destino....

Veem-me cinzento.
Mas não é por falta de cor —
é por não pintarem devagar.

Não sou o que mostro.
Sou o que seguro para não cair.
O que calei para não ferir.
O que deixei por dizer
quando me disseram que já não havia tempo.

Aprendi a vestir sombras
com a dignidade de quem sabe
que até a noite tem camadas.

Ergui castelos no ar
com mapas rasgados.
Com linhas tortas, sim,
mas desenhadas com silêncio aceso.

Procurei luz sem a pedir.
Preferi arder por dentro
a que me apontassem o fogo.

E quando me disseram que o mundo era
preto ou branco,
guardei as cores no bolso.
Não para esconder —
mas para que alguém as quisesse ver.

Sou feito de todas as coisas
que não se veem à primeira.
De silêncios que gritam.
De memórias que ainda não aconteceram.
De palavras que nasceram antes da boca.

Não preciso de ser lido.
Mas se me lerem, que não me distorçam.
Procurem a cor, não as trevas.
As que tremem.
As que resistem.
As que sou.

A Maldição de Sariel

(à maneira de Kierkegaard)





Minha maldição não é visível aos olhos comuns,

porque não vive fora de mim,

mas no silêncio onde o homem encontra a si mesmo

e descobre que não pode escapar.





Sou condenado a perceber que a vida não me pertence —

ela apenas me atravessa,

como um vento frio que corta e não se deixa segurar.





Sinto o peso do eterno no instante,

o peso de Deus no olhar humano,

o peso da ausência onde deveria haver consolo.





E, enquanto outros caminham distraídos,

eu caminho acordado demais,

ferido demais,

amando demais.





Não sei se isso é dádiva ou castigo,

mas sei que não há cura.

Porque aquele que vê o fundo do poço

já não consegue fingir que só existe a superfície.

Juramento da Maldição

por Sariel Oliveira





Juro diante do silêncio eterno que não serei cego.

Que verei o que a noite esconde

e ouvirei o que o mundo não suporta dizer.





Aceito a solidão como testemunha,

o peso da lucidez como cruz,

e a ferida que nunca fecha como parte do meu ser.





Não fugirei da dor —

antes, a acolherei como velha companheira,

pois ela me lembra que estou vivo

num mundo que vive dormindo.





Se esta é a maldição que me coube,

que assim seja.

Carregarei seus sinais até que o pó me reclame,

e, ainda então,

que minhas cinzas sussurrem ao vento

o que poucos tiveram coragem de ouvir.

Manhãs não acordadas


Hoje eu acordei.
Acordei em mais uma manhã de céu nublado,
com as luzes embaçadas
pelas nuvens que cobrem todo o céu.


Hoje eu acordei.
Diferente de outras manhãs,
em que durmo acordado de olhos abertos,
vendados pelo vazio,
cobertos pelo nada
e preenchidos pelos vasos quebrados,
sem flor.


Hoje eu acordei.
Acordei sonhando com a vida
que mato todos os dias
ao não levantar da cama.


Parado,
cansado,
paralisado por mim,
em mim,
dentro de mim.


Esse sou eu?
Ou o eu já foi embora
nessa manhã
em que levantei?

Há um vinho perdido, soterrado num fiapo de névoa fora da criação.
Não é uva, não é sangue é memória de um tempo anterior ao tempo.
Os astrólogos disseram que quem o encontrar sentirá o gosto de tudo que já foi sentido.
E também o que jamais deveria ser.

Os reinos em guerra não o buscam por sede, mas por fome de trono.
Querem o cálice, não o conteúdo.
Querem ser os que ditam o silêncio.
Não beberão, mas farão com que outros se curvem ao aroma.

Não discuta com idiotas, pois eles são tão bons nisso que acabarão vencendo por desistência. Parafraseando Mark Twain
Os idiotas são como pombos: primeiro, derrubam as peças, cagam nos tabuleiros e, como se estivessem cantando para subir, estufam o peito e arrulhando, então alçam voo para cagar novamente — só que desta vez nas nossas cabeças.

Querer
Eu só queria que o mundo fosse mais abundante, não dá a prosperidade material, pois isso é inegável, mas sim de uma leveza de uma clareza, uma lucidez que o fizesse mais sublime, que cada sonho de magnanimidade fossem empreedidos...
O meu seria a profundidade das palavras onde a alma de cada um, sobrepor-se as questões inerentes a subterfúgios.
Leveza não constrangimento suavidade não sofrimento... Onde enfim, não seria mais o querer...Particularizadamente viver...

Entre flores e tempestades — Touro

Teimoso como raiz que não se solta da terra,
Firme como o tronco que encara o vento.
No teu peito mora a calma do campo,
Mas também a força bruta da enxurrada.




Tens o dom da paciência — regas os sonhos devagar,
Colhes frutos doces porque soubes-te esperar.
És leal, és chão, és porto seguro,
Abraço que aquece e não solta fácil.




Mas… oh, Touro, quando decides não ceder,
O mundo pode gritar — e tu, seguirás mudo.
A mesma força que constrói, pode prender;
A mesma vontade de proteger, sufoca.




Amas o belo — aromas, sabores, toques,
Vives a vida como banquete eterno.
Mas às vezes te perdes no excesso,
Guardando o que já não cabe nas mãos.




És terra fértil, mas não és pedra imóvel:
Dentro de ti, um jardim floresce e luta.
Virtude e defeito, tão juntos, tão teus,
E é nesse contraste que Touro é… Touro.

Não se espreme pra caber onde Deus nunca te pediu pra ficar.
Tem espaços que parecem bonitos, mas exigem que você encolha a alma pra entrar.
E isso não é amor, não é cuidado, não é d’Ele.




O que vem de Deus te abraça por inteiro.
Não corta suas asas, não apaga sua luz,
não pede pra você se perder pra ser aceita.




Vai onde sua presença pode ser inteira.
É lá que a graça floresce.




— Edna de Andrade
@coisasqueeusei.edna

Coração Traiçoeiro


Hoje eu te contei
que estava apaixonada por você
não era pra ter te falado
não era pra ter te contado
mas eu abri a boca e falei
soltando o que meu coração pedia


Eu não respirei no momento
fui fraca
a razão mandou eu me calar
mas eu escutei o coração


Meu coração traiçoeiro
fazendo pegadinhas comigo
não quero viver assim
me entregar e ouvir "não quero nada sério"


Eu sei se aparecer outra pessoa mais interessante
e que ela goste
ela vai ficar com a pessoa
vai assumir nos quatro cantos do Brasil
e irá assumir relacionamento em menos tempo do que eu possa imaginar


Agora eu sei que sou um estepe momentâneo
e não posso te culpar
Você avisou eu não quis escutar
Mas eu gostaria de dizer que
Você perde uma pessoa incrível
que faria de tudo por você
que queria estar ao seu lado
e jamais te trairia ou quebraria sua confiança


Hoje enfim entrou no meu coração
minha razão entendeu
não é você
não pode ser
não basta eu querer
as duas têm que estar de comum acordo pra acontecer


Se só uma quer e a outra não
não adianta
melhor me prevenir
guardar os sentimentos
viver, só pra mim


Desculpa se te assustei
com minha imensidão
desculpa se fui intensa demais


Recolho minha insignificância
saio de onde não posso ter paz.

APARECIDA


Eu vou contar a história
Que o meu compadre contou
Eu não sei se é verdade
Ou foi ele que sonhou
Na província de São Paulo
Lá pras bandas do interior
Tinha um rico fazendeiro
Só que era malfeitor


Além da grande fazenda
Era um grande escravagista
Tinha uma bela escrava
Pivô da sua conquista
Por não ceder seus caprichos
O homem tirano e frio
Mandou cortar-lhe a cabeça
E jogar dentro do rio


O corpo da bela escrava
Dentro do rio afundou
Com a friagem da água
Seu corpo petrificou
Foi descendo rio abaixo
E numa curva parou
Até que um dia caiu
Na rede de um pescador


Foi aí que os escravos
Aquela gente sofrida
Construíram uma capela
Pra aquela imagem querida
Onde fazia orações
Ao Eterno Deus da vida
Pois aquela bela escrava
Se chamava Aparecida


Francisco Garbosi

Me doeu fortemente te ver nesse estado. Mas me doeu, ainda mais, não conseguir fazer nada para te ajudar. E vai me doer, ainda mais, não conseguir te salvar. Me perdoe, princesa. Eu não fui aquele que te fez a mulher mais feliz do mundo. Pelo contrário, eu fui aquele que tentou e te viu se desfazer com o tempo, como um lírio perdendo suas pétalas.


E pensar que nunca te olhei nos olhos. Nunca sequer coloquei minhas mãos sobre as suas. Nunca sequer te abracei levemente e menos ainda com toda a minha força... E pensar que nunca vou ser capaz de te dizer que te amo, te olhando nos olhos, acariciando o seu rosto, com lágrimas escorrendo pelo meu.


Se, ao menos, eu tivesse a menor das chances de voltar no tempo e impedir o meu eu de te permitir sair dos meus braços, apenas para que talvez eu tivesse a menor das chances de te salvar para sempre... Eu faria qualquer coisa para te fazer sorrir e te fazer sentir alegria apenas por estar viva. Deus sabe o quanto me culpo amargamente por ter te permitido ir.


Eu não quero morrer, mas viver sem você é como se eu nem mais estivesse vivo para ter o privilégio da morte.


Você terá sempre o seu lugar em meu coração, no mesmo trono em que eu havia te acomodado, na primeira vez que te amei, minha princesa, minha rainha, minha majestade, minha vida, minha pequena... meu tudo.

A vida cansa, morrer é descanso eterno.
Trabalhar é ruim, não ter como sustentar-se é doloroso.
Sua casa mesmo com goteiras ainda é a casa dos sonhos de alguém que não tem teto.
Saiu de algum lugar que pode voltar, lembre-se de levar a chave ou deixar aberto, mas se não tem a intenção de retorno, feche e não olhe pra trás!
Ninguém rouba casa vazia, portanto não deixe de cuidar daquilo que ama.
Para uns isso é sua conta bancária, para outros é apenas quem está ao seu lado, e isso basta!

Sabe, faz tempo que parei para escrever, não é falta de vontade, nem por não ter o que dizer, só não tinha entendido ainda o que sinto por você.


É uma mistura, de certeza com ansiedade é como se enxergasse com clareza mas não entendesse a paisagem, como estar diante da realeza e não perceber a majestade.


Sim, coração tá assim, batendo com outra frequência, algo mudou em mim e veio com muita potência, energia que não tem fim vida da fonte da existência


Você me conquistou, talvez sem nem mesmo tentar, você é meu futuro, o meu porto seguro, a praia do meu mar, meu barco navega no escuro ciente de onde vai chegar


11/08/25

"Acredite em si mesmo! Você é capaz de superar qualquer obstáculo e alcançar seus sonhos. Não desista, não pare, não se renda. Você é forte, você é resiliente, você é incrível! 💪🔥
Não espere muito das pessoas você 🫵🏻 é o seu maior foco viva por você
E não para agradar a ninguém agrade a si mesmo..

Falar é como pensar,
Surge mas não sai
E se não sair,
Se vai com o vento
Que sopra arrastando a voz de quem quer falar,
No meio dos outros
Enquanto um se perde com sua voz,
Os outros falam e falam
Confundindo cada vez mais,
Quem não consegue falar
Fazendo com que trema, pense e reflita: "Sou um mudinho"
Quem me dera que o mudinho pudesse ter sua voz de volta,
Para falar sem medo enfim


- Mudinho

Não tenha medo — o Criador está ao seu lado.
Não se assuste — Ele é a sua força e o seu sustento.
Resiliência é caminhar mesmo quando os ventos sopram contra.
Não é ausência de medo, mas certeza de que Deus sustenta.
Ele não abandona, Ele fortalece.
E quando as pernas já não aguentam, a mão d’Ele te levanta.

Arquitetura de um Amor que Nunca Existiu


A dor nasce onde o silêncio é mais profundo
não como um grito, mas como um eco que nunca encontra paredes
e se espalha pelo corpo como uma febre que não arde
mas consome
um amor que nunca existiu
e ainda assim
me afoga.


No espaço vazio entre dois olhares que nunca se cruzaram
existe um universo colapsado em si mesmo
um peso invisível que prende os pulmões
e torna cada respiração um ato de resistência
eu bebo a ausência como quem bebe veneno
sabendo que é a única água que resta
e o gosto é de eternidade amarga.


A solidão é um animal faminto que dorme ao meu lado
sonha com pedaços do que sou
e acorda todos os dias para me devorar um pouco mais
há noites em que o teto é um céu sem estrelas
e mesmo assim olho para cima
como se pudesse ver teu rosto nas sombras
como se o impossível fosse apenas uma questão de fé
como se amar fosse um crime que escolhi cometer.


E quando penso que a dor não pode mais crescer
ela encontra um novo nome para si
e o chama de saudade do que nunca foi
saudade que constrói ruínas no meu peito
ruínas que cortam os pés de quem tenta atravessá-las
ruínas que ainda ardem como se o incêndio fosse ontem
e que me obrigam a morar no meio dos escombros.


O tempo passa e não traz alívio
apenas organiza a dor em camadas
cada lembrança inventada repousa sobre outra
como tijolos de uma casa que nunca existiu
e mesmo assim é minha morada
um abrigo de vento e sombra
onde minha pele é mapa
e cada veia um caminho que leva de volta à falta.


Há dias em que não sei se amo a ausência ou o que ela representa
se é você ou a ideia de você que me mantém vivo
porque até o vazio tem forma quando se insiste nele
até o nada pode ser abraçado se a noite for longa o bastante
e na arquitetura desse amor inexistente
sou ao mesmo tempo construtor e ruína
prisioneiro e guardião
morto e sobrevivente.