Morto Vivo
Sempre vivo me perdendo entre minhas palavras. Nunca sei o momento certo pra demonstrar tais sentimentos. Sou confusa. Nem eu consigo me entender. Poucas são as vezes em que me sinto em paz. Talvez seja pelo motivo de não me conhecer por inteiro. Afinal, quem é que se conhece?! Hoje pensamos algo e amanhã mudamos de opinião. Vivemos em contradição. Vivemos na desilusão. É sempre assim, por quê? Por quê tudo tem que ser assim?
Ás vezes falo de mais e quando preciso, falo de menos. Muitas vezes o meu silêncio é grito. Aquele grito que te dói a garganta, sabe?
Hoje em dia tudo gira em torno da minha solidão, me sinto triste. Quase sempre. Mas sei que, de certa forma, a solidão me traz conforto. Outras vezes quero ter companhia, abraçar apertado um certo alguém. Quem? Eu sei? Não, não sei. Talvez eu saiba e não queira dizer. É.
Nos meus pensamentos, eu me perco. Não consigo me encontrar.
Vivo perdida, tentando me encontrar. Uso estas palavras para me refugiar. Nem sempre eu consigo, mas tento. Tento porque mesmo não querendo, eu preciso.
Acho que às vezes não consigo expressar os meus sentimentos em palavras, porque nem sempre sei o que sinto. Talvez eu não sinta nada ou talvez eu sinta tudo e não sei definir exatamente o que. É vazio aqui dentro. Nada me preenche, nada me conforta, só a querida e contínua solidão. Ela é a minha única companhia agora. As pessoas sempre nos abandonam como se fôssemos papéis rabiscados, como se não prestássemos pra mais nada. Estou cheia das pessoas porque nunca as tive. Me canso delas porque sei que elas se cansam de mim primeiro. Pois é sempre assim.
O silêncio que mata é o mesmo que mantém vivo,
A palavra que fere é a mesma que dá força,
A pessoa que faz sorrir é a mesma que faz chorar,
O abraço que sufoca é o mesmo que acalenta,
O beijo que ilude é o mesmo que deixa apaixonado,
O olhar que faz sofrer é o mesmo que dá esperança,
O sorriso que humilha é o mesmo que ilumina,
Mas existem duas diferenças em todas essas coincidências
A PESSOA e O MOMENTO.
Eu vivo nas nuvens. Minha cabeça sempre está repleta de ilusões e de pensamentos. E do nada, eu começo a imaginar, imaginar...sonhar.
A felicidade é a prova de que a vida não está passando em vão, mas o amor é motivo de se estar vivo.
Hoje em dia a minha tristeza é tanta
que nem sei como eu vivo,
olho pro céu não vejo a lua
não sei nem como é seu brilho,
o meu sorrizo é sem graça
ou é falso ou sem motivo.
A minha beleza já ofusca
não sabe o que é elogio
Todo motivo da minha dor
nada mais é do que um AMOR.
O canto
[...]
Que fazes aí?
Questionam-me as gargalhadas.
E como se soubesse,
sinto que vivo,
apenas observo.
Espero, não alguém que me leve, você
para acompanhar-me
num canto da sala,
num canto da vida.
Em algum lugar muito distante da felicidade eu vivo. Não sei aonde é, nem se estou mesmo ou se apenas imagino que estou. Sei que aqui é frio, as pessoas mentem, pessoas matam, pessoas choram e no outro segundo já estão a sorrir, o lugar onde moro a pouca piedade e muita infelicidade. Aqui o pão é apenas ingerido nunca repartido, nada de igualdade para todos, igual é apenas os padrões de país a país. Aqui o que reina é a pobre moeda, que passa de mão em mão, até não se precisar mais. Assim como nós. O lixo de verdade são os homens maus, que tiveram a chance da reciclagem mas apenas desperdiçaram. Moro no lugar onde a dignidade nem é palavra é um palavrão, muito fácil de dizer assim como os outros, mais difícil de ter. Sonho com uma luz, não a do sol, a luz da liberdade. Moro com bruxos e feiticeiros, que fazem mágica com seu dinheiro em segundos, e no mesmo tempo conseguem roubar de você. Moro com ilusionistas que não se importam em entrar na sua vida te iludir e depois apenas fazer você cair na real. E desaparecem. Vivo em um lugar distante, distante da verdade. Vivo em um lugar chamado Terra, você deve conhecer.
