Nao Acabou pra Mim

Fumo

Longe de ti são ermos os caminhos
Longe de ti não há luar nem rosas
Longe de ti há noites silenciosas
Há dias sem calor, beirais sem ninhos

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas
Abertos sonham mãos cariciosas
Tuas mãos doces, plenas de carinho

Os dias são outonos: choram, choram
Há crisântemos roxos que descoram
Há murmúrios dolentes de segredo
Invoco o nosso sonho, entendo os braços

e é ele oh meu amor, pelos espaços
fumo leve que foge entre os meus dedos.

Onde o espírito não teme, a fronte não se curva.

É sempre assim. Morre-se. Não se compreende nada. Nunca se tem tempo de aprender. Envolvem-nos no jogo. Ensinam-nos as regras e à primeira falta matam-nos.

A minha liberdade não deve procurar captar o ser, mas desvendá-lo.

Miserável país aquele que não tem heróis. Miserável país aquele que precisa de heróis.

O crime de pensar não implica a morte. O crime de pensar é a própria morte.

Em princípio, não há nada que as mães desejem mais para os filhos do que vê-los casados, mas nunca aprovam as mulheres que eles escolhem.

Há males de que não se deve buscar a cura, porque só eles nos protegem contra males mais graves.

Não há beleza perfeita que não contenha algo de estranho nas suas proporções.

Muitos homens, como as crianças, querem uma coisa, mas não as suas consequências.

A gratidão é um fruto de grande cultura; não se encontra entre gente vulgar.

O poeta é como o príncipe das nuvens. As suas asas de gigante não o deixam caminhar.

Quem é temido, teme: não pode ficar tranquilo quem é objecto do medo alheio.

Não rir, nem lamentar-se, nem odiar mas compreender.

Algumas pessoas estão fazendo uma preparação tão minuciosa para os dias de chuva que eles não estão aproveitando o brilho do sol de hoje.

Quem se torna senhor de uma cidade habituada a viver em liberdade e não a destrói, espera para ser destruído por ela.

Não merece o doce quem não experimentou o amargo.

Nunca usei bombacha, não gosto de chimarrão e nem de me lembrar da última vez que subi num cavalo. Aliás, o cavalo também não gosta.

O progresso dá-nos tanta coisa que não nos sobra nada nem para pedir, nem para desejar, nem para jogar fora.

A sabedoria não pode ser transmitida. A sabedoria que um sábio tenta transmitir soa mais como loucura.