Morre Lentamente Marta Medeiros

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O verdadeiro amor é como um vulcão: nasce lentamente, se torna forte e poderoso, pode adormecer, mas ao despertar-se, torna-se capaz de ultrapassar qualquer muralha.

As mãos que dizem adeus são pássaros que vão morrendo lentamente.

Mario Quintana
Anotação para um poema. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

É preciso viver muito tempo para se tornar um homem.
Entrelaça-se lentamente a rede das amizades e das ternuras.
Aprende-se lentamente. A obra compõe-se devagar.
É preciso viver muito tempo para que a pessoa se cumpra.

Adeus

Dessa vez foi diferente, eu disse adeus. Caminhei até sumir de vista, lentamente para que não doesse tanto. Não adiantou, sei que doeu. Me sinto péssima por isso, não é tão bom quanto eu imaginava estar do outro lado. Deixar, e não ser deixada. Não queria que fosse assim, mas foi o que eu fiz. Você sabe, as vezes eu faço coisas sem saber direito, você mais do que ninguém deveria saber disso, você foi uma delas.
Eu não te enganei desdo começo, eu gostava de você. Como posso explicar? Você era tudo que eu precisava. Não tinha os defeitos que me assombravam e ainda cheirava muito bem. Mas isso não foi o bastante. Talvez nossa história seja literalmente daquelas vividas de longe, na lembrança e na distancia. É triste mas é minha teoria sobre a gente, sobre o nosso destino.
Guarde tudo que ainda resta de mim em você, se lembre pelo menos uma vez por dia de como eu era especial. Não quero fazer parte daquilo que você quer esquecer. Você também não quer isso.
Eu ainda tenho medo que você acredite que nada era de verdade. Porque era. Você me fez feliz, só não conseguiu me segurar. Eu escapei entre seus dedos e defeitos. Não se sinta mal, você não é o primeiro, nem provavelmente será o último. A culpa não é sua, nós nos os encontramos em épocas erradas. Você queria a liberdade da juventude eu a prisão dos pensamentos. Nos afastamos sem perceber, e você sabe, quando a única coisa que une duas pessoas é o passado não existe futuro.

Caminhe lentamente, não se apresse, pois o único lugar ao qual tem que chegar é a si mesmo.

Os enigmas do universo só lentamente se revelam à nossa investigação. Existem questões às quais o homem, atualmente, não pode nos dar respostas, mas, o trabalho científico constitui o único caminho que pode nos levar a um verdadeiro conhecimento da realidade externa a nós.

Sigmund Freud
O Futuro de Uma Ilusão VI

Se não estiver de acordo, seja ao menos leal, fale lentamente mas pense com rapidez!

a lua na rua:
um gato lentamente
torna-se minguante.

Perseguir lentamente a execução de um desígnio e divulgá-lo é o mesmo que falar de uma coisa para não a fazer.

Muitas vezes o amado desencadeia a força lentamente acumulada no coração daquele que ama. O amor é uma coisa solitária. É esta descoberta que faz sofrer.

Nessa noite te desejo o brilho da lua, o charme das estrelas, a grandiosidade do céu, a brisa suave... e que em cada beleza você tenha a sensibilidade de sentir que Deus está nas coisas mais simples e suaves.

Todos os dias morre um amor. Quase nunca percebemos, mas todos os dias morre um amor. Às vezes de forma lenta e gradativa, quase indolor, após anos e anos de rotina. Às vezes melodramaticamente, como nas piores novelas mexicanas, com direito a bate-bocas vexaminosos, capazes de acordar o mais surdo dos vizinhos. Morre em uma cama de motel ou em frente à televisão de domingo. Morre sem beijo antes de dormir, sem mãos dadas, sem olhares compreensivos, com gosto de lágrima nos lábios. Morre depois de telefonemas cada vez mais espaçados, cartas cada vez mais concisas, beijos que esfriam aos poucos. Morre da mais completa e letal inanição.

Todos os dias morre um amor. Às vezes com uma explosão, quase sempre com um suspiro. Todos os dias morre um amor, embora nós, românticos mais na teoria que na prática, relutemos em admitir. Porque nada é mais dolorido do que a constatação de um fracasso. De saber que, mais uma vez, um amor morreu. Porque, por mais que não queiramos aprender, a vida sempre nos ensina alguma coisa. E esta é a lição: amores morrem.

Todos os dias um amor é assassinado. Com a adaga do tédio, a cicuta da indiferença, a forca do escárnio, a metralhadora da traição. A sacola de presentes devolvidos, os ponteiros tiquetaqueando no relógio, o silêncio insuportável depois de uma discussão: todo crime deixa evidências.

Todos nós fomos assassinos um dia. Há aqueles que, como o Lee Harvey Oswald, se refugiam em salas de cinema vazias. Ou preferem se esconder debaixo da cama, ao lado do bicho papão. Outros confessam sua culpa em altos brados, e fazem de pinico os ouvidos de infelizes garçons. Há aqueles que negam, veementemente, participação no crime, e buscam por novas vítimas em salas de chat ou pistas de danceteria, sem dor ou remorso. Os mais periculosos aproveitam sua experiência de criminosos para escrever livros de auto-ajuda, com nomes paradoxais como "O Amor Inteligente", ou romances açucarados de banca de jornal, do tipo "A Paixão Tem Olhos Azuis", difundindo ao mundo ilusões fatais aos corações sem cicatrizes.

Existem os amores que clamam por um tiro de misericórdia: corcéis feridos.

Existem os amores-zumbis, aqueles que se recusam a admitir que morreram. São capazes de perdurar anos, mortos-vivos sobre a Terra teimando em resistir à base de camas separadas, beijos burocráticos, sexo sem tesão. Estes não querem ser sacrificados, e, à semelhança dos zumbis hollywoodianos, também se alimentam de cérebros humanos, e definharão até se tornarem laranjas chupadas.

Existem os amores-vegetais, aqueles que vivem em permanente estado de letargia, comuns principalmente entre os amantes platônicos que recordarão até o fim de seus dias o sorriso daquela ruivinha da 4a. série, ou entre fãs que até hoje suspiram em frente a um pôster do Elvis Presley (e, pior, da fase havaiana). Mas titubeio em dizer que isso possa ser classificado como amor (Bah, isso não é amor. Amor vivido só do pescoço pra cima não é amor).

Existem, por fim, os amores-fênix. Aqueles que, apesar da luta diária pela sobrevivência, das contas a pagar, da paixão que escasseia com o decorrer dos anos, da mesa-redonda no final de domingo, das calcinhas penduradas no chuveiro e das brigas que não levam a nada, ressuscitam das cinzas a cada fim de dia, e perduram: teimosos, e belos, e cegos, e intensos. Mas estes são raríssimos, e há quem duvide de sua existência. Alguns os chamam de amores-unicórnio, porque são de uma beleza tão pura e rara que jamais poderiam ter existido, a não ser como lendas. Mas não quero acreditar nisso.

Um dia vou colocar um anúncio, bem espalhafatoso, no jornal.

PROCURA-SE: AMOR-FÊNIX
(ofereço generosa recompensa)

Alexandre Inagaki
"Pequeno tratado sobre a mortalidade do amor" (2004)

Nota: Texto publicado por Alexandre Inagaki no seu blog em 10/03/2004, sob o título "Pequeno tratado sobre a mortalidade do amor".

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A gente nasce e morre só. E talvez por isso mesmo é que se precisa tanto de viver acompanhado.

SONETO DE MARTA

Teu rosto, amada minha, é tão perfeito
Tem uma luz tão cálida e divina
Que é lindo vê-lo quando se ilumina
Como se um círio ardesse no teu peito

E é tão leve teu corpo de menina
Assim de amplos quadris e busto estreito
Que dir-se-ia uma jovem dançarina
De pele branca e fina, e olhar direito

Deverias chamar-te Claridade
Pelo modo espontâneo, franco e aberto
Com que encheste de cor meu mundo escuro

E sem olhar nem vida nem idade
Me deste de colher em tempo certo
Os frutos verdes deste amor maduro.

Vinicius de Moraes
Álbum "Antologia poética"

Quando deixamos nossa vida nas mãos de Deus e dos Orixás tudo nos é provido. O que não nos pertence nos é tirado. O que é nosso nos é maravilhosamente entregue.

Não tenhamos medo. Tenhamos Fé.

Deus preferiu contar com você!

Só Deus pode criar,
Mas você pode valorizar
o que ele criou...

Só Deus pode dar a vida,
Mas você pode transmi-lá
e respeita-lá...

Só Deus pode dar a fé,
Mas você pode dar o seu
testemunho...

Só Deus pode fazer milagres,
Mas vocÊ pode fazer sacrifício.

Não tente me entender.Quem passa a vida tentando entender o outro,morre lentamente.

Meus pêsames: a empatia definha a cada dia, dá seus últimos suspiros, e morre lentamente, não pode mais seguir em frente; pobrezinha, ironicamente não tem ninguém para colocar-se no seu lugar.

Fernando Medeiros - Eu não sou bandido

Me enganei
Achei que ia ser diferente
Acreditei de novo na gente
Mas vejo que não tem mais solução

Parece que sou o culpado
De tudo que dá errado
Apesar da boa vontade
E disposição

Cai na armadilha de novo
Agora to dentro do seu jogo
Você não consegue me dizer sim
E eu não me atrevo a te dizer não

Só quer se for escondido
Parece que sou bandido
Nunca vi tanta maldade
Em um só coração

Eu não sou bandido, amor
Mas estou ferido, eu tô
Tanta gente pra você maltratar
E escolheu maltratar quem te bem tratou

Eu não bandido, amor
Pareço estar perdido, e tô
Procurando uma rota pra escapar
Dessa prisão que você me trancou

O ocasional e o essencial - Martha Medeiros
Uma das razões que torna o escritor Ian McEwan um dos grandes nomes da literatura contemporânea é que ele escreve tão bem que consegue nos capturar para dentro de seus livros. Você não lê: você vive aquilo que está escrito. No seu mais recente lançamento, Na Praia, os personagens Edward e Florence, recém casados, travam uma conversa que definirá o futuro de cada um. É um diálogo difícil, delicado, forte, emocionante, verdadeiro, triste e nenhum destes adjetivos vêm em nosso socorro para ajudar a compreender a cena, não é preciso: a gente está ali com eles, ouvindo tudo, sofrendo junto. Enquanto eles conversavam, escutei não apenas suas vozes, mas o barulho das ondas, a interferência da brisa e a lenta batida do coração de cada um. Quase paramos todos de respirar - o casal e eu.

A questão dolorosa do livro é uma pergunta para a qual dificilmente encontramos resposta: a pessoa que você amou e perdeu no passado era essencial na sua vida?

Uns tiveram muitos amores entre os 16 e os 80 anos, outros tiveram poucos, mas todos nós possuímos um passado, não há quem tenha vivido com o coração desocupado. Os dias que correm, hoje, indicam que nossa vida amorosa irá se intensificar ainda mais, uma vez que as possibilidades de encontro se multiplicam (a Internet fazendo sua parte), os preconceitos diminuem (aumentando a oferta de "composições") e a necessidade de desejar e ser desejado tem se imposto à necessidade de casar e ter filhos. Na prática, estas mudanças já vêm acontecendo. Há diversas formas de se relacionar, e se o número de adeptos de formas menos tradicionais ainda não é volumoso, o respeito por todas elas está, ao menos, quase sedimentado.

Este entre-e-sai de homens e mulheres na vida uns dos outros dinamiza as relações, incrementa biografias, dá uma sensação de estarmos aproveitando bem o nosso tempo. E o amor não está excluído da festa, pode marcar presença forte em quaisquer dos novos padrões de comportamento. Mas este barulho todo não oculta nosso questionamento mais secreto: haverá alguém que, entre todos os que cruzaram nosso caminho, poderia ter nos transformado, nos acrescido, nos desviado desta eterna experimentação e justificado nossa existência de uma forma mais intensa? Terá esta pessoa cruzado por nós e a perdemos por causa de uma frase mal colocada, por uma palavra dita com agressividade, por uma precipitação, por um medo ou um equívoco?

Não é uma resposta que chegue cedo para todos. Sorte de quem já a tem. Em Na Praia, Ian McEwan não oferece um final infeliz a seus personagens, mas não os priva de uma dúvida comum a todos: que destino teríamos se um amor vivido errado tivesse sido vivido certo. Como assumir este amor sem sofrer as influências da época, da sociedade e da nossa própria imaturidade. Como valorizar o que se tem no momento em que se tem, e não depois. Como livrar-se do fantasma do "se eu tivesse dito, se eu tivesse feito, se eu...".

O maravilhoso mundo das relações amorosas progride, se reinventa, se liberta das convenções, se movimenta para um lado e para o outro, mas seguimos mantendo a íntima esperança de que, entre todos os "muitos" que nos fizeram felizes, possamos reconhecer aquele "um" que calaria todas as nossas perguntas.

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

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