Mensagem Escrita
Quantas vezes a caneta ou pincel torna-se uma ponte para expressar o que a alma guarda?
Às vezes tudo que precisamos é de uma tela ou papel em branco.
Algumas vezes, pensamentos e variados sentimentos se espalham no papel, e ficam.
Enquanto estrofes, versos e citações que deveriam ter vida, não conseguem tomar formas.
A poesia não é efêmera, moldada por tendências passageiras.
Rimar com o coração e escrever com a alma ainda permanece relevante através dos tempos.
Minha alma se alinha e alegra com a arte que oferece uma visão mais colorida da vida, com os riscos das palavras que alimentam o espírito e com a voz que grita em linhas.
Ser poeta nos dias atuais é sofrer duas vezes mais do que em épocas passada, porque o mundo hoje em dia vem se mostrando mais ainda cruel, o poeta sofre em todos os lados, a poesia busca sobreviver ao tempo!
Máquina
Às vezes a vida parece
Uma espécie de máquina agressiva
Uma máquina livre
Feito um pássaro
Cria asas, voa alto.
Perde-se
Deixando mágoas
Em formas de cachoeiras:
Bate e rebate
Nos seixos
Desmancham-nos,
Aos poucos diminuem,
Os torna um ser pequeno
E aos poucos se sentem pisoteados.
Porém, não bem somos
Uma máquina
Mas somos um ser
Capaz de se aperfeiçoar.
Quis tatuar minhas poesias nos meus livros de romance, para que nunca ficassem esquecidas. E ali, disfarçadas de enredo, pudessem ser lidas, sentidas, e com alguma sorte, - quem sabe - admiradas...
Todos os romances são autobiográficos, sempre há uma parte de você no nível factual. Você encontra todas as migalhas da minha vida no romance.
O livro não é uma autobiografia, o que é ainda melhor porque posso falar de mim ainda mais profundamente. Posso dizer tudo, meus desejos, pesadelos...
Escrever é uma das formas mais antigas de oração. Escrever é acreditar que a comunicação é possível, que outras pessoas são boas, que você pode despertar sua generosidade e seu desejo de fazer melhor.
A borracha pode até apagar a tinta, mas desgasta o papel. Pense bem em como vai escrever sua história.
Lamúrias
Deste amor que dilacera minh’alma
Pouco vivido, que de tão vívido, não traz calma.
Tanto fez sofrer e que nem o tempo o deixa morrer.
Quantos, porquês!
Que chega a sangrar e doer, sem convalescer.
Da lamúria intermitente, que inquieta a alma vivente.
Mesmo assim, como uma sobrevivente, deste sofrimento persistente, que deixa a alma doente e insuficiente.
Que nunca a permitirá em paz viver.
E que ainda assim, o viveria, de tudo e todo. Pois prisioneira sou, e sem nenhum esforço, me afogo nesse poço. Onde me perco pouco a pouco.
Por Léla Dias
Escrevo, antes de tudo, por amor, mas também como uma necessidade incansável de ressignificar os pensamentos, a realidade, a vida, o meu estar no mundo.
Tornei inesquecível os seus olhos
Seu sorriso e a frequência de sua voz
Os seus gestos carregados de sutileza
Transformei você em poesia
Memorável em meu peito e em minha escrita.
Durante meu crescimento – infância e adolescência –, as mulheres sempre estiveram mais no meu radar afetivo. Na escrita, a personagem feminina me parece mais profunda, com mais camadas, um desafio.
...e, lidamos com as mãos, quando escrevemos à caneta
ou nas teclas as dores, que como meros fingidores,
as sentimos, deveras...
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que escreves. Suas palavras duras podem destruir por completo o dia de alguém.
Vivíamos então... aquela maneira de esperar pelas coisas que cabe a nós prosseguir de direito, para depois reivindicar de tal maneira.
Estranho pensar que bem no fundo existe pessoas que pensam ser as coisas diferente do que são, elas fariam diferente... procurando essa chance que só encontramos uma ou duas vezes numa vida toda.
