Miséria

Cerca de 997 frases e pensamentos: Miséria

Enquanto as favelas forem exclusivamente um problema deles, as comunidades de baixa renda e oprimidas, sociologicamente falando, vão invadir, pouco a pouco as suas lindas praias na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro.

Inserida por RicardoBarradas

SEM TETO

Nesse mundo de desigualdades,
Uns tem muito, outros nada tem.
Sem nenhuma oportunidade,
Na rua, vivem sem ninguém.

Será que a justiça existe,
Nesse mundo intolerante?
Pois a maldade persiste,
Faz vitimas a todo instante.

Enquanto dormimos aquecidos,
Há seres dormindo ao relento.
Jazem sós e esquecidos,
Congelados pelo vento.

- Cedric Constance

Inserida por CedricConstance

Além de limitados somos também impotentes diante das misérias humanas como a morte e a ignorância, para fugir dessas impotências muitos escolhem o não pensar, ou seja, o divertimento.

Inserida por DavidFrancisco

A diversão nos consola das nossas misérias.

1623/1662

Inserida por DavidFrancisco

A mais pura verdade na vida é saber que a ingratidão tem "amnésia"! Mas isso pouco importa, pois quem é grato não se importa com esse ato de miséria!

Inserida por ProfessorMarcos

Sabemos que as politicas publicas no Brasil precisam sim privilegiar de forma paternalista e institucional os que vivem muito abaixo da linha de pobreza aceitável. Por ações e programas constitucionais de liberdade de baixo para cima, para todos os cidadãos esquecidos, marginalizados e invisíveis que persistem existirem cada vez em maior numero em agonia por milagres e migalhas espalhadas de forma perversa na base da piramide social e econômica de um sistema meramente capitalista. Ainda deve ser importante criar mecanismos governamentais para exaltar em um campo mais amplo o sentido da condição mestra do cidadão, aposentado e trabalhador. Estabelecer uma correção cultural, moral, ética e educacional soberana, que o capital para o estado democrático e de direito sem a sua capacidade social e cultural não passa de pedaços sujos de papeis numéricos pintados sem algum valor que só privilegiam os grupos agiotas financeiros internacionais que estão aqui de passagem, por atrativos de mercado enquanto a fome, o desespero e a miséria de uma população órfã, tem alto valor.

Inserida por RicardoBarradas

Enquanto o pobre é acusado de se vitimizar, o rico abre o seu enorme guarda-roupa e diz: _Hoje eu não tenho nada pra vestir

Inserida por manuelleitebr

Intelectuais companheiros não são comunidades de baixa renda...como veem de longe. São na verdade miseráveis trabalhadores, favelas e favelados.

Inserida por RicardoBarradas

Fome.

Ah, a trégua do meio-dia!
No silêncio pós-prandial
Saciado, nem cachorro latia
Naquele tempo eu cria
Que haveria paz mundial
Se não existisse barriga vazia
Mal sabia
Que a fome
Até a fé me tiraria
Não por mim, eu comia!
Mas por quem não come
Pela criança que nem sei o nome
Pouco importa como se chama
Comia biscoito de barro
Olha que sarro!
Era manteiga com lama.
Dalí pra frente
Era impossível continuar crente
Não importa o quanto argumente
Nada justifica a ação displicente
De dar o corpo e privá-lo do que o sustente
Não é um ato de amor
Definitivamente!
Poderia julgar indiferença
Ou incompetência
Mas, pra não falar em rancor...
...concluo inexistência.

23/09/15

Inserida por RodrigoQuito

Os políticos com visão de Estado e os grupos comprometidos com o desenvolvimento, com a ética, com a erradicação da miséria, mundo afora, lutam como nunca e perdem como sempre. Não se sabe o porquê, os povos têm fascínio pela mentira.

Inserida por leo_da_silva_alves

Os politicos do meu tempo consistem em mutiplicar aqueles que limpam o chão, para o regozijo da pequena parte, que não faz questão em suja-lo.
Fechando assim o ciclo da pobreza, onde um limpa aquilo que o outro suja !

Inserida por roberto_casagrande_1

Por que admitimos a pobreza extrema, a morte de crianças por inanição e a humilhação de adultos a comer alimentos putrefatos? Como conseguimos sentar à mesa e, depois, dormir com serenidade deixando para trás, como se fossem nada, esses irmãos em súplica?

Inserida por leo_da_silva_alves

Me dizesseram que sem qualificação eu era, Que o intuito errado me guiava, quem me dera se essa conversa fosse de tal forma a mais correta.
Deixei me levar por um instante nessa conversa com miséria, que sem misericórdia na corda do abismo me enlaçou.
Levei um tempo para perceber que o meu saber era um transtorno para muitas vidas reprimidas, e por não terem meu saber queria rouba lo de mim trocando pelo trantorno que as rodeava.
Percebi por bem do meu próprio ego e vida pacata que na conversa falha e virtuperada do meu próximo não caíria feito uma criança.

Inserida por OrlandoBiotoviski

No Brasil não acontece diferente de um país em conflito. Temos mais mortos assassinados do que alguns países que estiveram em guerra, isso graças aos políticos, que sujam suas mãos de sangue indiretamente, deixando nossas fronteiras à deus-dará, passando armamentos mais poderosos que os da nossas Forças Armadas, deixando pessoas definharem até a morte por falta de saúde pública, fazendo com que nossas crianças sem estudo entrem para o crime ou sejam moradores de rua na miséria morrendo de frio e fome.
Como eles deitam e dormem calmamente em seus travesseiros de plumas de ganso como se não tivessem culpa nisso tudo? Isso eu não sei, mas acredito em Deus e que um dia vão pagar por seus pecados, disso eu não tenho dúvidas!

Inserida por diego_alexandre

Sua vida vai passando despercebida pelas ruas do Catete. Diferente de nós, ninguém reza por ele, ninguém chora por ele, nem velas serão acesas para ele... Contudo, graças ao passaporte da bem-aventurança, irá logo logo para o céu, igual a todos nós!

Inserida por AlessandroLoBianco

Ainda sobre o Catete, comecei a ver um "cara de rua" direto... Vive nas imediações do Museu do Catete. Negro, boa complexão física, aparentando uns 50 anos. Usa, habitualmente, roupas rasgadas deixando à mostra, por desgraça, vamos reforçar, o que os nudistas exibem por prazer. Seu corpo é infestado de parasitas e por isso vive se coçando. Tem aquelas tromboses com lepra nos tornozelos e grita poemas a seu modo, ali em frente a lanchonete Big-Bi; xinga as crianças que saem do palácio e o provocam, ou pára em frente ao palácio e perde a compostura xingando o governo pelo que ele acusa de "roubalheira nas eleições". Dorme na calçada, ou, quando chove, se vê obrigado a dormir sob as coberturas da Rua do Catete, da Rua Pedro Américo, ou adjacentes... Não dá pra deixar de reparar que ele é extremamente admirador do palácio... Por vezes pára, e fica com uma cara de pão doce, imóvel, olhando o imóvel. Vive por isso fazendo versos em homenagem ao palácio. Versos gozadíssimos, cujas rimas param algumas pessoas mais perceptivas... O seu nome, ou apelido, não consegui descobrir ainda. Sempre que tento, quando ele está mais calmo, recitando os versos em frente ao palácio, é sábado ou domingo, quando as crianças ficam provocando o pobre homem, que, ao perceber a gozação, inicia uma série decorada de palavrões impossibilitando-me de qualquer contato. Ainda lembro de alguns versos: "Tcham, tcham, tcham, ninguém faz nada por mim, tchan tchan tchan também quero casas". São uns versos meios bizarros mesmo, no estado bruto. Esse "tcham", é pra entender que ele canta seus versos. A melodia, se bem me lembro, é quase igual ou semelhante em todos os versos, sobre tudo, sem estribilho. Ele bebe, vive de esmolas, e quando as recebe agradece com bons modos, os restos de comida de quem sai da lanchonete e mitiga sua fome. Mas, desde que não discordem do que ele diz durante a aproximação. Se alguém der uma esmola, e ainda der um conselho, é certo a descompustura e, de acordo com o grau do conselho ( "o senhor tem que parar de beber", "cadê a sua família, procure sua família", "procure um trabalho") ele chega, por vezes, a atirar no doador da esmola a própria esmola recebida. Até agora apurei que, assim como eu, ele também tem seus momentos de introversão. Reparei que é sempre quando está chovendo. Nessas ocasiões, quando passo por ele, está sentando na calçada com uma parada tipo um pregador de varal, daqueles antiguinhos de madeira, e com ele inicia um rápido movimento entre os dedos, fazendo com que o pregador deslize ao longo do polegar até o indicador. Assim está sempre quando chove. Parece que fica curtindo sua desgraça, ruminando o passado possivelmente melhor do que o presente, e certamente bem melhor do que o futuro sem esperanças. Sem esperanças porque não podemos ser hipócritas; um ser humano alheio a tudo e a todos. Sua figura marcante de miserável de rua se apresenta bem nítida e ninguém liga. Sua vida vai passando despercebida pelas ruas do Catete. Diferente de nós, ninguém reza por ele, ninguém chora por ele, nem velas serão acesas para ele... Contudo, graças ao passaporte da bem-aventurança, irá logo logo para o céu, igual a todos nós!! Feliz Carnaval.

Inserida por AlessandroLoBianco

Até onde vai? Onde irá parar?
A sociedade nega nós Humanos, quem poderá nos ajudar?
Preparados alguns...
Despreparados todos.
Limitando-os as mente,
Quando é que a sociedade será justa novamente?
Se são sete bilhões de pessoas no mundo, e dito um bilhão de miseráveis porque seis bilhões não poderia ajudar apenas um bilhão?
O problema já descobrir, é porque as pessoas só pensam em si.
Se a sociedade não fosse submissa ao capitalismo, todos os seres da terra seriam amigos,
Se a questão não fosse o poder, todos os povos da Etiópia teriam um alimento pra comer.
Faltando lenha, apaga-se o fogo. E sem egoísmo sacia-te a todos.
Pergunte pra si mesmos e vão perceber se é melhor cinco mil satélites ou ver uma criança crescer,
Todos da sociedade são alienados desviam-se do certo e vivem o que é considerado errado.
Pensam e reflitam e vão perceber,
Que pra mudança começar só depende de você.

Inserida por Mikaelqueirozrocha

Só não economizei o meu dinheiro ainda, porque não tenho.

Inserida por LeticiaSalgado

Os donos das terras chegavam às plantações ou então mandavam alguém no lugar deles. Vinham em carros fechados e pegavam pequenos torrões de terra seca para esmagá-los entre os dedos e assim conhecer-lhes a qualidade; outras vezes traziam grandes escavadeiras que revolviam o solo para a análise. Os meeiros, às portas de suas cabanas míseras, olhavam inquietos o rodar dos carros através dos campos. E, finalmente, os donos das terras paravam às portas das cabanas para falar, sem sair do assento de seus carros, com os meeiros. Os meeiros paravam ao lado dos carros por um momento, e depois punham-se de cócoras e esgravatavam a poeira com varinhas secas.
As mulheres dos meeiros também chegavam às portas das cabanas e, com os filhos pequenos atrás delas, crianças de cabelos cor de trigo, olhos muito abertos, um pé nu sobre outro pé nu, os dedos dos pés a catar a poeira, olhavam os maridos falando com os donos das terras, e as crianças também os olhavam; mantinham-se em silêncio.
Alguns proprietários eram afáveis e detestavam o que tinham que fazer; e outros ficavam irritados e coléricos porque não gostavam de parecer cruéis e outros ficavam impassíveis porque tinham descoberto que um homem não podia ser dono de terras sem ser impassível. E todos eles se sentiam presos a uma armadilha mais poderosa que eles próprios. Alguns detestavam os algarismos que os impeliam a assim proceder, e outros tinham medo e ainda outros gostavam dos algarismos porque eles lhes forneciam um refúgio contra os tormentos de sua consciência. Se um banco ou uma companhia era o proprietário da terra, seu representante dizia: o banco, ou a companhia, é que assim quer, insiste, exige, como se o banco ou a companhia fosse o monstro, cheio de ideias e sentimentos, que os apanhasse em sua armadilha. Os representantes não queriam tomar a si a responsabilidade dos atos dos bancos ou das companhias, porque estas eram os patrões, e, ao mesmo tempo, máquinas de calcular, e eles não passavam de homens, de escravos. Alguns representantes tinham orgulho de serem escravos de patrões frios e poderosos. E, sentados em seus carros, explicavam tudo isso aos arrendatários dizendo: vocês sabem, estas terras são pobres, não dão mais nada; vocês já as revolveram bastante e agora não dão mais nada, Deus sabe disso?
E os meeiros acocorados no chão meneavam a cabeça em sinal de assentimento e concordavam, refletiam e desenhavam figuras no solo empoeirado. Sim, senhor, eles sabiam. As terras não dão mais nada. Deus sabia também. Se ao menos não fosse essa poeira que cobria tudo, decerto com algum adubo se dava um jeito. E os donos ficavam aliviados e diziam: pois é isto, as terras estão ficando cada vez mais pobres e imprestáveis. Vocês sabem o que o algodão está fazendo às terras; suga-lhes todo o sangue, toda a seiva.
Os meeiros acenavam com a cabeça, nós sabemos, Deus sabe. Se ao menos pudessem fazer uma rotação das culturas, lhe devolveriam o sangue, à força.
Bem, agora é tarde, não adianta. E os representantes explicavam aos meeiros como eram fortes os monstros, os bancos e as companhias, muito mais fortes que eles. Uma pessoa podia continuar com as terras enquanto elas lhe davam de comer e permitiam pagar os impostos; assim podia continuar com elas. Sim, podia continuar, até que as safras falhavam e tinha de se recorrer aos bancos para pedir empréstimos.
— Mas, olha, um banco ou uma companhia não pode viver assim, porque estas criaturas não respiram ar, nem comem carne. Elas respiram lucros e alimentam-se de juros. Se não conseguirem estas coisas, elas morrem, como vocês morreriam sem ar e sem carne. É triste mas é assim. É assim, simplesmente.
E os meeiros, agachados, erguiam a cabeça e aventuravam com timidez: mas será que não se pode esperar mais algum tempo? Talvez o ano que vinha fosse melhor, houvesse uma boa safra. Deus talvez permitisse que houvesse muito algodão no próximo ano. E com todas essas guerras, não é, o algodão pode subir de preço. Eles não faziam explosivos com o algodão? E uniformes? Tratem de arranjar muitas guerras e o preço do algodão subirá até o teto. Quem sabe no ano que vem? Olhavam os senhorios com olhares interrogativos.
— Não, nós não podemos nos fiar nisso. O banco, esse monstro, tem que receber logo o seu dinheiro. Não pode esperar mais; senão, morre. Não, os juros não param de subir. Quando o monstro para de crescer, morre. O monstro não pode ficar sempre do mesmo tamanho.
Dedos finos tamborilavam nas vidraças dos carros e dedos duros e calosos esgravatavam ansiosamente a poeira. Nas soleiras das cabanas batidas de sol em que moravam os meeiros, as mulheres suspiravam e mudavam as pernas, de maneira que os pés que estavam no chão ficavam no ar e os que estavam no ar ficavam no chão e os dedos dos pés se mexiam lentos. Cães se acercavam, farejavam os carros e urinavam nos pneus um após o outro. E galinhas se acocoravam na poeira quente e sacudiam as penas para tirar o pó que se lhe descia da pele. Nos pequenos e apertados chiqueiros, os porcos grunhiam remexendo com os focinhos os restos turvos de lavagem.
Os meeiros baixavam outra vez os olhos.
— Que vamos fazer? A gente não pode contentar com uma parte menor ainda das safras. Estamos na miséria. As crianças tão sempre com fome. Não temos roupas, só farrapos. Se toda a vizinhança também não fosse assim, a gente teria até vergonha de ir à missa.
Por fim, os donos das terras desembuchavam. O sistema de arrendamento não dava mais certo. Um só homem, guiando um trator, podia tomar o lugar de doze a catorze famílias inteiras. Pagava-se-lhes um salário e obtinha-se toda a colheita. Era o que iam fazer. Não gostavam de ter de fazê-lo, mas que remédio? Os monstros assim o exigiam. E não podiam se opor aos monstros.
— Mas os senhores vão matar a terra com todo esse algodão.
— Sim, a gente sabe disso. Mas vamos cultivar bastante algodão antes que a terra morra. Depois vendemos a terra. Muitas famílias lá do leste querem comprar um pedaço dessa terra.
Os arrendatários erguiam os olhos alarmados:
— Mas que será de nós? Que é que nós vamos comer?
— Vocês têm que sair daqui. Os arados vão rasgar os quintais.
E agora os meeiros endireitavam-se, coléricos. O avô tomou conta destas terras e teve de lutar com índios e expulsá-los daqui. E o pai nasceu aqui e teve que matar as cobras e arrancar as ervas daninhas. Depois, vinha um ano ruim, e ele tinha de fazer empréstimos.
(John Steinbeck, in As vinhas da ira)

Inserida por Filigranas

Os sábios não reclamam de coisas perdidas, nem reclamam a respeito dos mortos, ou dos eventos do passado. Mas, os tolos, contudo, choram por coisas pelas quais não vale a pena chorar e, por isso, aumentam a sua aflição, a sua privação, e a sua miséria.

Inserida por JGSRRR