Morar
Desde que você veio morar em mim, nunca mais senti-me só, porque tenho a voz do teu amor, rompendo as barreiras do meu silêncio.
Na verdade eu nunca tive a pretensão de ficar rica, morar em mansão de luxo, ter carro de milhões, roupas de grife e um baú de joias caras que eu nunca vou usar. O que eu realmente quero é ter o mínimo de conforto que todo ser humano deveria ter: um trabalho, casa, comida na mesa, assistência médica e dentária de qualidade, transporte eficiente, pagar os meus boletos em dia e conseguir viajar de vez em quando para alargar os horizontes.
Se eu pudesse escolher um lugar pra morar, eu escolheria morar no teu sorriso. Nele, além de caber todo o meu mundo, eu me expando para que o teu mundo inteiro caiba em mim.
Quando eu achei que tinha endereço fixo e que era seguro morar no coração de outra pessoa, fui surpreendida com uma ordem de despejo. Desde então, mudei-me para o meu interior e hoje só moro em mim.
Existem abraços que a gente tem vontade de morar dentro deles pelo bem estar que nos proporciona. O abraço carrega uma carga de ternura tão grande e possibilita uma troca de energia tão limpa, poderosa e curativa que é capaz de diminuir nossa dor, angústia e medo sem transmiti-la a quem nos abraçou como se fosse um toque de Deus.
Algumas pessoas nunca morrem, apenas mudam: de matéria, de casa e identidade e passam a morar dentro da gente com o nome de saudade.
Enquanto não encontrarmos um coração para morar; um coração onde desejarmos passar o resto de nossos dias, todos nós somos forasteiros, não pertencemos a lugar algum.
Desde que passei a morar dentro do sorriso teu o mundo tem se tornado um lugar menos frio e assustador.
SOltOS
dizem que nunca vou saber lidar
com o mundo lá fora,
não vou saber morar nele.
mas como vou poder aprender
preso nessa gaiola
que insiste(o) em me esconder?
é aqui que chamam de escuridão,
nos galhos das árvores, dentro dos corações,
nas letras das canções.
isso pode ser por puro conforto
mas por mais que esteja preso,
sinto um veneno que me fortaleceu
e aos poucos quer me deixar morto.
é dia de voar,
de poder expandir os horizontes,
libertar o corvo que habita em mim.
daqui de cima
há sentimentos que nunca serão palavras.
sinto ventos, estradas,
escuto vozes que assim como a minha,
eram caladas.
dá vontade de ecoar o meu grito,
será que solto fico mesmo mais bonito?
no fundo, toda essa liberdade
me assusta um pouco, é tudo novo.
estranho seria se eu ainda gostasse
daquela prisão, mas ela me trazia consolo.
aquele desejo compulsivo
de conhecer o mundo, voar entre abismos,
desbravar todos os riscos
é o que todo mundo sente algum dia
mas isso é liberdade ou medo do que me bania?
estar livre e estar perdido
são coisas muito parecidas no fim.
afinal, estava melhor preso
ou estasiado em fugir?
sentir o vento em minhas asas,
ser um sujeito de sorte,
escutar o que todos falam sobre
chegar o dia de sua morte.
sei que preciso desvendar todas as miragens,
mandar as devidas mensagens,
odiar esse mundo de selvangens,
mas foi assim que descobri que
ser solto também tem suas desvantagens.
Algumas pessoas são tão especiais que antes de irem morar em um outro plano constroem uma ponte linda de memórias para quando a saudade apertar virem visitar de perto a gente.
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