Mensagem sobre Velhice
Meus castigos de infância se tornaram minhas metas: ir pra cama cedo, não sair da minha casa, não ir a nenhuma festa.
Tem fotografias que não foram publicadas porque as câmeras não conseguiram captar. Foram registradas no coração, na memória e arrancam um riso largo. Elas serão flores da nossa velhice.
Não é ao jovem que se deve considerar feliz e invejável, mas ao ancião que viveu uma bela vida. O jovem na flor da juventude é instável e é arrastado em todas as direções pela fortuna; pelo contrário, o velho ancorou na velhice como em um porto seguro e os bens que antes esperou cheio de ansiedade e de dúvida os possui agora cingidos com firme e agradecida lembrança.
Acione o espelho real da sua vida!
Nele, você não enxerga fios a mais de cabelos brancos, mas os anos de experiências que você adquiriu durante o tempo percorrido. Nele, você não irá prestar atenção nas rugas que possui, mas entenderá o quanto você se tornou sábio, a despeito da sua formação. Nesse espelho, você não sente as suas forças indo embora, mas sabe o quanto foi forte pra chegar até aqui e, no futuro, será muito mais. Nesse espelho tão sincero, você compreendeu que o melhor da vida é sentir, mesmo que a razão, por tantas vezes, queira-o encobrir. Nele, você cuida e valoriza da sua curta visão, mesmo gostando de ouvir mais a voz do coração. E, ainda que a velhice te tome de súbito; em que você despreze o contar dos dias e anos, agradecer a Deus pela vida e elevar a fé, você aprendeu que são esses preceitos que te mantém, realmente, de pé.
A atenção que as crianças querem de seus pais na infância é a mesma que os pais querem de seus filhos na velhice. A justificativa é a mesma: falta de tempo. E o motivo da falta de tempo é o mesmo: trabalho para ter dinheiro para sustentar a família. Será que pessoas que já possuem uma quantia em dinheiro suficiente para seu sustento e de várias gerações padecem do mesmo mal?
TEMPO
Fui gerada, esperada, amada.
Fui criança, inocente, travessa.
Fui adolescente, sonhadora, feliz.
Fui mãe, jovem, inexperiente.
Fui esposa, amada talvez, amante.
Agora sou idosa.
Agora sinto o peso dos anos.
Agora sinto o desprezo de alguns.
Me julgam ignorante, não sou.
Pouco estudei,isso não me faz insignificante.
No meu silêncio sinto teu desprezo.
Tens filhos, que eles nunca te
tratem assim na velhice.
A dor d'alma dilacera em silêncio.
Vem em gotas de frustrações diárias.
Surpreende num surto em pleno ócio.
Veneno lento que esgana várias esperanças. Sem piedade, assiste ao desmoronar interno, tijolo a tijolo. Sufoca com mãos pequenas. Triste ver o corpo murchar, perder o viço, desencantar junto às rugas profundas que marcam a vida. Uma flor esquecida, sem regas. A beleza dessa dor pungente não transparece fácil, é urdida pelas mãos do poeta dormente.
Durante toda a minha vida fui ensinado a morrer, mas ninguém nunca me ensinou a envelhecer.
Feliz e sábio é aquele que vive a vida de tal forma que o passar dos anos não lhe tira outra coisa, senão o frescor da pele.
Esta palavra, “velha”, bem, deveriam inventar outra porque ela já vem contaminada de coisas como a decadência, a finitude. Os velhos são produtivos, apesar de terem uma sociedade que só cultua o novo.
"Tenho 84 anos, 2 filhos, 6 netos, 8 bisnetos e um quarto de 12 m2.
Já não tenho minha casa nem minhas coisas caras, mas tenho alguém que arruma meu quarto, prepara minha comida e cama, mede minha pressão e me pesa.
Não tenho mais o riso dos meus netos, não os vejo crescendo, abraçando e brigando; alguns me visitam a cada 15 dias; outros, a cada três ou quatro meses; outros, nunca...
Já não faço macarronada, ovos recheados, almôndegas, tricô ou crochê.
Eu ainda tenho um hobby: fazer sudoku que me diverte um pouco.
Não sei quanto tempo mais terei, mas tenho que me acostumar com essa solidão, faço terapia ocupacional e ajudo quem está pior do que eu, mesmo que eu não queira me vincular demais. Eu desapareço muitas vezes.
Dizem que a vida fica cada vez mais longa.
Porquê?
Quando estou sozinha, posso ver as fotos da minha família e algumas lembranças de casa que trouxe comigo.
E pronto.
Espero que as próximas gerações entendam a importância da generosidade de devolver aos nossos pais o tempo que nos deram ao crescimento".
A avó
Quanto saber!
Quanta vida!
Quanto tempo!
Agora o ciclo faz a volta
Precisa de cuidado, alguém que cuidou!
Precisa de alimento, alguém que alimentou
Quanto cansaço!
O peso dos anos!
Mas também alegria em continuar vendo a vida!
Alegria nos dá
ao falar sobre tudo,
comentários tão francos que nos tiram sorrisos!
Seus cabelos nos lembram
que viemos de ti
e é para ti que nós vamos!
Pri Fonseca
Quem não tem ou não tira tempo para seus filhos não espere notícias boas, dias felizes, ajuda e paciência na velhice, mas somente a mesma ausência somada ao desprezo!
Um rostinho bonito, logo terá rugas, marcas, expressão. O corpinho perfeito, vai mudar, vai ter estrias, celulite, flacidez. os cabelos, tão bem cuidados vão ralear, ficar brancos. Tudo é passageiro, exceto o que aprendermos e fizermos de melhor, de bom..... não levaremos nada conosco. Importante nos aceitarmos como somos e sermos gratos, e cuidar em ter um bom coração, bons pensamentos, boas atitudes, boas ações. E que quando formos dessa vida, nossos queridos tenham coisas boas, engraçadas e leves pra lembrar de nós. Que olhem para nós e digam: seu coração é bom, sua alma é bonita, você age bem, você é correto, é feliz, agradavel. Isso sim vale a pena. O resto é só o resto, e o resto muda. Que cuidemos das pessoas que estão nas nossas vidas, e sejamos bons.
Eu quero acordar do seu lado toda manhã
Ouvir seu "Bom dia!", um café, croissant
Duas cópias da gente correndo no quintal
Os altos e baixos de todo casal
Eu quero nós dois bem juntinhos
Até ficar bem velhinhos, bengala e crochê
Até o final: eu e você
Cuidar de uma criança é melhorar a hipótese de ser bem cuidado, quando a idade te tornar novamente criança.
Envelhecer é a coisa mais poética do mundo: até os olhos ficam entre aspas. Deve ser porque entre a infância e a velhice há um instante chamado vida.
Na velhice
Já são anos escrevendo;
As histórias de uma face;
Já são dias escurecendo;
Desejando que me abrace.
São os dias de beleza;
Os que vens a encontrar;
E me vejo sem destreza;
E só falta te amar.
Um amor que é diferente;
Um que veio do infinito;
Um amor que faz contente;
Um do rosto mais bonito.
É uma bela que é fera;
É um rosto que se rende;
É uma força que é mera;
É uma força que a mim prende.
O abraço que não solta;
O beijo que não desfaz;
O caminho que não volta;
O amor que satisfaz.
Já são anos escrevendo;
Sobre o amor que nasceu;
E me vou envelhecendo;
E esse amor ainda é meu.
Eu descobri que esta pode ser uma das diferenças entre a juventude e a velhice: quando somos jovens, inventamos diferentes futuros para nós mesmos; quando somos velhos, inventamos diferentes passados para os outros.
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