Mensagens de uma Querida Mae de Luto
Pra você me guardei...
Na margem oposta
vejo que você aposta.
Esconde nas sombras uma dor.
Não quer mais saber de amor.
O rio corre para o mar.
Isso ninguém pode mudar.
Seu coração tão carente
Precisa de gente… urgentemente.
Um roçar de leve.
Um olhar suave.
Na margem de cá
Na hora certa… passo pra lá.
A caixa
Entrei mais uma vez em uma caixa.
Só que dessa vez não era uma caixa de brinquedos…
era uma caixa de escuridão.
Tateie por toda ela.
Demorei pra entender onde eu estava.
Adormeci.
O melhor a se fazer na escuridão é adormecer.
Dormi profundo.
Dormi até o fim do mundo.
E olha que a escuridão não tem fim.
Pobre de mim.
Quem poderá?
Titubeio.
As palavras já não se fazem mais.
Tudo está coberto por uma luz fraca.
Os passos vão para frente, voltam para trás.
Desencontros… descompassos.
O pulso palpita,
A alma grita.
Não há mais saídas.
O espelho reflete um corpo
alquebrado.
Olhos estatelados.
Não há mais dúvidas.
Sobraram apenas as certezas.
A calamidade da certeza me assombra.
Um corpo sem sombras.
Uma mente sem dúvidas.
Quem me poderá desanuviar a mente?
Quem me ensinará a ver a verdade em quem mente?
Ardente paixão
Uma ardente paixão.
Sentimentos explodem em meu coração.
Lá fora brumas se juntam como um denso véu.
Escuro e triste está o meu céu.
Chuva virá.
As flores do jardim irá regar.
A terra molhar.
Em meu rosto lágrimas minha visão irão mais embaçar...
Versos
Versos musicados sem partitura.
Poetizo-me.
Há uma dor em nós e ninguém fala dela.
Olhamos pela janela.
Miramos o horizonte.
Nos esforçamos para ir adiante.
Um desfiladeiro nos acompanha.
Cuidadosamente damos nossas passadas.
Não paramos por nada.
Ninguém nos falou que da vida se apanha.
Ninguém falou que o tempo arranha.
… e deixa marcas.
Estações
No tiquetaquear deste frio inverno
dormitam as sementes de uma canção.
Bate tranquilamente meu coração.
Está ele acostumado ao passar das estações.
Logo tudo mudará
A terra deste frio indomável se esquecerá.
De flores a terra se encherá
Melodiosa e perfumada a minha vida de novo será.
Primavera com suas folhas verdes...
Todas quase no mesmo tom...
Ânsias tardias se descongelam
Auroras perfumadas...
... aquecem-se os corações.
Madrasta
Madrasta.
A raiva embrutece.
Os sentimentos das gentes entorpece.
É uma febre que pouco a pouco tudo devora.
Monstros aqui dentro... maiores os lá de fora.
Na solidão a ninguém sabe amar...
Quer a todos dilacerar.
Tentáculos a tudo esmagar.
Cobra, mas nada sabe dar.
Meu amor
Ele tem uma voz que me encanta.
Suave, macia a me envolver...
Eu ficaria de lunes a domingo só a sua voz a escutar...
Oh como é bom ouvi-lo falar o quanto ele gosta de me amar.
No início... um amor tímido.
Não se fazia chamar a atenção
Foi num crescendo com o passar do tempo
Conquistou ele todo o meu coração.
Hoje, meu amor...
A vida não pode mais transcorrer
Se do meu lado não estás a viver.
Mutável
Uma brisa suave fecha o dia.
Abro os olhos devagar.
A luz suave do anoitecer me acalma.
São tantos tons... neon policromático.
Abraço-me com doçura.
Penso em mim com carinho.
Espero meu tempo, espero por mim.
Uma incisão na alma...
Agora só uma leve cicatriz... a cicatrizar
Com coragem olho em frente.
Tomo a proa, a embarcação agora comando...
Agora suavemente sou eu que mando.
Ser mutável.
No chão da fria realidade vou voar.
Uma enorme dor
Uma fração de tempo
…apenas.
E tudo se esvai... tudo embora vai.
Não há aviso prévio.
Clica um botão – uma divindade que não se vê... que não se sabe onde está – e para o coração.
Último respiro.
Nada levamos.
Todos os choros e risos a nada reduzidos.
Antigas lembranças... lembrar pra quê?
O exemplo é o que deixamos.
Dor a muitos causamos – não porque queremos.
Um pouquinho de nós em outros se preserva.
E isso, juro, me enerva.
Amores...
Um dia me fizeste uma jua: irias me amar por todo o sempre...
Hoje aqui amargurada fico a pensar neste amor que não deu em nada.
Onde estás recordas-te de mim?
Onde vives, pensas um pouquinho em mim?
Por que não voltas pra mim?
O desejo por ti me tortura...
Torna minha vida tão escura.
Faltam-me teus beijos, teus abraços
Era tão bom deitar-me em teu regaço.
Estou aqui, meu amor...
Se voltares, vais encontrar o mesmo amor de sempre... aquele que jurei amar-te eternamente.
A morte
"A morte encerra uma vida, não um relacionamento."
Esta frase não é minha, por isso as aspas... não sei o autor e o Google não me ajudou...
Muitas coisas o tempo pode curar, muitas pode até apagar. O tempo deixa tudo tão distante... e é tão fácil pra ele.... deixar as coisas pra trás.
O tempo não carrega nada consigo, e leva tudo embora... numa hora, em outra hora e em outra hora... vai levando, nada deixando ficar, tudo transformando, tudo mudando, trocando de lugar.
Ah! o tempo é um ingrato... fica com tudo.
Mas, você, sorria! O tempo não pode levar nada de você, desde que você esteja morto. Você está certo disso?
É, a morte encerra uma vida, não um relacionamento... e disso, você está certo?
Desequilíbrio
Palavra de ordem: individualidade.
Eu e eu. Isso é o mais importante de tudo. Uma relação comigo mesma completamente sólida, um eterno monólogo - graças a Deus (os outros não têm nada a dizer - nada realmente importante, nada que faça diferença).
Ah! mas me mantenho conectada - internet, graças a Deus. O mundo virtual... tão (ir)real... tão ao alcance de minhas mãos.
Valores? Sólidos ou líquidos? Líquidos, né? Afinal tudo é descartável.
Vítima? Não, claro que não. Produto da evolução. E como sou líquida, conformo-me às situações, adapto-me às circunstâncias.
Novo cenário. Ultrapassada eu? Jamais!!
Claro, nada de generalizações, já que não sou burra.... há exceções, sempre as há.... nem todos são assim, nem sempre eu sou assim... ou assado... entendeu?
E você? Opta pela individualidade ou ainda encontra dentro de si resquícios de solidariedade? Há equilíbrio no seu desequilíbrio?
Uma tristeza tão grande
Fecho lentamente meus olhos.
Trago pra bem perto as lembranças...
Saudades daquele tempo
Em que viver era tão leve... era como ser eterna criança.
O aroma do perfume.
Nos lábios do mel o sabor.
Emoções à flor da pele...
Tão lindo esse meu primeiro amor.
Hoje uma vontade imensa de para trás ir...
Pra dentro de um forte abraço
Meu primeiro amor trazer...
Olhar em seus olhos... sorrir um eterno sorrir.
Fecho os olhos.
Não quero ver ao que ao meu redor agora está.
É uma tristeza tão grande...
Pouco a pouco se diverte ela em me matar.
Medo do fim
Um caminho.
Um caminhante.
Uma via reta.
Uma estrada deserta.
Um começo... um meio... um fim.
O que tem a vida reservado pra mim?
Nascer e morrer... um ponto.
No meio... milhões de encontros.
Curvas sinuosas... labirínticas... tortuosas...
Precipícios sem fim...
Um medo que se aloja em mim.
A vida é uma só
Um começo.
Recomeço... de voltar quando é preciso nunca me esqueço.
Um ponto de partida... depois... tudo é vida... até chegar ao fim.
Caminhada sem volta.
A vida dá suas próprias voltas...
Percurso sinuoso... ondulante...
Não tem jeito...
Tem de seguir sempre adiante.
Paradas obrigatórias.
Momentos de glória.
Estende bem alto a bandeira da vitória.
Segue o dia a noite...
O vento... um açoite.
Há vezes que tudo embola...
A vida enrola...
Cada nó que dá dó...
E a vida é uma só.
Por que veio?
Lamentos lacônicos.
Momentos nada icônicos.
Passionalmente traída.
Uma vida desistida.
Estrada destruída.
Sempre em frente! Que coisa mais sem sentido.
Nunca queria ter sido.
Mas foi... é.
Não há como voltar atrás...
Ao mundo veio...
Sem fazer ideia nenhuma de a que veio... nem por que veio.
Como uma nota musical
Um olhar de menos de um segundo
e mudou minha percepção do mundo.
Uma nota musical
e nunca mais nada ficou igual.
Uma batida do coração
e a emoção se rendeu à razão.
Muito...muito mais de um bilhão de seres no planeta
e um... só um... um só encontrou morada no meu coração...
Aqui estou mais uma vez.
Adentro a floresta densa.
Não, não estou tensa.
É um caminho conhecido.
Reconhece o som das águas do riacho que corre, meu ouvido.
A natureza fez aqui sua morada.
Sou apenas uma passageira.
Sinto a luz ultrapassar as árvores... vem até mim o calor do sol.
Aqui a natureza chora... em certos dias.
Um choro de alegria.
Banha seus filhos com gotinhas de vida.
Aqui atravesso meu deserto.
Encontro meu oásis.
Minha energia se renova com a energia da natureza que está tão, tão perto.
Uma tristeza
Eu era tão feliz.
Você a razão da minha felicidade.
O dia amanheceu.
Tudo tão triste.
Nublado.
Não há sol.
Só nuvens escuras a cobrir o céu como um véu.
Véu negro que tudo esconde... que não dilui a dor... que faz desaparecer toda forma de amor.
Com você foram-se as cores do dia.
Foi-se pra bem longe toda a alegria.
Tudo virou nostalgia.
O tempo, em protesto, não se fez de rogado.
Parou e ficou do meu lado.
Olha pra mim com olhos de terror... me diz:
“Não se machuque... não se afogue nesse copo de culpa... estou com você... serei um momento em que te farei feliz.”
Esforço-me, então, pra sobreviver.
Quero essa felicidade prometida viver.
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