Metro
O cotidiano das coisas
Na fila dos trens, nos pontos de ônibus, no estresse do metrô,
o gado humano vai em busca do pasto seco pra num morrer de fome.
Multidão de operários, todos em comum acordo
de não levar pra casa a má notícia de mais um não.
A falta de oportunidades mina os recursos.
As crianças pedem incessantes
por um pedaço que seja dum pão sem gosto.
Mas o sol pungente esfacela a poeira da expectativa de qualquer futuro.
A vida é sina errante por uma estrada tortuosa.
Miserável cotidiano de sonhos destruídos pela dureza dum caminho
cheio de falhas e falta de sinalização.
A espera de mais uma chance pra tentar fazer diferente
e de novo o mesmo erro de pensar que tudo não é mais igual.
A cova dos meus penhores não atormenta a memória em desalento com a realidade.
Viva cada dia a seu próprio curso.
Mais que pseudo promessas são as realizações,
a concretude do destino, a terra sob os pés, o céu sobre a cabeça.
No final de mais um turno, a única certeza é que parados não vamos a lugar nenhum,
nunca.
Contágio livre
eu vi no metrô
uma moça sorrir sozinha
e ri
talvez, se alguém me visse sorrir
essa pessoa pensaria
que estou rindo sozinha
e riria
então
em alguns segundos
toda barra funda
estaria
à gargalhar!
Um surdo dentro do metrô vendendo produtos, quando chegou minha vez usando a linguagem dos sinais (libras), agradeci, desejei bom final de semana e parabenizei por sua força de vontade. Conversamos 30 segundos, nos despedimos e ele saiu. Logo um grupo de burropatas falou: viu[sic] eles estavam fazendo mímica, devem ser de teatro pobre querendo grana fácil.
Agora entendem porque sou contra o porte de arma?
Melancolópolis.
A solidão conglobada no metrô
da tarde.
Estômagos gritam
em esperanto
o vazio infinito
desses dias.
O aço da navalha, tira minha barba, o aço do metrô, levou o meu amor, e assim eu sigo, entre os trilhos, procurando os destroços de um amor que se jogou na frente dos aços moveis, cada pedaço dele eu vou juntando e remendando com linhas de tricô.
Titulo: aço mortal.
Esbarrei com um sonho
Desencantado e choroso
De um metro e quarenta
Pele preta
Cabelos desgrenhados
Corpo magro
Roupas rasgadas
Sujo feito o asfalto
A sujeira do vento
A calçada em que morava
Feito um cão abandonado
Perdeu o caminhão da mudança
Seus pais o deixaram
Quando ainda era uma criança
Sentia fome
Sentia sede
Mas nada disso importava
Sentia saudades
De quem nem mais se lembrava
Apesar da tristeza abafada
Sorridente
Insistia em mostrar os poucos dentes
Feito um Pivete
Corria pelas ruas
Batia sua bola
Um coco seco
Feito uma vida que pulsa
Cantava mesmo sem motivos
Gritando pra quem passasse
“Sou Feliz”
Em seus ombros um caixote
Engraxava alguns sapatos
Ganhava algum trocado
Se alimentava de pouco
O necessário
Era o preço do abandono
Como se tivesse escolhido
Nascer
- Pivete, o que você quer ser quando crescer?
- Tio, se eu crescer... Quero ser vivo.
- Tem medo de morrer, Pivete?
- Tio, por aqui os sonhos custam caro, e a minha vida vale pouco.
Fechei meus olhos, e o verde veio no
sentido metro... foi travando suas rodas,
abrindo as portas e invadindo o solo e as paredes do metrô, e
com o verde veio os pássaros que em
harmônia ao meu desejo ficamos ao solo
da guitarra...
BB king Eric Clapton crooss
VIDA
nós somos como um vagão de um metro. Vamos andando até a estação final ..mas vamos sempre parando e pessoas vão entrando ... e algumas entram e sentam no assento preferencial , onde tens um lugar especial em nossos corações e outras apenas sentam em qualquer lugar, ou as vezes nem sentam , por que já vou sair na próxima estação ... e são bem poucas , aquelas que ficam até o final .
Estava chovendo quando saí de casa para a estação de metrô. Era bem cedo, não havia muita gente na rua, apenas alguns comerciantes abrindo suas lojas e pessoas voltando de trabalhos noturnos com um ar de cansaço. A melancolia recorrente do dia nublado era evidente e eu gostava daquilo, me fazia pensar sobre a vida, sobre a tristeza personificada em um dia qualquer, nublado e chuvoso.
Chegando na estação logo avisto uma condução vindo. Após entrar no metrô vou andando para os vagões da ponta, onde posso ficar encostado em uma haste de metal. Começo a observar ao meu redor, muitas pessoas pegam essa condução pela manhã pois vão trabalhar, estudar ou os dois, como eu. Muitas feições de cansaço e tristeza, assim como as dos trabalhadores que vi mais cedo. Foi aí que me perguntei: “Mas por que essas pessoas estão tristes em plena manhã?”. Estava maquinando e pensando nos porquês das caras murchas que via ali na minha frente quando avisto uma senhora em pé sendo espremida entre duas outras pessoas. Cheguei mais perto e a ajudei a sair de lá, quando percebi ela já estava no meu lado com um sorriso que ia de uma orelha a outra, me agradeceu e perguntou a onde eu estava indo numa manhã tão chuvosa, eu virei e falei que estava indo trabalhar e logo ela se aquietou, alguns minutos depois voltou a falar comigo:
- Percebi uma coisa nessas manhãs nubladas, todas essas pessoas que vejo todo santo dia estão com essas mesmas caras. Meio amargas e olha que nenhuma ainda chegou na minha idade!
- Eu percebi a mesma coisa hoje, nenhum sorriso, nenhuma feição alegre, apenas rostos pálidos e distantes.
Conversando mais um pouco com a pequena senhora percebi o quanto de vida ela emanava que, por mais que sua aparência evidenciasse sua idade avançada, ela estava disposta e alegre.
Desci na Estação Central, ainda estava chovendo quando saí da estação. Andando na rua me deparo com uma moça de meia idade segurando uma criança de colo, era uma pedinte e estava cedo da manhã naquela chuva, embaixo de uma sacada para não se molhar. Percebi que diferente das pessoas tristes que vi hoje, o semblante dela se destacava, era indiferente, escondido. Quando passei ela me deu um sorriso e estendeu a mão que não segurava a criança, eu já havia tirado uma cédula para dar. Ela me deu um sorriso e logo me agradeceu, assim como a senhora no metrô. Naquele mesmo dia eu percebi o motivo da tristeza desvairada que presenciei. Depois disso, sempre que acordo peço aos céus que o desejo de ajudar o próximo consiga sempre superar o egoísmo e falta de esperança no ser humano.
A cada um metro quadrado que Jesus parava, já tinha noventa e nove metros sobrando, para orar, evangelizar, pregar, testemunhar e mudar a vida das pessoas ao seu redor.
"No metrô ela prende, na cadeia ela solta sem novidade.
No banheiro é fechada, no desenho é fachada no amor é vaidade"
Acho que o único motivo plausível pra se usar óculos escuros no metrô é o medo de um verme alienígena gigante destruir o vagão e os homens de preto virem tentar apagar sua memória.
Nas melhores casas noturnas das grandes metro polis existe a ocorrência de dois tipinhos abomináveis sem qualquer chance de perdão. O pouco famoso a meia luz e o nada famoso na sombra de alguém .Mas pior que um pouco famoso ignorante, pedante e intransigente só mesmo um iniciante nada famoso, as gargalhadas,incomodando a todo mundo, um chato, sem educação, grosso e inconveniente.
Entre em um ônibus cheio ou num metrô lotado às 5h da manhã. Quantas expressões faciais diferentes você verá? O que realmente faz sentido nessa vida? O que move seus sonhos? Um bem material é mais importante do que sua autossatisfação? Somos programados para viver nessa rotina! Somos uma máquina de pagar impostos e tributos! É do nosso suor que sai a alegria dos políticos! Eu não quero ver assalariados sendo roubados! Parem de sugar nosso néctar! Nos deixem viver, e não sobreviver!
O sanduíche foi inventado por um nobre inglês que provavelmente havia saído do metrô no horário de pico.
Me refugio no silêncio da mente, o barulho que me rodeia é passageiro, um passageiro de metrô que mora longe de tudo e de todos
Ha' os que marcham mundos
com o metro na mao,
mas tambem os que se sentam unidos
com as contas no chao!
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