Mulher Moderna

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Para chegar à posição de hoje, muito lutou a mulher para vencer conceitos e preconceitos que ficaram para trás, mas muita coisa ainda precisa ser feita...
Ósculos e amplexos,
Marcial

REAPRESENTO A MULHER MODERNA
Marcial Salaverry

Coisa interessante vem acontecendo no chamado "mundo feminino". Aquelas criaturas submissas de algumas décadas atrás, iniciaram uma reação espantosa, em defesa de seus direitos, e assim surge a figura da mulher moderna, independente, lutadora, que nada tem a ver com a figura feminina da primeira metade do século passado, sempre submissa à autoridade absoluta do macho dominante.

Para conseguir essa reação, tiveram de passar por muitas lutas, muitas contrariedades. Muitos preconceitos tiveram que ser vencidos. Tiveram de dar murros em ponta de faca, e portanto, as jovens de hoje, que estão atingindo um ponto quase ideal nessa conquista feminina, devem saber olhar para trás, e reverenciar a figura das primeiras lutadoras. Vejam como era a vida de uma dessas pioneiras, cujo "crime" era querer trabalhar fora para auxiliar no orçamento familiar. Queriam, simplesmente adquirir aqueles eletrodomésticos que iriam facilitar a vida no lar, e o preconceito machista queria tolher essas iniciativas, pois eles não queriam perder a posição de "chefe supremo", que consideravam como "direito adquirido".

Tentem acompanhar o dia a dia de uma mulher moderna, dos anos 60, até o inicio dos anos 90, para poder analisar melhor, o que era "Ser Mulher Moderna", nessa época.
Tal acompanhamento era meio impossível, pois geralmente a mulher se subdividia em tantas, exercendo tarefas tão diversificadas, que se tornava cansativo acompanhá-las.
Tentem imaginar. Coloquem-se na época. Para quem pertenceu a essa geração, é fácil lembrar-se:
Levantar, e fazer os filhos também se levantarem. Preparar café da manhã para uma turma sempre atrasada, e que tem de fazer tudo correndo. Depois, levar filhos para a escola. Voltar correndo para casa, e "dar um tapa" na limpeza, porque tem que sair voando para o escritório onde trabalha, porque tem que "arredondar" o orçamento familiar. Chega a hora do almoço, tem que ir "a jato", pois antes de ir para casa e preparar o almoço, ainda tem que buscar as crianças. Tem que improvisar rapidamente algo para comer, e de novo sair "voando", porque antes de voltar para o emprego, ainda sempre tem que levar alguém para algum lugar. Isso, se não tiver que dar um atendimento porque um dos filhos se machucou na escola, e requer um curativo.

Depois de uma "tranquila" tarde no trabalho, tem que sair em disparada, porque tem que ir pegar aquele alguém que ficou em algum lugar. Aí, vai para casa. Beleza. Pode descansar o resto da noite. Sim, mas antes tem que fazer a janta, ver se aquele machucado sarou, atender o outro que está com dor de dentes, e, lógico, preparar o aperitivo do marido que voltou do trabalho, e exige atendimento da consorte (será com...sorte mesmo?).

Finalmente, pode ver sua novela e descansar... Sim, depois de lavar a louça, colocar a roupa suja na máquina de lavar, e mais alguma coisinha que aparece. Aí, vai assistir sua novela sossegadamente, só que nos comerciais tem sair correndo para tirar a roupa da máquina, estender no varal, mas não é só, pois ainda restam ainda algumas pequenas tarefas, quais sejam: botar as crianças para tomar banho, colocá-las na cama, separar os irmãos que sempre começam a brigar. Aí, exausta, prepara-se para uma bela e reparadora noite de sono, só interrompida umas quantas vezes, para ver porque um filho está tossindo, ver o outro que fez xixi na cama. E quando tenta finalmente dormir, o marido está roncando do lado. É mole, ou quer mais?

Vocês notaram quantas profissões a mulher exerce? Anotem: Nutricionista, Conselheira, Cozinheira, Copeira, Encarregada do Setor de Limpeza (faxineira), Diplomata, Enfermeira, Professora, Motorista, Médica, Psicóloga, e tem mais, só que não lembro agora...
O argumento na época dizia que, já que as mulheres queriam ter igualdade de direitos, também deveriam ter igualdade de deveres.
Só que a coisa ficou meio desigual, pois, além de trabalhar fora, como elas desejavam, também continuavam com suas antigas obrigações de donas de casa, totalmente "imexíveis",porque eles nem sequer cogitavam a idéia de auxiliar alguma coisa em casa...
Ou seja, quer trabalhar fora, vai, mas tem que continuar cuidando da casa e de todas suas "obrigações". Isso, porque ainda persistia aquele famoso ranço machista que a maioria dos maridos adotava, o famoso :" Mulher minha não trabalha fora". O famoso conceito do "mulher minha não pode isso ou aquilo". Algo que sempre doeu nos ouvidos de homens de bom senso que não pensavam assim...

Claro que as coisas tinham que mudar. Para tanto elas tiveram que juntar forças, e continuar a disputar palmo a palmo seu espaço no mercado de trabalho, sempre tendo que enfrentar o preconceito masculino. Tiveram que começar a "matar um leão por dia".
Quando mostraram claramente que seu salário era importante para a composição do orçamento familiar, tiveram condições de exigir a contratação de empregadas, para substitui-las nas funções domésticas. E a briga continuava, como veremos mais adiante...

E apesar disso, ainda poderiam ter UM LINDO DIA, algo que lhes é devido desde que o mundo é mundo...

Inserida por Marcial1Salaverry

Continuando a Parte Um, entendemos que para chegar à posição de hoje, muito lutou a mulher para vencer conceitos e preconceitos que ficaram para trás, mas muita coisa ainda precisa ser feita...
Ósculos e amplexos,
Marcial

REAPRESENTO A MULHER MODERNA - PARTE DOIS
Marcial Salaverry

Lembrando de que nossas heroínas começaram a luta, e logicamente resolveram ir até o fim, malgrado a oposição encontrada quase generalizada, inclusive mesmo de mulheres, que não concordavam que se tentasse mudar aquele estado de coisas.
Acontece que seus pais, irmãos, maridos, namorados, certamente criticavam toda e qualquer tentativa de conseguir alguma coisa. Eram boicotadas nas Faculdades ditas de "coisas de homem", como Engenharia, Direito, Medicina. Sempre eram direcionadas para Economia Doméstica, Belas Artes, Magistério, Música, enfim. o que era considerado como "coisas de mulher".

Apesar dos boicotes, contra tudo e contra todos, foram à luta. E foram conquistando seus espaços. Mas tinham que matar aquele leão diário, e para conquistar seu lugar no mercado de trabalho, tinham que mostrar muita competência, e assim, muitas desistiram, mas a semente da revolta estava germinada.
Começaram a "briga" doméstica, tentando conseguir melhores condições dentro de seus lares, pois devido ao acúmulo de funções, sentiam a necessidade de contratar empregadas. Os salários que ganhavam cobriam bem as despesas extras que vinham surgindo.

Muitas tiveram êxito, pois contaram com a compreensão de seus companheiros que, tendo uma visão mais aberta do que a maioria, começaram a dividir responsabilidades, abrindo diálogo amistoso, dividindo funções dentro de casa, e aceitando que as esposas também poderiam ter competência para cuidar de muitas coisas que a maioria dos homens queria manter intocáveis.
E essas mulheres, em sua maioria, mostraram que realmente "tinham algo a dizer". Começaram a mostrar no mercado de trabalho, que poderiam disputar postos com igual competência e eficiência do que os homens, e que as restrições absurdas não tinham porque continuar.

Mas nem todas tiveram a mesma sorte. Uma grande maioria continuava completamente castrada em seus direitos mais comezinhos.
Por incrível que possa parecer, conheci diversos casos, em que os maridos sequer permitiam que as esposas assinassem cheques. Que dirigissem carro, então, nem pensar. Prevalecia a famosa expressão que muitos enchiam o peito para dizer: Mulher minha é para cuidar de casa". Essa expressão, "Mulher Minha", nunca consegui digerir, sempre discuti muito por causa disso, inclusive com meus irmãos mais velhos...

A situação era tão esdrúxula que, por incrível que possa parecer, na década de 60, uma mulher casada somente poderia viajar sozinha de uma cidade para outra, com autorização escrita do marido. Juro que é verdade.

Claro que essas divergências domésticas começaram a trazer consequencias, pois as mulheres queriam porque queriam fazer valer os direitos conquistados. Começaram a chegar à conclusão de que a máxima que sempre gerira suas vidas, o famoso: "Ruim com ele, pior sem ele", não expressava a realidade.
Se elas estavam conseguindo trabalhar fora, começavam a ser bem sucedidas em seus empregos, por que deveriam continuar sendo subjugadas em seus lares?
Tendo provado sua capacidade, mostrando ter condições de sobrevivência, muitas muniram-se de coragem, e puseram fim a casamentos castradores, querendo mostrar que realmente tinham condições de viver por sua conta e risco.

Só que começaram a enfrentar outro problema sério, o da discriminação que começou a ser feito, na época, à "mulher separada". Era discriminada por suas amigas ainda casadas, que temiam por seus maridos. Os homens, por sua vez, julgavam-nas "disponíveis" . Por ser "mulher sozinha" toparia sempre qualquer parada. Pelo menos essa era a idéia...
Realmente, a coisa ficou um pouco mais complicada, ainda mais que muitas vezes, eram perseguidas pelos "ex", que se achavam no incrível direito de vigiar seus passos para ver se não "prevaricava".

Só mais recentemente esta situação começou a se modificar, com as mulheres separadas e sozinhas, sendo encaradas como "pessoas normais", e não como "Mulheres a beira de um ataque de nervos", desesperadas para conseguir alguma companhia masculina.
Claro que, como qualquer pessoa normal, gostam e procuram companhia, mas, devido à experiência adquirida em vivências anteriores, tornam-se naturalmente seletivas, não desejando estar com alguém só para fugir da solidão, mas sim por acreditar que aquela companhia lhe poderá ser agradável.

Podendo assim, ter seu LINDO DIA, e que poderiam gerir sua vida como melhor lhe aprouvesse, sempre em busca da desejada felicidade...

Inserida por Marcial1Salaverry

⁠A mulher no mundo contemporâneo quer ser independente longe das relações tradicionais, quer ter um filho e busca incoerentemente um pai mas para ela. Não quer um homem par que discorde de suas atitudes. Quer se sentir certa e feliz por suas decisões.

Inserida por ricardovbarradas