Muda que quando a Gente Muda
VESTIDO DE SORTE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Quando a vi com aquele vestido simplório, sem nenhum detalhe atraente, mal consegui acreditar que o comprara, depois de nos encontrarmos casualmente na lojinha de um shopping center. Ela estava em dúvida sobre comprar aquele vestido e outro que, segundo minha opinião, fazia muito mais justiça a sua beleza. Não foi cantada. Somente a minha opinião.
Pois ao vê-la sob o traje que deplorei, e que para mim era mais ultraje do que traje, meu susto não poderia ser menor: jamais pensei que uma peça de vestuário tão sem beleza, brilho e graça pudesse ganhar tanta luz, magia e deslumbramento ao simplesmente pousar, sem nenhum retoque ou reparo, no corpo de uma mulher... e que mulher...
NO CÉU DO ME CONCEITO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Quando criança, tive grande admiração pelos adultos trabalhadores que eu conheci. Era fã do sorveteiro, por exemplo. Aquela roupa branquinha - pelo menos nas primeiras horas do dia -, que lhe dava enorme respeitabilidade, não era simplesmente uniforme. Não para mim. Era uma espécie de farda. Também olhava com espanto e admiração, os operários metidos em seus macacões, rumo ao trabalho nas indústrias ou na construção civil. Nesse tempo, queria ser qualquer uma dessas figuras, quando crescesse: sorveteiro, amolador de ferramentas, operário, motorista ou "gringo". Gringo, para mim, era vendedor de roupas e outros itens ou bugigangas, por causa do senhor português que vendia de porta em porta, e assim o chamavam, naturalmente por sua nacionalidade.
Se não desse para ser nada disso, tudo bem; eu me conformaria em ser arquiteto, médico, cientista, empresário, advogado, escritor, oficial do exército, músico e até professor. Acabei escritor e professor, o que mais tarde escolhi, não porque passei a desprezar as preferências da infância, mas porque descobri no meu íntimo essas vocações, que também dão pouco dinheiro, no meu caso, mas me causam muito prazer, além do enorme orgulho... o mesmo que teria, se fosse qualquer profissional bem resolvido, por amar a profissão e ter consciência de que o trabalho é motivo de orgulho.
Nestes tempos em que a mídia só louva os ricos, famosos, poderosos e influentes, apontando-os como os únicos bem sucedidos, por causa dos grandes resultados materiais que ostentam, às vezes creio que permaneci criança. O mesmo menino que ambicionava profissões bem simples e rudimentares, reconhecendo nelas uma dignidade que hoje não vejo reconhecida nos olhos de quase ninguém. Às vezes, nem mesmo nos de quem as exerce, por ser influenciado negativamente pela visão corporativa dos meios de comunicação.
Tenho, evidentemente, meus ícones culturais e artísticos. Amo a literatura e sou fã de alguns escritores. Aprecio artes plásticas, música, filmes, novelas, outras manifestações culturais, e isso me faz admirar quem as pratica. Também admiro cientistas, desportistas, arquitetos, advogados, empresários, médicos, conferencistas, porém não mais nem menos do que aqueles trabalhadores que sempre foram meus ídolos. Continuo tendo grande admiração pelo sorveteiro, o operário, o amolador de ferramentas, o motorista, o "gringo" e todos os outros cidadãos que, só por serem trabalhadores, honestos, e saberem viver dignamente com o que ganham, são bem sucedidos... e por essa virtude, são estrelas no céu do meu conceito.
BEM-ME-QUER
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Quando fores quem pede ou assedia,
por um dia, um momento, pouco importa,
não quem cede, avalia, vê se dá,
serei risos gratuitos pra mim mesmo...
Como quem cumprimenta o próprio espelho,
farei gestos de apupo e reverência,
por achar o meu olho em um olhar
que me dê transparência pra seguir...
Seu amor sem patente nem escala
será santo remédio em minha estima;
meu afeto não rima hierarquia...
Vou deixar a saudade ser mais tua
uma vez, uma lua, um por acaso;
terminar uma flor no bem-me-quer...
SOCIEDADES INTERNAS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
É profundamente lamentável quando as irmandades ideológicas ou de fé, os grupos de amigos ou confrades e as comunidades familiares decidem, velada ou ostensivamente, conscientes ou desapercebidos copiar a sociedade externa em seu aspecto mais pernicioso: estabelecendo o valor de cada um de acordo com o que possui. Com o que brilha na estampa. Com os favores e as bondades materiais que oferece; as vantagens que pode proporcionar. Às vezes, pelas meras fagulhas de prestígio com que possa beneficiar os potencialmente mais próximos ou mais identificados.
Fica bem mais difícil viver em sociedade, se até os nossos habitats estão divididos em classes e o respeito atende às demandas de conveniências, cotas e participações financeiras nas quais o desfavorecimento dos menos afortunados não é levado em consideração. A injustiça social que gera ódios, conflitos, guerras declaradas ou frias mundo afora, muitas vezes se justifica, injustamente, nas divisões em classes que se afagam ou se digladiam de acordo com expectativas e conveniências ou incômodos e caprichos nas relações mais estreitas.
MINHA RIQUEZA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Caminhava para o ponto do ônibus, quando encontrei o Professor Rogério Lopes. Ele saía de uma loja de rações, e carregava nos ombros um saco de trinta quilos. Olhou fixo para mim, pediu que aguardasse um momento e pôs o peso no chão. Feito isto, abriu aquele sorriso largo, me deu um abraço de quebrar os ossos, um beijo no rosto, e disse bem alto:
- Cara! Que alegria ver você! Faz tanto tempo! Ainda bem que sempre o vejo na internet! Leio tudo que você escreve! Não perco nem um texto seu! Obrigado por tantas coisas maravilhosas!
Não conversamos por muito tempo, mas foi um momento especial para mim. Não é todos os dias que nos deparamos na rua, com alguém tão disposto a nos cumprimentar, e com tanta efusividade, alegria sincera e calor humano, mesmo estando com tanta pressa. Também é muito simbólico ver uma pessoa se despojar de seus pesos, desocupar os braços, as mãos e os ombros, para ter o prazer e a liberdade de abraçar um amigo e lhe dizer palavras amáveis.
O Rogério é, de fato, leitor constante de meus textos. A cada vez que publico algo em rede social percebo sua leitura, sua presença, e leio seus comentários ponderados; coerentes; dentro do contexto.
São várias as pessoas que me privilegiam com suas leituras, e às vezes os comentários, mesmo sabedoras de que minhas vindas ao computador são sempre ligeiras e limitadas às postagens e autopromoções como escritor e fotógrafo. Isso resulta poucas retribuições expressas, de minha parte, podendo até me deixar marcado como alguém esnobe ou antipático.
No dia a dia, são muitos os curiosos que me perguntam sobre quanto ganho, em dinheiro, como escritor. Ganho pouco dinheiro. Se não tivesse o meu emprego de arte-educador, pelo qual também não recebo grandes quantias, e alguns trabalhos como fotógrafo de vaidades pessoais e autoestima, passaria por privações com o que angario por escrever, lançar livros e permitir a utilização de meus textos em veículos diversos.
A grande riqueza, riqueza mesmo, que não enche barriga e bolso, como tantos dizem, mas enche minh´alma e meu coração de alegria e desejo de viver, viver muito, para também escrever muito, é tão somente a existência de amigos e leitores sinceros, que me pagam com carinho. Com admiração verdadeira. Com respeito. Com palavras sinceras e a certeza que me fazem ter, de que meus escritos fazem efeito em suas vidas.
CPI
Demétrio Sena, Magé - RJ.
A missão de uma CPI é decidir se um crime, quando cometido por um político, mesmo assim é crime.
"Sério"
Quando começamos a não gostar de ninguém,
certamente nos cansamos de nós mesmos.
"Nem tanto!"
Pra provar que gosta de alguém, não precisa
puxar o saco, afinal de contas isso dói!...
SOLITÁRIA SAUDADE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Quando vejo a saudade que não sentes,
ou a tua nenhuma nostalgia,
minha mente reage ao coração
e resfria os sentidos do meu ser...
Mas a falsa frieza não perdura,
pois o sol do que sinto atinge a neve;
faz a greve do afeto em desalinho
derreter os chavões de minha mágoa...
Eternizo a saudade solitária,
meus ensaios de orgulho são só fases,
frágeis quases que nunca se completam...
Restituo meus olhos pro vazio;
fio bamba da fé na eternidade;
linha tênue de horizonte sem luz...
INÍCIO NO FIM
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Quando fores a dona das próprias vontades,
tua voz não tiver que soar por um fio,
se não for mais pecado me olhares de frente
ou não for desafio enfrentares meus meus olhos...
A partir do momento em que fores quem és,
mesmo quando quem sou desconserte o teu senso,
teu incenso e teu véu de proteção velada
entre sombra e silêncio; rituais de fuga...
Nesse dia em que achares o tom da canção
para toda menção que a tu´alma fizer
de querer algo mais do que o meu mais ou menos...
Só aí me procures - ou fiques notória;
saberei desbravar os desertos de volta
e compor uma história que nasça do fim...
SONHO DE CRISTAL
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Desmoronas em mim feito encosta na chuva,
quando as águas invadem as frestas do barro,
feito carro que perde a direção e voa;
cai no abismo profundo e se perde na treva...
Poderias ter tido a brandura comum
dos que saem sem surto, partem à francesa,
têm a delicadeza de fugir aos poucos
pra que a festa não tenha que acabar pra todos...
Mas querias o show da freada no asfalto,
como quem não quisesse quebraste o silêncio,
buzinaste bem alto pra depois caíres...
Desintegras no breu do sentido profundo
que meu mundo não faz ao deixar de ser teu
no andor do meu sonho de fino cristal...
REFLEXÕES DE UM PATRIOTA CANSADO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
... Quando faço descaso das promessas de um político, há sempre alguém que me fale para dar um pouco mais de crédito ao ser humano. Tudo bem; eu concordo; e mesmo que pareça o contrário, acredito no ser humano. Mas veja bem: o ser humano.
... Se quem não deve não teme, o meu temor da justiça está devidamente justificado. Confesso que devo. Devo e temo. Minha culpa é de nascença. Nunca tive recursos para pagar em espécie o preço da inocência, do indulto nem da razão, nas eventuais questões de justiça.
... A saudade que tenho da ditadura, da qual não tenho qualquer saudade, se resume à ilusão que outrora tive de como seria, especificamente, a nossa democracia.
... Honestidade política é termo redundante. O ser humano tem que optar entre ser honesto ou político.
... Imprensa não dá notícias... vende-as. E para vender notícias, é preciso manipular os fatos até adequá-los à clientela mais vantajosa e rentável.
... A polícia está dividida entre aqueles policiais que apenas prendem, aqueles que prendem e depois aprendem com os que prendem, e os que não prendem, porque já nasceram sabendo mais do que aqueles a quem deveriam prender.
Conexão de Olhares
Olhares, sempre serão meu ponto fraco,
Quando são genuínos, me deixam encantada,
E o nervosismo surge, tímido e fraco,
Pois através do olhar, minha alma é revelada.
No olhar, vejo desejo e vontade ardente,
De um beijo, de um amor, de sorrisos bobos,
De um amor leve, de toque presente,
De sonhos doces, de momentos tão bobos.
Ah, meninas apaixonadas, que o olhar transborda amor,
Aquele sentimento de ficar ali, se olhando,
Sorrisos bobos, pura doçura, sem pudor,
Um universo de emoções, sempre encantando.
Se você tem o meu olhar, se eu quero te observar,
Saiba que você possui uma parte do meu coração,
Por favor, não o machuque, não o faça chorar,
Pois olhares que transbordam amor também podem transbordar paixão.
Que o amor no olhar seja sempre sincero,
Pois nele reside a essência do que é verdadeiro.
A sensação de um amor sáfico
Sempre será um mistério inefável,
Quando ela chega, meu coração dispara,
Nos olhos de mel, encontro meu lar.
Sinto-me em outro mundo,
Onde só existe esse sentimento genuíno,
Sorrisos tímidos, um leve tremor,
E a leveza de um amor sem temor.
Pergunto-me então,
O que é amar sem culpa, sem medo,
Viver esse romance leve,
Que desafia o tabu, que rompe o segredo.
Pois o amor verdadeiro não conhece limites,
E na coragem de amar, encontro minha liberdade.
TERRIVELMENTE FANÁTICOS
Demétrio Sena - Magé
Quando a fé distorcida sucumbe ao rancor
que nos faz desejar oprimir diferenças,
construir um andor de virtudes falsárias
pelas quais nos louvamos como alguém melhor...
Ou a crença banal se transforma em patente
pra que mais ninguém preste a nossos olhos puros,
para sermos mais duros do que O Deus de antes
de nos dar o seu filho e repensar o mundo...
A igreja se torna uma escola de guerra,
o cristão é carrasco dos demais humanos
e a terra se assume um inferno precoce...
Fanatismo nos faz duramente fiéis
ou terríveis cristãos inquisitoriais;
nada mais nos remete ao real cristianismo...
Respeite autorias. Isso é lei
AO SILÊNCIO
Demétrio Sena - Magé
Quando a cara do fim expõe caretas,
mostra língua, faz ver a boca torta,
põe a brecha do além ante meus olhos,
numa porta que range sem ranger...
Tudo a esmo, pois nada me amedronta;
essas frestas de sombra só me atraem;
a minh'alma se apronta como noiva
do vazio atrasado e displicente...
Já vivi minhas glórias, meus rastejos,
os lampejos de amor e frustração
que uma vida consegue oferecer...
Fui eterno mil vezes, morri tantas,
tive muitas gargantas, tantos gritos,
mas agora estou pronto pro silêncio...
URUBUS DA CULTURA
Demétrio Sena - Magé
Jamais me recuso, quando posso, a me dispor financeiramente para ser incorporado a uma causa cultural popular ou altruísta... compor uma classe ou grupo relevante, muito embora eu sempre possa bem pouco, por ser pessoa de condições econômicas modestas. Como tenho braços, mãos, algum tempo livre, boa cabeça, e dizem que tenho atributos culturais, utilizo-os repetidamente onde ninguém use uma causa coletiva, uma ingenuidade exposta ou deslumbramentos de um semelhante, para colher status ou benefícios pessoais.
Mas ninguém conte comigo, em nenhum meio e contexto, como alguém que se preste a comprar elogios, pagar por acesso a pódio e para ser considerado vip; um dos melhores; talvez o melhor. Não daria um centavo por uma vaga em qualquer elite; a menor apologia ao meu nome; nenhuma honra ao mérito em papel, placa, outro objeto. Só aceito felicitações e reconhecimentos naturais que não me ponham acima de nenhum semelhante. E se existem valores pessoais que movimentem os financeiros, que tais valores não onerem, mas recompensem quem os tenha. Ou serão simplesmente valores invertidos.
Aceitar essa forma viciada, espertalhona e sobretudo exploradora, de reconhecimento, seria contribuir com os preconceitos que me constrangem... fomentar criação de guetos... ajudar a expandir as desigualdades sociais, que já são imensas e fartas. Seria me juntar aos que mostram às pessoas de condições econômicas ainda mais modestas do que as minhas, que o mundo não é para todo mundo... a sociedade é antissocial. Que talento e dinheiro têm que andar lado a lado, atendendo às "devidas" proporções.
São inúmeros os talentos que produzem arte à margem da fama, do poder econômico - geralmente ligado ao político - e do alcance de olheiros ou mecenas. Talentos aos quais só chegam os mesmos aproveitadores; vendedores de medalhas, menções honrosas, cotas e vagas em grupos onde ficarão também à margem. Ninguém que os reconheça como prestadores de serviço; detentores de produto; proprietários de um bem precioso; profissionais respeitáveis.
MILHÕES DE VEZES
Demétrio Sena - Magé
Mais um ano, mais outro, até jamais,
quando menos minh'alma der por si,
quanto mais demorares mais terei
meu aqui, meu agora em tua espera...
Submisso a teu tempo, teus instantes
de saudades, lembranças, nostalgias,
conterei meus rompantes e chamados;
contarei os meus dias como gotas...
O que faço do sonho nem eu sei,
mas me guardo na lei do meu silêncio
aos caprichos da própria eternidade...
Minha espera por ti é vida inteira;
uma beira de abismo sob os pés;
um contar até dez milhões de vezes...
UM ENSAIO DA FÉ
Demétrio Sena - Magé
Quando me disseram pela primeira vez, que a fé move montanhas, imediatamente a associei ao movimento. Ainda não sabia sobre figuras de linguagem, mas entendi que a fé nos faz mover montanhas, porque nos move, agita e desacomoda. Faz a pessoa "dar seus pulos" na direção do alvo e muitas vezes provocar o "milagre" que sempre foi possível, pois não dependia do sobrenatural; só do esforço maior, com status de sobre-humano.
No decorrer dos anos, aprendi que a fé tem alvos ou ícones à nossa escolha. Pode ser em Deus, para quem crê nEle, ou em um deus, um amuleto, entidade ou ideal... em alguém ou algo, desde que mova, desperte, faça "dar seus pulos" e trazer a força interior aos braços, pernas, projetos e desejos que chamam para a vida ou para a seara.
Religiosos, agnósticos e ateus têm fé, porque não crer em Deus não é não crer em nada ou ninguém. Todo ser humano tem o dispositivo da fé, que demanda ser acionado e desenvolvido. Cada pessoa o faz com diferentes níveis de providência, consciência e alcance. De qualquer modo, chega o tempo em que a fé não basta, nem com todas as cargas de força e positividade, porque a partir daí, a natureza ou a ordem natural da vida e do destino inapelavelmente assume o comando.
Os religiosos sabem ou deveriam saber do que falei acima, especialmente quando constatam que fizeram preces ou rituais e mesmo assim a doença progrediu; seguiu seu curso. Especialmente quando eles não se moveram para que a medicina e os medicamentos corretos fizessem o restante. Fizeram preces pelo sucesso nas provas escolares e algum evento fortuito impediu o sucesso ou a fé não lhes moveu a estudar incansavelmente. Jejuaram e oraram por empregos e a fé não lhes fez bater de porta em porta com currículos, apelos e, por não conseguirem mesmo assim, não lhes moveu a tentar algo diferente... sim, porque às vezes a fé exige mudarmos o movimento e a direção, sem pararmos de nos mover.
O abuso da fé, nestes tempos de pandemia, tem levado muito religioso, por questões não só religiosas, mas também políticas, a fazer preces febris pelo fim da doença e ao mesmo tempo não se cuidar... desafiar as orientações da ciência e da medicina e não só rejeitar, como também difundir desinformações para levar o próximo a igualmente rejeitar a vacina que a ciência, com fé e boa fé desenvolve para salvar milhões de vidas. A fé desses religiosos movidos a politicagem é irresponsável, fanática e sem amor.
Fé exige além dos movimentos, muita responsabilidade, pensamento aberto às impossibilidades naturais ou fortuitas da vida e principalmente boa fé. O indivíduo que tem fé com má fé se acha todo poderoso e crê que a sua seja coletiva, não íntima e pessoal, chegando a usá-la para comércio, poder sobre o próximo e moeda para barganhas políticas; tráfico de influência; domínio das mentes fracas e dos espíritos fragilizados.
Nenhuma fé nos põe numa zona de conforto. E vale a pena dizer aos fanáticos, que o rico não o é por ter fé maior que a do pobre... doença e morte são condições naturais do plano de vida, e Deus, um deus ou o amuleto não privilegiam a fé dos espertos... e mesmo sendo vocábulo feminino, fé não tem gênero. Às vezes é "fé, menina"... outras, "fé, menino".
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Respeite autorias. Isso é lei
CALHAU SOCIAL
Demétrio Sena - Magé
Sempre fui o produto a ser doado,
mesmo quando doar saiu doído,
espremido, escoado, involuntário
feito carne moída e macarrão...
Sou a coisa sem marca e pedigree,
que se usa e jamais se reconhece;
sub-prece onde muitos oram alto
e havendo milagre será deles...
A pessoa de fundo e bastidores,
pra dar foco às figuras de ribalta;
esqueleto das cores e dos sonhos...
Acuado, escondido, proletário
da cultura e do mundo social;
cidadão temporário no imprevisto...
... ... ...
#respeiteautorias isso é lei
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