Menina que Existe dentro de Mim
Você veio a mim dentro de um sonho
Nem todo mundo é o que elas parecem
Todas estas palavras que nós não podemos resgatar
Como a grande magia do nosso mundo
Corroborada pelas suas palavras
Dividindo planetas em terços
CORPO VAZIO...
Sinto o vazio do tempo que vagueia dentro de mim
em círculos ébrios dentro de um campo verdejante…
e procuro minha alma para despertar dessa
inconsciência anunciada que faz minha vida errante…
Sou feito de palavras,
mas não sou delas refém.
Falo, ensino, conduzo,
mas dentro de mim mora o silêncio
de quem aprendeu a sentir
nas brechas do tempo que falta.
Carrego o mundo no ombro,
as demandas, as metas,
as pessoas que confiam em mim
quando ninguém mais sabe o que fazer.
E ainda assim,
o que mais me pesa
são os afetos que escolhi guardar.
Os amigos poucos, raros,
quase lendas na minha rotina corrida
cabem nos dedos da mão.
E talvez por isso sejam tão imensos.
Não estão sempre comigo,
mas moram sempre em mim.
E se um deles dissesse que vai,
que escolhe outro caminho,
me doeria mais que qualquer cansaço
que cole na pele ao fim de um dia longo.
Sou comunicador, mas meu coração fala baixo.
Sou presença, mas sinto falta antes mesmo da ausência.
Sou movimento, mas minhas raízes são feitas
de quem eu não quero perder.
E se hoje escrevo,
é porque há sentimentos
que nem o homem mais ocupado do mundo
consegue deixar para depois.
No fundo, eu só queria que soubessem:
mesmo vivendo correndo,
a minha forma de amar
sempre chega.
Mesmo quando eu não chego.
Às vezes, carrego um medo silencioso dentro de mim — o medo de não ser o “John” que Deus sonhou quando soprou vida em mim. Não é um medo que grita, mas um que sussurra quando a casa está quieta, quando as luzes se apagam, quando encaro o espelho e vejo não apenas meu rosto, mas minhas dúvidas.
Pergunto-me: “E se eu estiver falhando? E se eu estiver ficando aquém do propósito? E se Deus espera mais de mim do que eu sou capaz de oferecer?”
E, nesse turbilhão de pensamentos, minha alma se aperta, como se estivesse tentando se esconder do próprio chamado.
Mas, quando silencio a ansiedade e deixo a verdade se aproximar, percebo algo essencial: Deus não me chamou para ser perfeito, mas para ser real. Ele não espera que eu seja um personagem idealizado, mas sim alguém que caminha, mesmo com passos trêmulos, em direção à luz.
Ser o “John” que Deus quer não é sobre nunca errar.
É sobre permitir que Ele me encontre até nos meus erros.
Não é sobre ter todas as respostas.
É sobre não desistir de buscá-las.
Não é sobre a força que eu tenho, mas sobre a força que Ele oferece quando a minha falta.
Às vezes, tentar corresponder ao que imagino ser o plano divino me paralisa. Mas a verdade é que Deus me conhece profundamente — mais profundamente do que eu jamais me conhecerei. Ele conhece minhas quedas antes que aconteçam, minhas lutas antes que eu as nomeie, meus medos antes que eu os confesse. E, mesmo assim, Ele não desiste de mim.
Talvez ser o “John” que Deus quer seja menos sobre atingir uma expectativa e mais sobre permitir que Ele molde, cure e conduza.
Talvez seja sobre aprender a confiar mais do que temer.
Talvez seja sobre aceitar que Deus vê potencial onde eu vejo falha.
E, aos poucos, esse medo começa a perder força.
Porque percebo que Deus não quer que eu seja alguém inalcançável — Ele quer que eu seja eu, mas eu nas mãos dEle.
E assim, mesmo com medo, dou mais um passo.
Porque, no fundo, acredito que o John que Deus quer que eu seja…
já está sendo formado, dia após dia, enquanto eu caminho.
Carrego dentro de mim um universo escondido, com constelações feitas de medos, sonhos e lembranças, nem sempre brilham, mas sempre existem, e nas noites mais escuras é deles que tiro direção, meu céu interno nunca me abandonou.
ALCATÉIA
Tem uma noite dentro de mim...
Uma noite tenebrosa e itinerante
Que me extorque e me retém
Refém de traumas e pecadilhos...
Olhos me espreitam atrás de moitas,
Tocaias preparadas num pântano onde cerca-me
Uma faminta alcatéia...
Uma amante seminua atrás de cada arbusto
Mostrando seus seios empinados
E línguas encarnadas, propondo beijos
Nos quais deduzo doses de cianureto.
Continuo cercado pelos lobos
Que uivam como um mau presságio
Enquanto diante de mim a loba líder
Lambe-me o rosto com seu hálito fétido
E dentes afiadíssimos...
Do outro lado do córrego que separa o pântano
Há um vale verdejante,
Uma aurora com matizes maravilhosas,
Uma fonte de águas cristalinas...
Ovelhas bem nutridas de peles bem cuidadas
Num pasto irreparável...
Há uma ponte que conduz a esse vale...
Contudo, diante da fera
Eu contemplo a grandeza de Deus
E algo me diz que essa criatura
Quer apenas me proteger
Das matizes maravilhosas,
Da fonte cristalina e da alcateia...
Da alcateia de ‘ovelhas’...
Varias vezes acordamos no meio do caminho e pensamos “O que estou fazendo aqui?”... O rumo de nossa vida fica a cargo da inércia onde o mundo e a sociedade conduz sem que você perceba! Use mais o esse piloto que esta dentro de você. Ponha em ação suas vontades seus desejos e tudo aquilo que te faz BEM! Pois a sua vida pertence a VOCÊ e ela foi um presente de DEUS.
Não é esquisito? Só podemos nos ver por fora, mas quase tudo acontece do lado de dentro.
Confie na sua intuição, confie no seu sentimento mais profundo. Você já tem todas as respostas e, elas estão em seu interior. Com a mesma intensidade que você busca respostas fora, as respostas buscam a você!
A felicidade é a sua natureza. Não é errado desejá-la. O que é errado é procurá-la do lado de fora quando ela está do lado de dentro.
Todo ideal vive dentro de você, assim como todo obstáculo no caminho deste ideal também vive. Você é possuidor de todo o material a partir do qual há de criar sua figura ideal.
“Acho quase cômico como as pessoas torcem para nos ver cair. Somos estrelas, despencando do céu, quase que em câmera lenta, com o coração acelerado, maxilar travado, os punhos cerrados e uma desesperada e tola tentativa de prender o ar, como se isso de alguma forma fosse amortecer a queda. Eu queria te dizer que eu desabei! Desci ladeira abaixo como uma avalanche, eclodi como um vulcão, vim destruindo tudo que existia em mim. As coisas boas se foram, deixando para trás um caminho devastado, só me sobraram ruínas aqui.
Quando me colidi com o mar, afundei me, em águas sujas e escuras onde sequer achei que ouve-se vida. Eu queria te dizer que está tão frio aqui, quase sem ar, estou morrendo, não percebes? Me encontro mais do outro lado do que aqui, é engraçado como fico feliz ao me imaginar partindo de formas diferentes. Não posso só sobreviver, não entende? Como te dizer que fui forte o suficiente para acabar com a dor?
Eu sei que você vê como um ato de covardia. Mas é preciso coragem! Ninguém espera chegar até aqui, não de verdade, esperamos ser interrompidos milagrosamente pelo caminho, mas e se a história for só isso?
Existem milhares de pessoas com varios propósitos, mas talvez eu não tenha nenhum. A verdade é que perdi a minha confiança em alguma curva da vida, eu sabia que existia algo além desse universo pequeno e juro que as vezes posso sentir o cheiro da liberdade que buscava, eu queria o mundo! Hoje não quero a mim mesma. Tenho medo de que um dia eu me perca e não me encontre mais. Preciso saber que existe algo lá fora, porque aqui dentro, só tem frio, medos e escuridão/solidão.”
Tudo isto parece estranho e falso, e eu não vou disperdiçar um minuto sem você. A raiva me corrói por dentro, mas eu não vou sentir esses pedaços e cortes porque eu preciso abrir seus olhos pra que você olhe dentro dos meus. Me diga que você abrirá seus olhos. Levante, vá embora, saia de perto dos cegos, porque eles não tem sua alma ou sua chama. Pegue minha mão, entrelace seus dedos entre os meus e nós sairemos deste lugar escuro pela última vez. Cada minuto a partir deste agora nós podemos fazer diferente. E eu quero tanto abrir seus olhos, porque eu preciso que você olhe dentro dos meus. Então, me diga que você abrirá seus olhos. Porque hoje tudo parece estranho e falso, mas eu náo vou desistir um só momento de você.
“A cada ano que passa ficamos mais bonitos por dentro e menos por fora. Nem sempre ocorre assim, mas esta deveria ser a lógica.”
Quando chega o dia da casa cair (…) é um dia de chegada infalível, – o dono pode estar: de dentro, ou de fora. É melhor de fora.
(A hora e a vez de Augusto Matraga)
