Morre Passaro
Um dos benefícios de ter filhos é saber que a juventude não morre ou desaparece, ela só é passada para uma nova geração.
Dizem que quando um pai morre, o filho sente sua própria mortalidade, mas quando um filho morre é a imortalidade que os pais perdem.
A GOTA DE CHUVA E O OCEANO
Às vezes, uma gota de chuva morre de medo ao cair no oceano. O mar é gigantesco e ela sabe que ele ira engoli-la. Todavia, segundos após cair sobre o mar a gota de chuva percebe que deixou de ser uma gota e passou a ser o próprio oceano; um oceano gigantesco em águas. Para isso, não foi preciso nada mais do que ousadia... a ousadia que querer jogar-se ao mar. Portanto... ouse sempre, sempre, sempre. Ouse tudo e não tenha medo de nada.
Quem morre por amor à vida e quem morre por amor à morte? [...] Obviamente um suicida é o oposto de um mártir. Um mártir é um homem que se preocupa tanto com alguma coisa fora dele que se esquece de sua vida pessoal. Um suicida é um homem que se preocupa tão pouco com tudo o que está fora dele que ele quer ver o fim de tudo. Um quer que alguma coisa comece; o outro, que tudo acabe.
Um deles era muito inteligente e aprendeu tudo, entendeu tudo e levou isso tudo consigo quando morreu. O outro era razoavelmente estúpido e inventou um modelo aperfeiçoado de aguça-lápis. E existiu mais.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música e quem não acha graça de si mesmo.
Nota: Trecho da crônica "A Morte Devagar", publicada por Martha Medeiros no dia 1 de novembro de 2000. Muitos vezes é equivocadamente atribuída a Pablo Neruda.
...MaisMorre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Nota: Trecho da crônica "A Morte Devagar", publicada por Martha Medeiros no dia 1 de novembro de 2000. Muitos vezes é equivocadamente atribuída a Pablo Neruda.
...MaisO Cruzeiro do Sul resplandecerá sobre os gramados
E tomará do pássaro negro a glória passada
Surpreendendo quem ia ao leme
E quem se preparava com pó de arroz...
