Meu Amor Viajou
O mais próximo talvez
Finalmente consigo respirar, algo que, em tempos antigos era quase impossível.
Minhas únicas testemunhas foram as mais puras estrelas que brilham no céu.
O céu foi o meu único refúgio em tempos sombrios, ele me entende, não questiona, e me dá o suporte preciso, sua grandiosidade, não me intimida, ao contrário, me abraça como se fosse um velho amigo.
Três longos anos se passaram, e tudo o que posso dizer é que o tempo cura. Há três anos atrás, eu me culpava, por não ser capaz de viver socialmente, eu me moldava para que outros me aceitassem, mudava minha personalidade, formando um persona. Eu odiava quem eu me tornava perto de outras pessoas, mas odiava ainda mais a solidão. Sim, ela me acompanhou por um longo tempo, ela era minha única e inseparável companhia.
Quando estava em frangalhos e a solidão me acompanhava, tive apenas a minha própria sombra, à espera de uma salvação. Mas ao mesmo tempo em que a solidão me abraçava com seu manto escuro, ela me matava de pouco em pouco, matando minha personalidade, minha autoestima, minha autoconfiança e o pior, meu amor próprio.
Sinto que finalmente estou em paz comigo mesma, agora, eu respeito os meus limites, meus sonhos, ambições, meu corpo e cada pequena imperfeição tão perfeita. E depois de cada luta, lágrima, e pedidos de socorro, eu finalmente posso dizer que amo a mim mesma.
É impossível se afastar de Deus (O Todo) ... "vós sois deuses" ... não existe um Deus separado de você ... Eu Sou, esse é o verdadeiro nome de Deus (O Todo) ... descubra o que você é, e descobrirás que Eu Sou.
Kairo Nunes 20/10/2020.
Amo-te assim!
Amo-te assim, como o fogo ama arder
E arremessar calor e luz do seu ninho;
Quero assim como ele, amar-te e morrer
Contigo e assim arder devagarinho.
Amo-te assim meu amor, e lá mais adiante
Quando formos pó, poeira e coisa nenhuma,
Debaixo da terra, serei teu amigo e amante,
Serei teu mundo, até que ele nos consuma.
Amo-te assim, tão-só e simplesmente,
Que tão certo é Deus ser fé e piedade
Como a minha boca que não te mente
Ou estrelas e astros terem gravidade!
Perca eu a voz, o chão e tu e de repente,
Se este soneto não é, todo ele verdade.
O céu, o inferno e uma história
Antigamente
Éramos unha e carne;
Bebíamos tudo do mesmo copo,
Suores, lágrimas e um afável vinho;
Eras a totalidade de todas as coisas,
Eu era o teu universo
E todas as gravidades
Nos puxavam à nossa cama;
Palavras eram plumas que voavam,
Quando não se estavam a beijar;
Éramos provação e teoremas
E tu lias os meus poemas
Que eram todos para ti;
Rezávamos a Deus, que nos deu
O infinito, um lar e asas, e assim
Íamos em parelha à mercearia
Flutuando como passarinhos;
Era no tempo
Em que Deus respondia a orações
E prometia o céu e uma história.
Anos escarpados depois…
Somos garras que ferem carne;
Cada um tem o seu copo
Por onde bebe a retaliação do outro;
A totalidade de tudo o que éramos,
Esfumou-se no universo
E todas as gravidades
Nos afastam dos nossos centros;
Palavras são agora
De arremesso ou caladas;
Desaprendemos o perdão,
A paciência, a cumplicidade e a beijar;
Somos pétalas caídas de uma flor
De um poema que cheira a bafio;
Já não há mercearias nem passarinhos,
Só corvos, a depenarem-se uns aos outros,
Como nós.
Ainda rezamos, mas em vão!
Deus desistiu, como nós, de ambos.
Nós todos temos apenas três vidas, aquela que vivemos, aquela que queríamos ter vivido e aquela "eterna" que está por vir.
Somos presenteados por pessoas sensacionais em nossas vidas!
Não é por acaso que na nossa vida somos super surpreendidos, de um jeito o qual nem sequer imaginávamos, de sermos agraciados por ser permitido colocar ao nosso lado, aquelas pessoas especiais de quem realmente precisamos. A amizade de um amigo, de uma amiga, fractais de alma, amores eternos, almas gêmeas, seres de luz, ou simplesmente alguém, aquela pessoa que nos faz sentir bem, que vê em nós o que temos de melhor, que procura nos entender em vez de julgar, que nos olha com ternura, que nos abraça e nos consola, que tem respeito pelo que somos e como nos encontramos. Paremos para perceber isso, e termos gratidão, coração e pensamentos puros, e nossa consciência e mente abertas para aceitarmos esses maravilhosos presentes enviados para fazerem a diferença em nossas vidas. São bênçãos enviadas pelo Deus eterno, e derramadas aqui para nós!
[mar]
Omar é misterioso, intenso e cauteloso.
Falta o ar só de olhar. É como se o corpo começasse a inundar no seco. É um mergulho de fora pra dentro. São litros de mar percorrendo as veias do mais puro sangue. Os poros começam a expelir apenas sal. O que resta é nadar dentro do seu nada. Se afogar é opcional.
Agora se é o mais bravo dos marinheiros. Aquele que o desequilíbrio traz o equilibro; o erro traz o acerto; a tristeza traz a felicidade e a contradição traz a razão.
À beira mar se reza para os deuses. Seu Deus pode ser Poseidon ou Iemanjá. De joelhos, com os dedos fincados na areia, busca criar raízes de alma, e ter suas orações atendidas na mais pura calma.
Se deita na areia molhada, buscando se banhar com as espumas que o mar lhe dá. Coloca o coração em repouso, em posição de descanso, e sente que o mar é amar.
[bicho papão]
Nunca tive medo do Bicho Papão. Na verdade, nunca acreditei nele.
Me lembro do meu pai me fazendo dormir: me cobria com o cobertor, me deixando como se fosse um casulo, pronta para a transformação, e dizia:
— Não se levante! Se não o bicho papão que mora debaixo da sua cama, vem te pegar!
Por milhares de vezes me peguei correndo para olhar debaixo da cama e nunca o vi. Desde, então, comecei a pensar melhor sobre ele, e, após anos, talvez, eu tenha entendido um pouco mais sobre esse ser: ele não é cruel como meu pai dizia, nem aparece só a noite. Ele anda no meio dos civis: falando, ouvindo e sentindo; toma cerveja e rabo de galo em botecos de esquina; é moderno de pele e antiquado de coração; sente demais e entende de menos; não quer toda a riqueza do mundo, mas quer conquistar o mundo; não sabe muito bem começar coisas, mas é péssimo em terminar algo; não chora com facilidade — não ultimamente; é ansioso por essência; possui a empatia como pior defeito; acredita que diariamente se nasce e morre, já, que, não se é o mesmo que foi há 10 minutos; se acha sobrevivente do acaso e prisioneiro das opções; pensa constantemente que vive em um pequeno inferno, que, de tão pequeno, se limitou ao tamanho de sua cabeça — para o barulho não incomodar os outros; dá risada quando não pode e faz piadas inoportunas; come todas as manhãs tapioca com ovo e queijo — nem matar gente, ele mata.
Muito já se sabe, muito se ensina e muito se aprende. Ele sabe que essa é a regra do viver. Entende que pode machucar e sabe reconhecer; também entende que as cicatrizes são como as tatuagens que o tempo resolveu desenhar: bem mais doloridas que as tatuagens convencionais.
O Bicho Papão erra e se machuca por machucar o outro. E, com isso, entendi que meu pai estava errado sobre o monstro que dormia debaixo da minha cama. Na verdade, o Bicho Papão mora no meu espelho.
[inocência]
Me pego por diversas vezes pensando que você poderia ter me aproveitado melhor. Poderia ter aproveitado mais as minhas mãos quentes, o meu cabelo que enrola nas pontas e o meu jeito sem jeito de ser.
Eu tenho uma personalidade meio Rita, arredia, áspera, grossa, que não se dobra fácil. E que fique explícito que não é seu corpo a única coisa que quero explícita.
Gosto de sentir o contorno do rosto, o formato das unhas e as linhas das mãos. Quero entrar no seu universo, mesmo sendo o inverso e indo contra a razão.
Nos momentos noturnos penso se você pensa em mim. No entanto, vejo que você está cada vez mais fingida e rígida. E de tão rígida, parece quase quebrar. Talvez seja esse seu desejo: pedacinhos soltos pelo ar.
Me bagunço e bagunço as circunstâncias, as regras, os nomes e os fatos. Tenho o dom de tirar a coerência e permitir que tudo seja possível. Me aborrece notar que você tem medo de se afogar na sua própria profundidade. Mergulhar dentro é de tirar o ar, mas a vista é linda. Deveria tentar.
Você acha que pode me ler e entender, por que me lê sempre? Porra. Francamente. Não seja estúpida e egocêntrica. Eu sei que você é melhor do que isso.
Para me ter aberta, como um livro, é preciso mais do que só olhar. Me permito ler apenas em braile. Quanto ao resto, são só palavras que escrevo, com toda a minha hipocrisia e mediocridade, para meninas como você, que pensam que podem me compreender.
[diferenças]
Não consigo compreender as pessoas que levam ao pé da letra a história sobre "metades da laranja". Não me interpretem mal, longe de mim querer fazer o inferno na vida dos que se rotulam "românticos".
Noto um desleixo profundo em constatar que há seres que andam, respiram, e se dizem possuir um cérebro, supondo que "há uma metade sua perdida por aí que, talvez, um dia, a encontre para ser feliz, amada e inteira".
O amor está nas entrelinhas, nunca nas linhas escritas. Você não ama porque ela é um bom partido, trabalha 8 horas por dia, é registrada no regime CLT e tira férias após 12 meses.
Se ama pelos detalhes, pelas palavras que não disseram, mas que vocês, de forma mágica, sabem que estão lá no silêncio. É a mania que vocês encontraram de deixar tudo tão subentendido que passou-se a se entender.
O amor não está no bom berço, no intercâmbio para Dublin ou no ensino pré e pós; não está, nem mesmo, no sobrenome impronunciável ou naquela pulseirinha life com um pingente de gato pendurada no pulso - horrível por sinal.
Se ama pela loucura, pela falta de ar que ela te provoca só de lembrar. Nunca vi uma história de amor ser concebida no café com leite morno. O amor é um café quente: ele te queima, te acorda e vicia.
O amor não acontece pela perfeição. Tudo que se apresenta de forma muito perfeita, acredite, é falso.
Ela é uma baita arrogante. Gosta de restaurantes caros, roupas mais caras, ainda. E, cara! Você se arrisca no churrasquinho grego do centro, e só compra roupas em galerias ou promoções do shopping. E, aí?
E, aí o amor se fez; com dois, sendo cada um.
[câncer]
Acho que a principal característica de um escritor é ficar no "quase".
Quase amei, quase me apaixonei, quase deu certo, quase conquistei, quase perdoei, quase fui perdoada; quase, quase e quase.
O "quase" se transformou em um desassossego no peito daquele que transpõe o sentimento no papel; é um verdadeiro câncer. É a falta de expectativa no futuro e a tristeza em afirmar que "vive um dia de cada vez"; e diz isso só pra não cair no carrossel de ilusões das certezas.
Portanto, acho que o escritor sofre de câncer psicológico terminal: não vê nada concreto à frente, vive um dia de cada vez, valoriza o que ninguém vê, observa os detalhes, dá sorrisos dissimulados para não transparecer qualquer tristeza, sofre pelo que não viveu e só fica no "quase".
[zero]
Nunca disseram que recomeçar do zero seria fácil. Nem que as ressignificações precisariam ser tão doloridas e incomodativas. É um incomodo que me lembra um joelho ralado em todas as suas características: dói pra andar, dói pra sentar, dói pra vestir, dói pra tomar banho, dói pra tratar, dói pra curar e ficamos com uma cicatriz pra lembrar.
Você tem todo o direito de recomeçar do zero quando a única coisa que sobrar for dezenas de memórias. Não se preocupe com as cobranças, elas não existem mais. Todas as suas dívidas já foram quitadas com o universo. E não ouse se sentir incapaz. A capacidade está em tentar e errar. Então, erre!
Você tem todo o direito de ressignificar aquela música; aquele cheiro; o seriado; o sabor da bebida quente; o vinho na varanda até o amanhecer; o percurso que fazia até o trabalho; as manias e os jeitos. Inclusive, seu jeito foi o "jeito" que você encontrou para aprender a lidar. Seja mais gentil com ele e façam as pazes, porque é o jeito!
Você pode ter tudo que quiser, na mesma proporção que precisa merecer aquilo que quer. Há oceanos de distância entre o querer e o merecer. Tente, se arrisque, coloque a cara a tapa, e se levar um tapa, olhe para frente e siga. Afinal, foi só um tapa.
Você tem todo o direito de mandar seu chefe ir à merda, mesmo que em pensamento. Vista seus calçados mais ousados e dance a dança da demissão, se for o caso. Nem o MSN aguentou viver só de status e o Pokémon ensinou que evolução ocorre em grande escala. Então, seja melhor que esses dois, por favor.
Você tem todo o direito de desacreditar de si mesma, das suas capacidades e objetivos. Só não é interessante fazer isso todos os dias. Então, sugiro que o faça uma vez por semana, se o fardo for muito pesado. Se permita comer quilos de carboidratos; a não tirar a roupa velha de dormir; a deixar o banho para amanhã, e a não se mexer durante todo o dia. Mas, no dia seguinte, levante. Dormir dias seguidos de conchinha com a ansiedade, não é legal. Ela é muito possessiva.
Você tem todo o direito de recomeçar do zero, só não tem o direito de deixar que alguém suponha seu valor. Entenda que, de zero em zero, se faz um milhão.
Na busca por fama e engajamento, opiniões fogem da realidade.
Discussões sem fundamento, fazem mentira ser verdade.
As pessoas estão doentes, tratando a vida de forma banal.
Tomando ações inconsequentes, nesse mundo virtual.
Parem apenas um instante, busquem entendimento.
O equilíbrio nunca esteve tão distante, nessa falta de autoconhecimento.
A vida é agora, o tempo que passa é real...
Não joguem o AMOR fora, alegando que esse é o “Novo normal”.
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