Mario Quintana- Brevidade da Vida

A vida não pode existir em sociedade senão através de concessões recíprocas.

Ensinam-nos a viver quando a vida já passou.

O homem que não tem vida interior é escravo de seus arredores.

Aquele que na vida partiu do zero para não chegar a nada, não tem que agradecer a ninguém.

Escrevi um pedido e atirei no mar. Que a semana passe rápido e a vida devagar.

A glória em vida é algo problemático: é aconselhável não se deixar deslumbrar por ela, muito menos estimular.

A nossa imaginação gera fantasmas que nos espantam durante toda a nossa vida.

Será que o objetivo da vida é viver?

A vida parece-nos curta, e as horas parecem-nos compridas; o nosso gosto seria alongar a cadeia, encurtando os anéis.

Sermos o que somos e tornar-nos o que somos capazes de ser é a única finalidade da vida.

Só quando já não se tiver finalidades na vida é que se é realmente livre.

Cada um de nós tem um fogo no coração para alguma coisa. É nossa meta na vida encontrá-lo e mantê-lo aceso

Ninguém pode escrever a vida de um homem a não ser que tenha comido, bebido e convivido com ele.

CANÇÃO

Viver não dói. O que dói
é a vida que se não vive.
Tanto mais bela sonhada,
quanto mais triste perdida.

Viver não dói. O que dói
é o tempo, essa força onírica
em que se criam os mitos
que o próprio tempo devora.

Viver não dói. O que dói
é essa estranha lucidez,
misto de fome e de sede
com que tudo devoramos.

Viver não dói. O que dói,
ferindo fundo, ferindo,
é a distância infinita
entre a vida que se pensa
e o pensamento vivido.

Que tudo o mais é perdido.

Não há época mais feliz na vida de um homem do que depois do seu primeiro divórcio.

Erros são parte dos tributos que se paga por uma vida plena.

A vida espiritual dos homens, os seus impulsos profundos, o seu estímulo à ação são as coisas mais difíceis de prever, mas é justamente delas que depende a morte ou a salvação da humanidade.

O interesse explica os fenômenos mais difíceis e complicados da vida social.

O fato da consciência humana permanecer parcialmente infantil por toda a vida é o âmago da tragédia humana.

A vida é como um instrumento de música; tem de se elevá-la e libertá-la para a tornar agradável.