Mudar de Cidade
Mendigo não é lixo. Há um Cristo em cada um deles que se veem nas ruas da cidade e corre sangue nas artérias da luz e nas roupas da caridade. Seja mais solidário.
O Nascimento da Cidade
Uma das muitas lendas conta que o apóstolo Tiago vai até a província romana de Hispania, levar o evangelho. Mais tarde, retorna a Jerusalém, onde é decapitado.
Dois de seus discípulos, Atanásio e Teodoro, colocam seus restos mortais em um barco sem leme, e partem em direção ao mar revolto, sendo guiados apenas pelas correntes marítimas. Terminam dando no mesmo local onde antes Tiago estivera pregando a palavra de Jesus. Os discípulos enterram seu corpo ali. O tempo passa, até que um pastor, chamado Pelayo, vê durante muitos dias
uma chuva de estrelas em um campo. Guiado por esta chuva, encontram ruínas de três tumbas – de Tiago e de seus dois discípulos. O rei Alfonso II manda erigir uma capela no local, “Campus Stellae” (Campo da Estrela), e as peregrinações começam. O nome latino vai aos poucos mudando, até transformar-se em Compostela.
"Quero tanto esbarrar com você em alguma esquina qualquer das milhares de ruas dessa cidade, te contar o que se passa e como as coisas podem ser. Mas me calo, enquanto o coração manda dizer que eu te amo. Seguro meu coração desesperado, dobro, guardo no bolso, e tento agir com a pouca sanidade que ainda me resta."
Não é a cidade
é você
hoje ali é aqui
num voo só
tudo rápido
e rasteiro
certeiro como flecha
direto como pensamento
assim não há desculpa para dizer
que não se vai
nem vem
vai e vem
a pé ou de trem
vá e venha
se atenha
ou passe a outro a senha
e vire história.
"" Desceu a lama
e junto desceu a dignidade
a felicidade
a cidade
só ficou barro e calamidade
diante de tanta tristeza e dor
que não falte solidariedade
que não falte amor...""
" sob o telhado, leopardo urbano mia de amor
a cidade dorme, o caos dá um tempo
solidão acorda o poeta
que acostumado torce para que o romance dê certo
mas parece que ela, hoje não quer
resignado,vaga pelos muros
cantando, madrugada afora
sua triste canção...
Há de ser feliz
contra tudo e contra todos
porque felicidade é uma cidade
onde vive quem quer e aprende
dissolver qualquer tristeza
e ver na vida a beleza
mesmo que algum espelho, diga que não...
Curitiba
“” Ouço o ecoar e o sinto o cheiro de minha cidade
Chego perto e ainda é pouco o que habita a alma
Normalmente, um coro de pássaros me acompanha
Nessa bela casta e pacata urbe
Ventos calmos acariciam a chegada
Mesmo assim desperto. Já é madrugada
Assim rompe a aurora
Reluzindo vida que há lá fora
Pinheirais despontam na mata
Colossais verdes em perfeita evolução
Coragem de botas apertadas
Redefinem o amor no coração
Sou do sul sou do lugar
Sou da lida do luar
Onde as aves cantam pra vida
Sou cheio de amor por ti
Curitiba...””
“” Em uma cidade de papel
Nossa história
Ainda é página em branco
Nas ruas delimitadas por linhas
Tortas ou não, rabiscam.
Ditadas pelo destino
Poemas serão
Quem sabe a dor sufoque a alma
Até conhecer o amor
No desenho do nosso coração...””
A professora que não mordia
Lá, numa pequena cidade no Sul do país, num minúsculo bairro, em uma escola miúda,com um pequeno número de professores, com pouquíssimos recursos, uma professora brava, sempre irritada; cansada de seu trabalho, desgastada pela carga que há anos lhe pesa sobre os ombros.
Por causa do desgaste ela sempre desconta a sua ira em alguém. Hoje a vítima foi a merendeira. Dona Nilda, como é chamada a professora, queria uma xícara para beber café.
Como já se sentia postergada quanto ao horário de ir à sala, proferiu seus impropérios, e, com palavras que não consigo escrever, porque estão todas no aumentativo, maltratou a coitadinha da Dirce. Depois pediu desculpas, disse que estava nervosa. Mas todos sabem que ela o faz rotineiramente. Ela sempre maltrata as pessoas e depois dá uma de vítima. Aí vem e pede desculpas, e age como se nada tivesse acontecido.
Hoje ela ultrapassou os limites. Sempre me dói muito observar a forma que ela trata aquele menino lá do outro canto da sala; ela grita muito com ele, de forma agressiva, embora seja muito quieto. Hoje ela perdeu toda a paciência, e, quando eu olhei para o menino, ele estava vermelho, parecia um pimentão, os cabelos arrepiados de tanto ele mesmo puxar. Os gritos da professora Nilda ecoavam por toda a escola, e, a cada grito eu sentia mais medo, imaginava-me no lugar daquele menino, que já tinha dificuldade quanto a assimilação, e
com os gritos, tenho certeza que os ecos não o permitem dormir. Na hora eu tremia todo, temia que um daqueles gritos passasse perto de mim, afinal, até agora tenho visto a impaciência da professora, e imagino que, caso eu erre, ela não pensará duas vezes antes de gritar perto dos meus ouvidos.
Eu nunca falei com ela, nunca ousei encará-la. Meu medo nunca permitiu. Na hora de ir ao banheiro, sempre espero por um descuido dela, saio de fininho, corro parecendo um fugitivo policial, fico em silêncio pelo corredor para não chamar a atenção de ninguém, infelizmente não tenho um amigo que me dê cobertura enquanto fujo. No retorno, venho em silêncio, espero por um novo descuido, e entro para o meu lugar, como se nada tivesse acontecido.
Nessa hora, geralmente ela está de costas. Ainda bem que não usa óculos. Não há riscos de me ver refletido nas lentes. Hoje ela está terrível, e eu, apertado. Os gritos dela não cessam. Em um momento de tensão ela deu um murro na mesa, e xingou alguém. Eu não sei a quem, mas ouvi, ela xingou!
Esperei o descuido, não aguentava mais. A necessidade de ir ao banheiro era muito grande. Então, preparei-me para fazer-me um ninja. E ela começou a escrever no quadro.
Chegou a hora de agir. Mas ao chegar na porta os braços dela, enormes, me alcançaram, me seguraram na altura dos cotovelos.
-Opa!!! Onde o senhor pensa que vai?- Ela perguntou olhando nos meus olhos, eu, pela primeira vez na vida olhei para ela.
-Vou ao banheiro. Respondi com voz quase inaudível. -Ao que ela me disse:
- Precisa pedir. Não há que ter medo. Dessa vez você vai, mas na próxima vez terá que falar comigo, eu não mordo...
Olhei bem, e pensei comigo:- Só falta morder agora; se está difícil aguentar os gritos, imagine uma mordida.
Dispenso sentir saudade;
Prefiro o amor perto;
Quero andar na cidade;
E ver teu sorriso aberto.
O calor da estação;
Anuncia que virão flores;
Ainda antes do verão;
Florescerão os amores.
O mundo corporativo é como um Motoboy nas ruas da cidade de São Paulo, enquanto uns avisam que a sua porta esta aberta, outros chutam o seu retrovisor.
Um dia desses vou à Itália.Vou à cidade de Assis comprar um machado. Hei de trazê lo! Então direi: - É Machado de Assis!
Retorno com emoção à cidade de Cajazeiras que resplandece a beleza que nunca se desfaz, rever o Príncipe da Paz com louvor e gratidão, é um típico caso de amor, que guardo no coração.
E da janela de seu quarto esfumaçado,
A menina ucraniana via mísseis a cintilar sua cidade.
E sorria, pois não sabia que a morte também brilhava,
E ficava a sonhar, estrelas cadentes a se lançar ao mar.
E depois mais nada, nem estrelas, nem sonhos e nem mar,
E tudo virou história novamente...
Mateus 5.14 | ARC
"14Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; "
A luz só ilumina um lugar se ela estiver no alto. Embaixo de uma cama, ela só vai clarear lá, mas se estiver no alto de um móvel, ela iluminará o quarto todo. Você é luz! Use a sua luz para iluminar outras vidas. Não se esconda porque existem pessoas precisando de uma luz.
Você percebe a decadência de uma cidade quando nem o relógio e os sinos da igreja funcionam mais...
Mesmo na tecnologia da cidade, em qualquer idade, quem nasceu no sertão vai sempre se lembrar do privilegio e a felicidade de amar sob a luz do luar.
A flor doméstica perfuma a cidade, a flor silvestre os campos do sertão, a nossa amizade é a flor que perfuma o nosso coração.
