Mensagem para Pessoa que Ja Morreu

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Não sou mais humano
Não sou mais gente
Renunciei a este status
Já não quero esta patente
Por isso decidi não ser mais homem
Agora sou macaco
Não sou mais gente
É muito cômodo ser macaco
E muito incômodo ser gente.

Nem a ciência, nem as artes, nem mesmo o dinheiro, nem o amor, poderiam ja dar um gosto interno e real as nossas almas saciadas. Todo o prazer que extraía de criar, estava esgotado. Só restava, agora, o divino prazer de destruir.

Em si mesma, a loucura é já uma rebelião. O juízo é a ordem, é a Constituição, a justiça e as leis.

Machado de Assis

Nota: Publicado originalmente no jornal "Gazeta de Notícias", em 17 de janeiro de 1897.

É que a gente vai se apegando aos pouquinhos, e quando vemos já nos apegamos demais.

O dia que você quiser que o outro seja perfeito, você já esqueceu todas as regras do amor. Porque o amor nasce das imperfeições.

O importante não é se algo já está feito, mas que temos infinitas possibilidades de escolha. Nossas escolhas nos levam a experiências que nos fazem compreender que não somos as criaturas pequenas que parecemos ser.

Viver o Presente

Todos já tivemos experiências difíceis. Isto faz parte de nossa passagem pela Terra. Por outro lado, é mentira pensar que tudo que acontece conosco tem seu lado bom. Existe coisas que deixam marcas muito difíceis de superar. Só existe uma maneira de nos livrarmos das experiências amargas: viver o presente. Aproveite sempre o agora. Como diz a célebre frase imortalizada pelos hippies: "Hoje é o primeiro dia do resto da minha Vida".

O ser humano tornou-se uma caricatura, um monstro; o simples fato de vê-lo já é algo repugnante, que se destaca até pelo branco de sua pele, não natural a ele, e pelas conseqüências repulsivas da sua alimentação à base de carne, que vai contra a natureza, bem como das bebidas alcoólicas, do tabaco, dos excessos e das doenças. Ele surge como uma mácula na natureza!

Agora já não é normal
O que dá de malandro regular, profissional
Malandro com aparato de malandro oficial
Malandro candidato a malandro federal
Malandro com retrato na coluna social
Malandro com contrato, com gravata e capital
Que nunca se dá mal…

Nem sequer é para mim uma tentação de neófito. Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até ao grunhido.

Nem posso dizer que tentei evitar, pois já descobri que se você evitar a vida, ela acontece do mesmo jeito.

O fato se dissolve. As lembranças são outras distâncias. Eram coisas que paravam já, à beira de um grande sono. A gente cresce sempre, sem saber para onde.

Sou tricolor, sempre fui tricolor. Eu diria que já era Fluminense em vidas passadas, muito antes da presente encarnação.

Que faço dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano – já me aconteceu antes.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica A lucidez perigosa.

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Já teve aqueles dias que você acordou achando que não aguentaria mais nada e que não tinha ninguém pra te dizer que iria melhorar.

Gosto de pensar assim que quem já morreu fica num lugar quentinho, que a gente não vê, cuidando de quem ainda não morreu. E se você quiser agradar a essa pessoa, é só fazer coisas que ela gostava. Aí ela fica ainda mais quentinha e cuida ainda melhor da gente.

Não há porque chorar por um amor que já morreu,
Deixa pra lá, eu vou, adeus.
Meu coração já se cansou de falsidade

Nunca acuse a morte por ter levado alguém que você ama embora. Nem a vida por te fazer sofrer com a partida de alguém. Mas acuse a si mesmo por não saber aceitar nenhum dos lados.

Todos querem um final feliz, eu só quero a parte do feliz, do final eu não quero nem saber, final é pra quem morreu, e do final a gente só leva oque viveu.

Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...

Fernando Pessoa

Nota: Trecho de "O Guardador de Rebanhos", do livro "Poemas de Alberto Caeiro", de Fernando Pessoa (heterônimo Alberto Caeiro).

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