Meninos de Rua
Tudo vai passar. A menina da rua estreita que entregava pedaços de fartura. O choro da criança dos anos trinta e a fome que finta aquelas datas marcadas de desnutrição. Tudo vai passar. A fome cantada na década de quarenta, homens de "enta" que foram na vinda sem antigos abrigos na barriga. Tudo vai passar, aqueles arames farpados, o primo português, o preso sem peso, feiuras do estado novo. Tudo passará, até eu que nem sei escrever um poema que cabe numa grande mulher. Tudo passará. Essas peles da antiga juventude, num tempo que se ilude. Ou morre-se, ou vive-se morrendo. Tu já não morre. Tudo passa, até morte passa de uma só vez. O mundo tem girado no canto da boca, num mundo à parte, ao norte que sopra vitupérios. E tudo passará. Quem saberá escrever um poema para um livro vivo. É necessário antes que tudo passa e a memória perca glória.
Pobreza jamais deveria existir em um mundo com tanta gente rica,irmãos que vivem na rua,sem teto para se abrigar,sem o pão de cada dia nem para agradecer,sem água para beber,tomar um banho ou lavar roupas,pobreza jamais poderia existir se o mundo não pensasse só em si,mas eu creio e vejo muita gente boa,e rendo graças a Deus porque se não existissem eu morreria de vergonha em viver em um mundo só de gente cruel,graças a Deus existem muitos anjos em toda parte e isso mostra que o mundo não está perdido,e por isso tenho esperança que o mundo vai melhorar por causa dos bons corações.
Essa minha amargura se tornou minha armadura fugindo da vida dura dos amores da rua,Vejo a lua te imagino nua,Andando na rua visando minha luta,Olha lá meu truta nadando na chuva,Essa noite tá uma uva juntado a vida curta esses problemas me encurtam a velhice que encurva,Apenas
Deus me curvo.
Vida esquisita,Cada rua vazia que comporta pessoa vazias,Meu quarto está vazio,Minha mente infinita procura preencher o vazio,Garotas vazias pedem para deitar na minha cama,Mas nenhuma me ama,Querem uma camisa colorida falam de amor logo colorida fica minha cara,Com uma tal amizade,Inimizades lhe atrasam nunca transam não lhe atraem nada,A famosa vida de charlie Brown o inverno no quarto ,Mente em estado de trance,Transei com minas que não eram nada de mais e me fodo ficando para trás.
A lua ilumina a rua,Ilusões me afundam na meia lua,Lebro dela nua,Escondo me nos escombros da rua,Ouvindo os gritos dos grafites,Tomando fel gelado,fugindo das minahs lembranças.
Sou o muleke da cria então não vacila,na rua de cima pode ser a sem saida,seja fiel aos que te facina te inspira, por que sempre é os que vão estar contigo na pista,seja verdadeiro por que os falsos sempre cairão e nunca serão espelho.
Nestes dias em que a chuva umedece a rua e o céu escurece, observo a vida na minha cidade.
As luzes até ascendem brincando de anoitecer.
Com a chuva intensa sinto medo de temporais, enchentes, tragédias naturais...
Na juventude em dias de chuva a gente se divertia pisando descalços nos atoladores das ruas.
Era lindo acompanhar a emoção das crianças pisando no barro pela primeira vez.
Anoitece.
Agora há o espetáculo das luzes dos veículos refletindo nos pingos d’água.
É agradável adormecer ouvindo o ruído das goteiras, ou acalentando algum sonho no conforto da cama.
É gostosa a sensação de acordar durante a madrugada com frio e reforçamos as cobertas.
A noite passada eu sonhei.
No meu sonho todos compreendiam que os homens sobrevivem a tudo exceto a solidão das noites chuvosas.
A humanidade se abraçava num gesto de ternura jamais visto. A felicidade invadia cada coração e todos riam alegremente.
Ao amanhecer a realidade era outra, mas sonhar, ainda que seja utópico, é um exercício que acalma a alma das suas angústias.
👉Depois que acabaram com as faculdades de arte e qualquer mendigo analfabeto pode ir pra rua pintar um papelão com tinta de parede e com os dedos, qualquer coisa é arte. Até uma bosta é arte. Daí passaram a dividir em "Fine art" e "shit art".
Há quem prefira "shit art" e faça disso uma verdadeira militância política, já que ninguém gosta, nem vai comprar ou levar pra casa, nem os que defendem. 🎨
Eu sempre desejei viver numa destas casinhas sem número. Endereços que não parecem reais: Rua das Flores S/N.
Isso sim seria morar num poema.
"Se você acha que sua vida está difícil demais, durma um dia na rua ou experimente ficar 2 dias sem comer."
bichomem
um bicho e um homem
na rua que adormeceu
procurando comida
reviram e juntos comem
na cidade esquecida
do mesmo lixo
que o outro bicho
em casa comeu
Eu ando com meu Deus na rua
E quando chego em casa Ele está comigo
Eu falo com meu Deus na hora de dormir
E logo quando acordo digo: Eis-me aqui
Hoje a rua amanheceu sem folhas,
não rolavam mais
no turbilhão de Agosto...
Hoje a rua despediu os sonhos
de coisas caídas
que vagam à esmo...
Pra onde vão as folhas
pra onde vai a poeira
pra onde foi o vento
& o alento do Outono?
Hoje... é o dono das lembranças
marcadas agora desde sempre
no nunca-mais-será
junto a tudo que se foi...
Hoje... tudo sempre vai
para o eterno 'hoje'... só por hoje...
Amanhã & ontem
pertencem aos sonhos
que aconteceram & acontecerão...
Fuzilamento sumário
Daqui observo uma rua
estrada, avenida, caminho;
sequência infinita de máquinas,
motores, motoristas, matadores,
funil escoante de dores e dúvidas.
No intervalo para o comercial
as futilidades, as inutilidades e o fuzil,
furioso fuzil ,
vingativo fuzil:
“morre nego safado, vagabundo!”
E oitenta vezes vomitou o fuzil
do Brasil,
fuzil verde amarelo
que cospe chumbo,
saudoso daqueles negros anos.
“Taí, pátria amada idolatrada;
sou teu filho,
patriota varonil
e um filho teu não foge à luta...”
Não, não, não; teu filho assassina!
Mata em teu nome,
pátria pútrida,
paródia mal feita;
torrão torto e torturante,
mata sob aplausos teus!
(da prosa poética de Luiz A. Vila Flor)
Néctar do amor
E ao passar pela rua,
senti o melhor perfume,
enquanto eu seguia o cheiro,
a lua ia clareando.
Olhei ao longe o céu,
todo iluminado,
quem por alí passou,
deixando seu aroma encantado.
Continuei seguindo o trajeto,
do perfume doce amado,
o dono daquele mistério
me provocou
um desejo incontrolável.
Conforme o vento soprava,
eu ia tentando alcançar,
como um beija-flor
pairando pelo ar.
De repente naquele silêncio,
ouvi o barulho do vento
e bem ao longe seguia,
o dono daquela magia.
Coisa mais bonita que já vi,
é igual a um bem-te-vi,
como se o perfume gritasse,
meu amor eu passei por aqui.
Chegando bem pertinho,
senti o aroma gostoso,
minha alma de emoção
entrelaça naquele moço.
Moço muito bonito,
do sorriso iluminado,
olhar cheio de ternura
e perfume amadeirado.
Quão lindo o anoitecer
com perfume de enlouquecer,
um cheiro que me acalma,
me arrasta por te querer.
Como bálsamo
para minha alma,
estrelas me são teus olhos.
Onde a mais linda delas,
me trouxe o néctar
do amor.
Agora vivo querendo,
te amar enquanto viver.
Me olhe dentro dos olhos
e nunca me peça
para te esquecer.
Autora: #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 15/04/2019 às 11:30 horas
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Por Andrea Domingues
Mesa entulhada de trabalho, sons de vida na rua, o sol que insiste em brilhar e clarear os fios ruivos dos meus cabelos, e eu aqui... Sonhando em ser feliz.
