Moradores de Rua
Eu te via passando na rua , você sorria eu já na tua , te mandava um bilhete e um buquê.
Eu te via ler tudo apreensiva , sabia que era minha diva , minha inspiração pra poder escrever.
Eu te via aceitar meu pedido , e você namorou comigo, mesmo sem ter nada pra te oferecer.
Eu te vi me amar no começo , mas no primeiro tropeço , notei a mudança em você .
Eu te vi trocando olhares e não era comigo , eu tava correndo perigo, e você preferiu não perceber.
Eu te vi me devolvendo a aliança , e eu chorei feito criança, achei não te merecer!
Eu te vi cruzando a rua sozinha , tristonha por não ser mais minha, mas eu jurei nunca mais te pertencer.
Eu quero ver você mandar mensagem, mas agora já era tarde, tem alguém querendo o seu bem querer.
Eu quero ver você bebendo tudo , abraçar aquele cobertor de veludo, me imaginando deitado a te aquecer.
Eu quero ver você e a burrada , só ela ninguém e mais nada, que foi a única coisa que tu soube fazer.
E aí você vai ver que eu tava de passagem , e você marcou bobeira perdeu a viagem , o avião decidiu te esquecer !
Arco-íris...
Havia em minha fantasia uma passagem perdida
Iniciada num desvio secreto na rua das Fadas
Passando em meio a terra batida e pedras deitadas
Ladeada por ramos rasteiros e lenda inventada
E foi nela adentrando que vi o céu se escurecer
E já me perdia da trilha de volta e medo sentia
Em não mais encontrar, na mata fechada
A vereda que queria sob o céu que gotejava
Segui em frente e fui encontrar guarida
Às margens de um rio claro, doce e lento
Que passava peixes e folhas de toda cor
E mesmo molhada, distraída me encantei
Me peguei perdida sem conhecer a volta
Que tanto queria e já não me havia
Mas pra minha alegria formou-se no céu
Um arco-íris de cores tão belas e amigas
Que veio dar seu começo aos meus pés
E sendo de luz a ponte nascida em milagre
Me convidara por ela seguir, mesmo sem asa
Numa jornada que findou à porta de minha casa
Neblina dos meus pensamentos
A fumaça perdida se dissipa
Sem rumo, sem rua
Sem trilha, tampouco avenida
Desafogo
Onde estará aquela menina?
Que em meus braços embalei,
Em que rua; em que esquina?
De suas mãos eu larguei?
Onde estará aquele sorriso?
Aquele abraço apertado?
Partiste sem deixar aviso
Nem tão pouco um recado...
Seja feliz; siga em frente,
e não te preocupas, pois,
O meu amor é diferente
suficiente pra nós dois...
Jorge Correia
Meu maior sonho é ser nome de rua. Isso significa que devo fazer algo decente em meu curto tempo de vida.
Juju, tô ficando com medo de você de novo. Vamos mudar de assunto? Lembra daquela Rua Araújo Barolli onde a gente ia lá na vendinha comprar doce, pipoca, pipa, giz pra você brincar de amarelinha com as meninas e estilingue pra eu brincar com o Bocão? Será que a vendinha ainda está lá no mesmo lugar?
E no meio da minha esquisitice, eu acho um parafuso na rua e guardo ele secretamente no bolso.
Sabe Deus se alguém que me conhece achar!
Que perigo!
Se essa rua, se essa rua fosse minha, os pássaros cantariam o nome dela. E quando eu longe, veriam que o canto tinha, parte minha cantando a saudade dela.
Antes te via com um olhar crítico
Hoje te vejo com os olhos do amor
Criança de rua que anda descalça
Cabeça baixa procura alimento no chão
Tem às vezes um olhar triste
Triste de fome
Fome de comida
Comida feita pela mãe
Sozinha e carente
Sem pai, sem mãe e sem irmão
Anda aqui, anda acolá
Não tem alguém para buscar
E eu com meu olhar de antes
Lavo as mãos
Vejo chorar-te criança de rua
Às vezes geme de frio ou será de solidão?
Agora acordei
Cega eu estava
Procurei ver-te não como criança de rua
Mas criança do meu coração.
De tudo do nada que vivemos, me acompanham. São toneladas de querer, sentir...rua vai, ruas vem e não acaba. São noites, dias após dias, anos. Música toca, sorrisos lembram...silêncio marca ! Não há como fugir, escapar...está em tudo: está no rio, no sol, mar...está nas estrelas, no céu, no luar; te encontro nos pássaros, nas flores. Um doce lembra, sorvetes, chocolates...não há como apagar. Mora em mim, faz morada; me segue, persegue em tardes, madrugadas !
Fiquei sozinha no meio da rua, apagando todas as suas palavras de meus contatos.
Em estado de loucura, querendo me vingar, de quem? Quem seria o culpado, por você não me amar? Quem poderia defender uma causa clandestina, transgressora dos deveres morais? Quem? Quem ouviria o grito e a dor de uma pecadora, arrebatada ao chão por suas próprias e míseras traduções afetivas.
Na Noite
A Lua
Iluminando
A Rua
Na Visão
Da Cidade
Longe da
Maldade
Ela
Gostou Assim
Paro
Olho
Sorriu
Para Mim
Que Sufoco
Mim Deixa
Louco
Morena
A Madrugada
É Linda e Tu Mais Ainda ...
Era uma vez, eu fui andar na rua para patinar... De repente encontro um trabalhador humilde fazendo suas mágicas na parada de trânsito para tentar receber a caridade dos motoristas. Uma cena que instiga a filosofia da curiosidade, fazendo com que nós apropriarmos entre teoria e prática do conhecimento. É magnífico ver o ser humano fazer esse tipo de fenômeno que nos faça questionar o por quê, como, motivo, onde... Por isso, com visão empírica, pode-se observar que o copo e a garrafa estão rodeados de ímãs, ambos provocam a colisão entre si com uma força magnética para "segurar" invisivelmente sem o intermédio da mão humana... The end!
Seja aquela velha tormenta, que quando levanta cedo e sai à rua, seus inimigos os veem e maldizem mais uma vez o motivo do seu sucesso, que a sua astúcia, benevolência, humildade e fé nunca falte perante os seus desafios... Se torne o invencível obstinado que todos querem ser, porém devido a inveja e a sua falta de brilho próprio, não os permitem chegar onde querem ou onde você está. O mundo é seu, pois filho do altíssimo tú és !!!
Quero num dia qualquer
Andar de mãos dadas na rua
Sentar na praça olhar a lua
Ser menina ser mulher...
Minhas ações. Todas foram interrompidas quando te vi apontar na rua. Eu caminhava bem, seguro de mim. Não havia nada que me intimidasse ou que me tirasse a pose de durão; embora eu tivesse só a pose mesmo. Mas foi só você aparecer, que minhas pernas ficaram bambas. Eu não sabia se continuava a andar ou se voltava correndo. Logo veio em minha mente: “como estou?”. Sabe, eu não sou o cara mais lindo desse mundo. Apenas eu queria que você me olhasse diferente. E parece que você sempre olha, não é?
Mesmo sabendo disso, eu queria estar perfeito pra você.
Não sabendo o que fazer, decidi seguir em frente, a seu encontro. Carros passavam, pessoas conversaram, crianças brincavam na rua, mas pra mim, naquele momento só existia eu e você. Afinal, aquele era nosso momento, nosso mundo.
Quando me aproximei, vi em seu rosto um quê de preocupação. Será que pensavas “Estou perfeita?” ou “Há alguma coisa se errado comigo?” Pois bem, se pensavas isso, saiba que não. Não havia nada de errado com você. Você estava linda como sempre.
Enquanto isso eu pensava o que falar. Além de me deixar desnorteado, você tirou de mim todas as palavras que eu pensava falar. Mas, às vezes, elas não são necessárias. Um gesto, um olhar, um sorriso já basta em certas ocasiões. E foi o que aconteceu no momento em que paramos em frente um do outro: um sorriso e um olhar. O sorriso mais encantador do mundo. O olhar mais penetrante que já vi em toda minha existência. Será que você olhava para dentro de mim? Será que sondavas meu coração? Não sei. Só sei que, apesar do embaraço do momento, do não saber o que fazer, só queria que ficássemos ali para sempre. Parados, de frente um para o outro mesmo. Eu não ligaria. Seria o nosso momento. Seria o nosso instante. Seria o nosso amor.
