Medo Drummond
Você se foi; despediu-se rápido, fora do tempo. Guardei lenhas, fiz o fogo, mantive a lareira aquecida para te deixar lá fora e fazer da minha morada interna um lugar mais aconchegante. Que venha a primavera, o recomeço. Mas fique tranquilo; guardei combustível, lembranças e livros suficientes para sua próxima visita.
(Victor Bhering Drummond, para o senhor Inverno).
"Achei que possuía curvas. Para que pudesse remoldá-las ao meu modo. Ou talvez telas em branco, para que pudesse pintá-las sob meu prisma. Mas encontrei um vão por onde entra e sai a sua maneira tão sutil de fazer a sua arte. E descobri que era por essa forma, essa passagem tão única, é que eu deveria habitar para fazer morada." (Arte abstrata - Victor Bhering Drummond)
"À medida que o menino caminha, ele deseja que seus passos lancem tintas de luz e vida sobre as calçadas da humanidade. Que as guerras de congelem e no lugar de Sírias, Guernicas e Faixas de Gaza, sejam pintados Xangrilás e telas de abraços e paz." (O artista plástico - Victor Bhering Drummond)
"Pode entrar devagar. Vá tomando seu assento, se reconheça nos quadros que você pintou. Cheire os livros que ainda guardam as marcas das suas mãos. Escolha o melhor canto do sofá. Ele sempre esteve guardado com as notas do seu perfume, emoldurando suas lembranças nos quatro cantos deste espaço. Abra seu abraço e apenas se apodere de tudo. Não saberia dizer não" (Seu canto da sala - Victor Bhering Drummond)
Parei atento para entender cada uma de suas formas, observando seus contornos e movimentos. E percebi que meu corpo ficou estático, querendo mergulhar em cada canto, como se formasse as peças de um quebra-cabeça. Mas depois de um tempo, mais importante do que encaixar-me nas curvas de seu corpo, eu precisava - e estava pronto - para deixar minha alma e meu coração ganhar as mesmas formas de suas paixões e espiritualidade. (Alma Gêmea - Victor Bhering Drummond)
"E fecho a porta do escritório, relembro memórias, folheio aquele livro que ainda estou para finalizar. E é nas páginas em branco dos meus pensamentos e nas folhas arquivadas em meu coração que descobri o que fui fazer ali: alimentar minha sede de viver e amar você." Victor Bhering Drummond.
Encostei-me na parede, olhando a estrada, esperando você passar. O sol se pôs, o frio veio, e só conseguir ver as janelas da vizinhança se fechando para o negrume da noite. Ao invés de esperar mais, abri minhas janelas, olhei para dentro de mim, e vi que ali havia caminhos mais interessantes que me levavam a mundos em que não precisaria mais esperar; só amar." (Caminhos - Victor Bhering Drummond)
Cada vez que passava em frente aquele café, sentia o cheiro das suas lembranças, dos seus poemas, dos seus rabiscos nas minhas páginas. No frio daquela tarde, tomei das suas xícaras e vi que não você não existia mais. Veio uma outra brisa, trazendo o cheiro de Deus e o aroma de um amor mais leve e fresco, me convidando para experimentar a sorte de um novo amanhecer. (Café - Victor Bhering Drummond)
Ali pela janela era possível ver as pessoas caminhando devagar. Não pela falta de pressa com os compromissos ou de entusiasmo, mas porque escolheram apreciar a garoa cessar, a neblina se dispersar. Casais se namorando com os olhos e olhando as vitrines, na esperança do sol nascer. E se ele não viesse, tinha valido a pena diminuir o ritmo do mundo para sentir o compasso do coração. (Vida pacata - Victor Bhering Drummond)
A gente senta para tentar entender o movimento do mundo, o colorido das roupas, o grito que há nos silêncios. Mas não encontra respostas. Então nos despimos da própria observação para fora e miramos o que há de mais essencial: o amor invisível, às vezes incompreendido, mas que ainda vale a pena espalhar. Só com ele entendemos o movimento do mundo que se passa lá fora. (Movimento do Mundo - Victor Bhering Drummond)
E quando o menino sobe no palco, se transforma em tudo aquilo que queremos ser: o homem, o divertido, o filho, o pai, o amante, o que promove lágrimas e sorrisos. E nas coxias descobrimos que por trás de tudo aquilo, atras da cena, nas coxias, há um poeta da arte de entreter e interpretar (Coxias - Victor Bhering Drummond)
Subimos no planalto de concreto para tentarmos chegar perto da plenitude do Infinito. Avistamos aves, orvalhos, as copas das árvores. Esforço em vão; porque o Infinito do amor não precisa de terraços, palácios ou a altitude das montanhas. Ele reside dentro de nós. (Victor Bhering Drummond)
O menino caminha em direção ao castelo de sonhos. Lá, o Velho e Bom Senhor o Aguarda. Visitam aposentos, revivem memórias, abraçam amigos que foram morar do outro lado da montanha. A distância enfim, findou-se. Não há mais lágrimas, saudades. Apenas a certeza de que agora os entardeceres serão meras nuvens coloridas. Porque os dias não mais terão fim. (Do outro lado da Montanha - Victor Bhering Drummond)
O menino acordou cedo, estudou seu peito de amor, aqueceu-se com uma bebida quente e roupas confortáveis e saiu pelo mundo pregando sorrisos e distribuindo abraços. (O que fazer pelas manhãs - Victor Bhering Drummond
Vale a pena escalar as montanhas. Olhar para baixo com olhares de perseverança e otimismo. Não para provar nada para você ou para os outros. Mas para mostrar ao mundo que ver as coisas de cima, de fora, do alto, torna nossas dores e problemas tão pequenos. E que não precisamos nos identificar com eles. Precisamos passar por eles e sairmos melhores. (Olhando do alto- Victor Bhering Drummond)
"Fui desbravar o mundo na bicicleta da minha imaginação. Não tão rápida quanto os carros, em que não poderia observar os detalhes da vida. E nem tão devagar quanto os pedestres. Assim poderia descobrir o cotidiano no tempo dos poetas." (Diário de um ciclista - Victor Bhering Drummond)
Amanhã é dia de dádiva. Data de gratidão. Meu aniversário, 24 de março. Porque aniversários são dádivas. Logo, de gratitude.
É momento em que um novo ciclo nos é dado de presente, somando-se a todos os outros. Em que abrimos nossos cadernos em branco e os preenchemos com o poderoso livre-arbítrio.
É quando abrimos as asas e respiramos sentindo o poder do Sol, e da Força Divina nos tocando e dando aquele empurrãozinho camarada para continuarmos voando, mesmo quando chegamos à beira dos abismos. E assim como na mitologia da Fênix, ressurgimos plenos de vida e com pulmões repletos do ar azul mais puro, da mesma cor do céu que a gente constrói para nós mesmos.
É assim que quero receber meu dia, minha dádiva. E que seja assim também para quem ainda vai aniversariar.
É momento de tantas mudanças, tantas novas decisões, tantos novos caminhos a desbravar. Que em todos eles haja flores; muitas delas: coloridas e as que eu mesmo irei pintar: lírios, jasmins, rosas, begônias, orquídeas. Pássaros e libélulas voando sobre todas, porque compõem cenas de onirismo e poesia. E claro, que haja sempre essa poesia, necessária para que doemos o melhor de nós para os outros e que colhamos apenas o melhor do outro para dentro de nós. E se essas flores ao longo do caminho tiverem espinhos, não faz mal. É parte da natureza delas. Não as culpo. À minha, cabe colhê-las, jogar os espinhos fora, cuidar do meu cerne espiritual caso me fira e me refazer feliz, forte, pleno de amor, vida, respeito e liberdade. Porque é assim que o Deus em que acredito me ensina dia após dia. E como espero devolver no dia da Graça e em todos os dias que for escrevendo e guardando-os carinhosamente na Biblioteca de minha vida. (Início de outono solar, chuvoso e com brisas fortes como meus sonhos, em Buenos Aires de 2018)
"Em volta da mesa estava ele, aguardando que os convidados chegassem. Aos poucos foram chegando; assentou-se o amor, arrastou suavemente a cadeira, a elegância. A leve (e forte) luz acendeu o candelabro para o jantar. E a harmonia reinou absoluta na cabeceira. Todos os convivas se olharam e se amaram, como se fosse a primeira vez." (Convidados - Victor Bhering Drummond)
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