Meu maior Erro foi ter te Amado
SECURA SEQUIOSA
Sequiosa a secura, como é frágua
o chão ressequido árido secou
Posso ter sede de mais água
mas do craquelado, o cerrado eu sou
E na cremação dos meus versos
saudades, magia e seca maresia
Rimando no cerrado, diversos:
O abrandar da noite, a azia do dia...
Fria está sequidão, ardida e fria!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2016
Cerrado goiano
TEMPO EM SONETO
Se tempo é a minha fortuna, quero ir além
Ter quem, no essencial tempo para amar
Tempo nas palavras pra falar com o olhar
Tempo no tempo pra ter tempo, também...
Porém, que este tempo traga um lugar
Que se possa no tempo confiar a alguém
Tempo ao tempo que esperança contém
Criando tempo no meu vário caminhar
Se tempo é tudo que tenho, me convém
Aprecia-lo com tempo, assim, respeitar
Cada tempo que o tempo no fado detém
Então, no tempo eu ter afeto sem desdém
E cada detalhe do tempo, o bem embalar
Sem objeções e ofensas ao tempo... Amém!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
VAI E VEM
O fado é um vai e vem
nem sempre tão livre assim
a sorte, no ter, vai além
porém, a fé está em mim
E assim, caminha a vida
cada dia o seu destino
o tempo a quimera parida
a gratidão no sol matutino.
Pois estamos de partida...
Já os sonhos tão sonhados
metamorfoseiam num segundo
se nos espinhos são arranhados
nada é pra sempre neste mundo.
Pois cada segundo, emaranhados
de querer, ser, desejar: tão fecundo...
Às vezes bem
Às vezes mal
Vai e vem...
Tudo igual
dó-re-me
Habitue-se!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
31/07/2018, 05’30”
Cerrado goiano
Alforria
Seria bom, eu queria
Ter uma afeição tua
Uma palavra à revelia
Nada ouço ou vejo na rua
Noturnal, duma noite vazia
Só a lua solitária, fria e nua
me fazendo companhia...
Mas a saudade é sua
ou é minha?
Não importa a quem valeria
se a vida é torta
e reta é a sabedoria
do tempo. Se viva ou morta
a prosa da poesia.
O que voga é o que o amor reporta
aí sim, a paixão tem harmonia
e a permissão, na solidão, exporta...
Alforria!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
SONETO DO CERRADO
Se falas que o cerrado é torto
Também falas sem ter razão
Tem belos vales no árido sertão
Não há porque do ver boquitorto
O pôr do sol é infinito em oblação
As flores rastejam num viver lindo
Sempre vivas no seu vai e vindo
Num vento ganindo verso e canção
Se o espanto aborta com tanto encanto
É porque o cerrado tem o seu encantar
Nele o grotesco é airoso no quebranto
Logo bem vês que admirado é o olhar
Cada desalinho alinha um tal recanto
Por Deus traçado tão contrastado lugar
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Abril, 2016, 10'28"
Cerrado goiano
Inspiração
Uso a poesia para falar de meus silêncios
Para a magia das palavras ter companhia
Em cada rima o hospício de meus suplícios
Assim, falo e ouço, escrevo o real e fantasia
Dou importância na simplicidade do fictício
Vivendo na levitação da imaginação, do só
Que possa vir e me trazer algum auspício
Assim, somos fadados, na matéria e no pó
Tudo na sorte com os seus diversos vestígios
E nos desperdícios das palavras dou um nó
Me perco no desenrolar de cada emoção
Pois cada trova no meu poetar é um cipó
Onde eu gangorro solitário na inspiração
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Desejo
Quem me dera ter vivido poeta
Ter olhos que veem a emoção
Mãos pra cantar a canção certa
Fazendo poemas da inspiração
Ah, quem me dera!
Saber rimar frases de amor
Compor rimas com quimera
E na quimera lapidar a dor
Quem me dera, ah!
Ter a estrofe certa pra paixão
Na quadra ter a sublime forma
E doces versos para o coração
Ah! Sonhador de ser poético
E neste sonho muito quisera
E o pouco que faço é sintético
Ser poeta? Ah, quem me dera!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
SONETO DE "ÁS" DE COPAS
Pra encontrar amor de verdade
É preciso ter no coração vector
Onde o prélio de sinceridade
Tem dupla, não um só jogador
Senão deixa de ser paridade
Pra ser unitário espectador
Sem sorte e possibilidade
Onde não existirá amador
Claro, amizade é qualidade
Com respeito, se assim for
Senão: - blefa a felicidade!
Na afinidade, trocas de amor
Na soma dos pontos, unidade
Nos “ás” de copas, o amor vencedor...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25, janeiro de 2017
Cerrado goiano
SONETO DO IMAGINÁRIO
Às vezes imagino a imaginação ter
Então, fica no imaginário faiscante
Perdidamente o meu querer dante
Do tempo, sorte, do poético viver
Às vezes silêncio, e outra cantante
Porém, a imaginação é de puro romper
De uma quimera a nos surpreender
No imaginário que esvai do instante
Aí, o imaginar vem e traz o oferecer
No suposto totalmente incessante
Da imaginação dum vasto aperceber
E no vário dum imaginante alucinante
Fecundante é a imaginação de conceber
Pois, o imaginário é sempre navegante
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
SONETO DO AMOR QUERIDO
Ah! Amor! Eu estou por aqui
Podes até ter passado por mim
Se tive de olhos fechados, enfim,
Sem tê-lo é tão ruim, fico por aí
E se são tantos no pouco assim
Não se esqueça que a ti persegui
No coração, quer seja acolá ou ali
Pra então, ornar-te no meu jardim
Quero me dar na emoção só pra ti
Com servilismo e, um doce carmim
De afeto, que do querer eu te pedi
Repousar nas tuas carícias de cetim
E ter a certeza de que nunca desisti
Tu amor querido, és sentido no meu fim...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
MESSALINA (soneto)
Lembro, ao ter-te, as épocas sombrias
Dum outrora. A saudade se transporta
À tempos de prazer, e não dor à porta
De meninices, abarrotadas de alegrias
E nestas felicidades de glórias luzidias
Que a mostra era viço, não ilusão morta
O pouco era muito, e no pouco importa
O estorvo, a mais valia, eram as orgias
Tolas, e não só imaginação em ruína
De quimeras incolores e, assim impura
Num cortejo de recordação messalina
Ó saudade, acostamento de loucura!
Suspirando nostalgias tão cristalina
Tinta de tristura, que no peito segura...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
poemas são ofertamentos
poemas são como relacionamentos
não acontece sem ter sensação
pois são misturas de sentimentos
união e estro na sua composição...
Poemas são feitiços em ofertamentos
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril, 2016 – Rio de Janeiro, RJ
POR AMAR (soneto)
Por tantos caminhos, aflito e perdido
Imaginei nas venturas ter firmamento
Que inda agora mesmo, neste sentido
O soneto, insiste tê-lo no pensamento
Tudo aquilo que trovo, na rima cabido:
Pranto, sorriso, quando acaso: - bento!
Se aqui ou infinito, até mesmo divertido
São falas do senso advindas do momento
Piedosa inspiração, que minha dor sente
Poetada ao léu, e tantas vezes ao relento
Se lastima, contigo vou também lastimar
E sobre este poetar, se triste ou contente
Rompendo as variedades de um talento
Se com lágrimas, suspiros: é só por amar!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/01/2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Simplicidade (soneto)
Como eu gostaria
Ter a simplicidade
Olhar sem maldade
Queria.... eu queria
Ser igual as emas
Rudes e elegantes
Assim fascinantes
Ser sem dilemas...
Ser, simplesmente:
- Igual uma poesia
- Igual uma pureza
E constantemente:
Ah! gostaria, queria
A vida em singeleza!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2020, 07’01” - Cerrado goiano
AME PRIMEIRO (soneto)
Quem quiser ter poesia, que ame primeiro
O poetar onde, total, caiba na haste da flor
Ai dos que trovam, e dele não é por inteiro
Se apartam das quimeras e do afável amor
Os versos sorriem, enfim, ao ser certeiro
No peito do poeta que está um amador
No sonho passageiro, da ilusão é herdeiro
O bardo romântico, um eterno sonhador
Ai de quem, gerando-os, nada lhes trouxer
Ai dos que tem o dom e não tem o afeto
Hão de ali perder-te o que a emoção quer
Aí, no silêncio do senso um rimar inquieto
Coração sofredor e da ventura sem saber
Então, redigi solidão no corpo do soneto!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/04/2020, 06’37” – Cerrado goiano
UM TALVEZ
Sempre quis ter no afeto aquela felicidade
Recanto em que minh’alma estaria pausada
Deparasse, afinal, com a fé da cumplicidade
Demorando em uma longa e jovial jornada
Um sorriso virtuoso, assim, com verdade
Aquela palavra certeira e tão enamorada
Em que o coração pulsa cheio de amizade
E, tem caseira e boa conversa descansada
Ah, como é bom ter o alguém confidente
O que nos dá ouvido, os de beijo ardente
Consolo ao amor, e nele me completasse
Um talvez, mais de um, nenhum exato
Frechado pelo cupido, e fosse de fato
Pleno, sem que eu mais o procurasse!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/12/2020, 18’57” – Triângulo Mineiro
Nós não podemos nos perder ...
O destino fugiu de ter lavras
Nos rabiscos de nosso amar
O que ficou em meias palavras
Podemos escolher o recomeçar
Quero ainda de te saber
Tenho fome desta vontade
Satisfação de poder te ter
Por total, não só metade
Se último for este passo
Levando-me ao início do fim
Saudosar-me-ei do teu abraço
Mas antes, brandarei pra valer
Na voz do poetar, a ti saber:
- nós não podemos nos perder!
(é amor! e amor tem que viver!)....
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de maio de 2010, 10’00” - Rio de janeiro, RJ
AMOROSAMENTE...
Sempre se há de ter arrimo no amor
E se há de encontrar graça e alegria
Cada dia, no encargo de um amador
No afeto, ternura, fantasia e poesia
No fado há inspiração na companhia
Poética para aquele que manda flor
Onde pode extasiar-se, e ter tutoria
Da paixão, do sonho cheio de sabor
Há pelo querer ter e ser, a gentileza
Nas quimeras em prosa, na proeza
Do olhar, pretendido de esperança
E há de sempre existir sentimento
Para quem souber ter sacramento
Na partilha, onde se há confiança!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02/03/2021, 09’31” – Araguari, MG
AMAR-VOS ...
Se estro por amar-vos se merece
Quão devo ter, de glosa ser isento
E que prazer, e quanto sentimento
De carícia e a emoção que oferece
Minha poesia. Prosa que obedece
E não refece o atento pensamento
Redigi a rima, não coze tormento
E não melindra, e não se esquece
Ah! ... hei de reverenciar, amando
O coração canção por ti pretende
Inspirando a cada segundo nosso
Posso, devo, assim, vou poetando
Por onde o brando amor entende
Causando a poética do que posso! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/03/2021, 13’02” – Araguari, MG
SUSPIRO OFEGANTE
Que é saudade sem ter-te? apenas um vão
Dum sentir frio e o vazio sem a face da lua
O desejo sem te ter? Esvaziado na solidão
Emoção que pelo céu a recordação flutua
Passo a passo. O caminho sem ti? Imensidão
Da noite usurpando o dia, grito e agonia nua
Sofrência? Lágrimas, ai! E pranteia o coração
Pra esquecer o encanto, a graça, prenda sua
Que é de meu poetar? Calado e pobrezinho
Sem o teu olhar. São palavras soltas sem lugar
Peregrino solitário, infecundo e sem carinho
Íngreme e pesado fado, sou eu sem instante
Onde o afeto vive perdido e sem poder amar
Na sobra da tristura e num suspiro ofegante!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Maio, 11, 2021, 09’46” – Araguari, MG
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