Priscila Fonseca

Encontrados 5 pensamentos de Priscila Fonseca

A máquina

⁠Você queria que eu fosse uma máquina.
Uma máquina moderna de última geração.
Uma máquina cuja função é transformar amor em amizade, calor em frio, preocupação em desprezo.
Você quer uma amiga pois, lembrar-se apenas do seu aniversário está de bom tamanho. Ou quando encontrar, lembrar a última piada, já está ótimo!
Uma amiga não quer ver sua alma, não quer dividir a maioria das tuas risadas,
não quer teu hálito quente em seu pescoço todas as noites.
Mas o que me pede é impossível essa máquina nunca existirá. Nenhuma máquina transformará mar em lago
ou desejo em indiferença,
brasa em mármore não se tornará.
O calor, o mar, o desejo e a brasa continuarão aqui.

Priscila Fonseca

Inserida por priscilla_fonseca

⁠Você vai e vai
Não pode parar
Não pode esperar
Mas pode ir e esquecer
Pode ir é repetir
Ou pode aprender
Pode avançar
Subir o nível
Aproveitar cada lição
Pra ser melhor
Pra ser boa
Pra ser do bem
Pra saber mais amar
Saber mais se comparecer
Há um degrau a subir
Às vezes você isso descendo.
Sofrendo e tendo marcas
Mas as marcas são pra registrar
O que você conseguiu absorver.
Aproveite tudo!

Priscila fonseca

Inserida por priscilla_fonseca

⁠O QUE SEI E O QUE SINTO

O que sei é que tripudiaste sobre meu amor várias vezes.
O que sei é que deves ter alguém que mais atraia aos teus olhos, que ocupa teu leito, que preenche tuas mãos.
O que sei é que teu coração é gélido como tua pele, tuas veias são secas e o frio mora em ti.
O que sei é que deveria te esquecer e encontrar um outro alvo do meu amor que o deseje.
Mas o que sinto...
Ah, o que sinto é que te pertenço e te quero, que preciso morar nos teus olhos.
O que sinto é que passaria dias só ouvindo tua voz.
Sinto que te ler é melhor que a Luiz de Camões.
Te sentir me faz bem e bem mais que numa banheira de rosas e sais.
Eu não sei por quê. Me perdoe! O que sinto é que te amo.

Pri Fonseca

Inserida por priscilla_fonseca

Abrigo

⁠Era uma tarde fria.
Folhas secas tilintavam ao tocarem-se sopradas pelo vento forte.
Uma tempestade se anunciava.
O céu tinha vários tons de cinza, o cinza triste, o cinza feio e o cinza assombroso.
Enquanto os pelos do meu braço ouriçavam de tremor pensei:
Preciso de um abrigo, preciso de um reforço, uma é muito pouco, não dará conta, preciso de mais um.
Mãos dadas, companhia, vai dar tudo certo, vamos passar por isso juntos.
Egoísmo e diversão na tempestade não tem existem
No vendaval frio, o bem acolhe a quem encontrou no caminho, a quem amou em meio aquelas folhas uivantes.
Mas o abrigo estava desabrigado.
As telhas soltaram-se ao longe. Nem mesmo as estruturas haviam, algumas colunas estavam no chão.
Não tinha como entrar, não tinha como pisar.
A rede onde alguém deitou, caiu ao ser puxada.
Segui sozinha, pisando as folhas, tocando seu som, soprando o vento,sentindo o frio, tingindo o cinza e molhando a tempestade.

⁠A avó

Quanto saber!
Quanta vida!
Quanto tempo!
Agora o ciclo faz a volta
Precisa de cuidado, alguém que cuidou!
Precisa de alimento, alguém que alimentou
Quanto cansaço!
O peso dos anos!
Mas também alegria em continuar vendo a vida!
Alegria nos dá
ao falar sobre tudo,
comentários tão francos que nos tiram sorrisos!
Seus cabelos nos lembram
que viemos de ti
e é para ti que nós vamos!

Pri Fonseca