Mundo
Eu sou sim a pessoa que (...) acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo a tudo e a todos. Eu queria ser legal, ser boa, ser leve. Mas dá realmente pra ser assim?
O mundo e o homem são seletivos. Só querem se identificar com figuras-modelos, padrões, superdotados, porque é difícil suportar qualquer relação sem admiração.
Se um dia tiveres de escolher entre o Amor e o mundo, saibas que, se escolher o mundo ficarás sem o Amor mas se escolheres o AMOR com ele conquistarás o mundo.
O mundo é o que você enxerga, mas principalmente o que você quer enxergar e o que você quer fazer dele...
O mundo meu é pequeno, Senhor.
Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latas
maravilhosas.
Seu olho exagera o azul.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas
com aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os
besouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverter
os ocasos.
“ – Marco Polo, o mundo em que você vive é um teatro. As pessoas freqüentemente representam. Elas se observam o tempo todo, esperando comportamentos previsíveis. Observam gestos, suas roupas, suas palavras. A liberdade é uma utopia. A espontaneidade morreu.
Marco Polo jamais pensou que poderia encontrar sabedoria num maltrapilho. Recordou a primeira aula de anatomia, as palavras preconceituosas do seu professor, da psicóloga e da assistente social. Percebeu como somos superficiais ao julgar pessoas diferentes. Compreendeu a própria superficialidade.”
(O futuro da Humanidade - Página: 28)
Quanto mais louco fica o mundo, mais espaço eu tenho para ser louca e parecer normal. Isso não é bom?
A valsa é a primeira dança do mundo; pelo menos é a única dança em que há poesia.
Não existe nada estável no mundo; tumulto é sua única melodia.
(...) e vou definitivamente ao encontro de um mundo que está dentro de mim, eu que escrevo para me livrar da carga difícil de uma pessoa ser ela mesma.
Em cada palavra pulsa um coração. Escrever é tal procura de íntima veracidade de vida. Vida que me perturba e deixa o meu próprio coração trêmulo sofrendo a incalculável, dor que parece ser necessária ao meu amadurecimento – amadurecimento? Até agora vivi sem ele!
É. Mas parece que chegou o instante de aceitar em cheio a misteriosa vida dos que um dia vão morrer. Tenho que começar por aceitar-me e não sentir o horror punitivo de cada vez que eu caio, pois quando eu caio a raça humana em mim também cai. Aceitar-me plenamente? é uma violentação de minha vida. Cada mudança, cada projeto novo causa espanto: meu coração está espantado. É por isso que toda a minha palavra tem um coração onde circula sangue.
Tudo o que aqui escrevo é forjado no meu silêncio e na penumbra. Vejo pouco, ouço quase nada. Mergulho enfim em mim até o nascedouro do espírito que me habita. Minha nascente é obscura. Estou escrevendo porque não sei o que fazer de mim. Quer dizer: não sei o que fazer com meu espírito. O corpo informa muito. Mas eu desconheço as leis do espírito: ele vagueia. Meu pensamento, com a enunciação das palavras mentalmente brotando, sem depois eu falar ou escrever – esse meu pensamento de palavras é precedido por uma instantânea visão, sem palavras, do pensamento – palavra que se seguirá, quase imediatamente – diferença espacial de menos de um milímetro.
Todo mundo quer uma vida feliz sem dificuldades ou sofrimento. Criamos muitos dos problemas que enfrentamos. Ninguém intencionalmente cria problemas, mas nós tendemos a ser escravos para poderosas emoções como a raiva, o ódio e o apego que baseiam-se em projeções erradas sobre as pessoas e coisas. Temos de encontrar maneiras de reduzir essas emoções eliminando a ignorância que os sustenta e aplicar forças opostas.