Minha Namorada Disse que eu Sufoco ela e agora

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A Espantosa Realidade das Cousas


A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.

Basta existir para se ser completo.

Tenho escrito bastantes poemas.
Hei de escrever muitos mais. naturalmente.

Cada poema meu diz isto,
E todos os meus poemas são diferentes,
Porque cada cousa que há é uma maneira de dizer isto.

Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada.
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.

Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.

Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto;
Mas acho que isto deve estar bem porque o penso sem estorvo,
Nem idéia de outras pessoas a ouvir-me pensar;
Porque o penso sem pensamentos
Porque o digo como as minhas palavras o dizem.

Uma vez chamaram-me poeta materialista,
E eu admirei-me, porque não julgava
Que se me pudesse chamar qualquer cousa.
Eu nem sequer sou poeta: vejo.
Se o que escrevo tem valor, não sou eu que o tenho:
O valor está ali, nos meus versos.
Tudo isso é absolutamente independente da minha vontade.

Porque é que um sono agita
Em vez de repousar
O que em minha alma habita
E a faz não descansar?

Que externa sonolência,
Que absurda confusão,
Me oprime sem violência
Me faz ver sem visão?

Entre o que vivo e a vida,
Entre quem estou e sou,
Durmo numa descida,
Descida em que não vou.

E, num infiel regresso
Ao que já era bruma,
Sonolento me apresso
Para coisa nenhuma.

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança

Castro Alves
ALVES, C., Tragédia no Mar

Nota: Trecho de "Navio Negreiro"

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Sabe, minha classe de lealdade era uma lealdade a meu país, não a suas instituições ou seus governantes oficiais. O país é algo real, é o substancial, o eterno; é algo pelo que vigiar e preocupar-se e ao que ser leal. As instituições são estranhas, são meras roupas e as roupas podem ser mudadas, se tornar ásperas, deixar de ser confortáveis, deixar de proteger aos corpos do inverno, a enfermidade ou a morte. Ser leal aos trapos, disparar pelos trapos, venerar aos trapos, morrer pelos trapos, isso é lealdade ao irracional, é puramente animal. Isto pertence à monarquia, foi inventado pela monarquia. Deixa que a monarquia os conserve.

Nossa Senhora, me dê a mão. Cuida do meu coração. Da minha vida. Do meu destino. Do meu caminho, cuida de mim!

São palavras queimadas, não existentes, palavras em minha mente, frases, textos, você sabe, uma imaginação fértil pode fazer muita coisa, menos tornar reais os sonhos.

Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.

Miguel Torga
TORGA, M., Diário XII

Nota: Trecho do poema "Liberdade"

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Minha história é de uma escuridão tranquila, de raiz adormecida na sua força, de odor que não tem perfume.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Tem que sofrer muito minha filha, tem que ser largada por um milhão de homens e vê se aprende que amor não se implora. Vê se aprende que se ele gosta, uma frase no orkut não significa nada. Vê se aprende que se ele não gosta, você pode escrever até o RG dele no seu facebook, ele nem vai ter a capacidade de ler. Aprende. Aprende. Aprende que dói menos.

Muito incidentes marcaram minha vida, mas um dos que mais me deixaram angustiada foi com Tommy Retting, o garotinho de que trabalhou comigo em O Rio das Almas Perdidas. Era introvertido e certo dia perguntei-le porque nunca falava comigo, ele respondeu: É que minha mãe disse que a senhora não é boa companhia. Mas até que eu me acho muito boazinha

De repente ouvi teu nome. E quase que imediatamente te procurei a minha volta. Não te encontrei, mas me dei conta de que eu estava sorrindo.

A violência é parte de sua escolha de vida. A sua definição de humano não é igual à minha. Para você, isso significa algo... negativo. Para mim, é um elogio.

Stephenie Meyer
A Hospedeira

Toda vez que estava em sua presença, minha existência parecia justificada.

Aprendi pela minha recusa em aprender.

Prazer e sofrimento. Toda minha vida, defini o prazer e a dor como duas sensações vizinhas.

Se pronunciavam o teu nome diante de mim, corava e na minha perturbação julgava que tinham lido esse nome nos meus olhos ou dentro de minha alma, onde eu bem sabia que ele estava escrito.

Que faço dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano – já me aconteceu antes.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica A lucidez perigosa.

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Minha vida é um livro aberto. Ligeiramente pornográfico, talvez, mas aberto.

Fazer o bem é a minha religião.

Muito cedo foi tarde demais em minha vida.