Mario Quintana- Brevidade da Vida

Será que o objetivo da vida é viver?

As pessoas querem estar arrumadas na vida; mas só enquanto não o estão é que há alguma esperança para elas.

Existem pais estranhos, dos quais a vida inteira não parece ocupada senão em preparar razões para os filhos se consolarem pela morte deles.

A vida não pode existir em sociedade senão através de concessões recíprocas.

O pensamento puro deve começar por uma recusa da vida. O primeiro pensamento claro, é o pensamento do nada.

Há males na vida humana que são preservados de outros maiores, e muitas vezes ocasionam bens incalculáveis.

A vida espiritual dos homens, os seus impulsos profundos, o seu estímulo à ação são as coisas mais difíceis de prever, mas é justamente delas que depende a morte ou a salvação da humanidade.

O interesse explica os fenômenos mais difíceis e complicados da vida social.

A vida é como um instrumento de música; tem de se elevá-la e libertá-la para a tornar agradável.

Coragem é o preço que a vida exige em troca de paz. A alma que não aceita, não se desapega das coisas pequenas.

O amor é o mais agradável episódio do romance da vida, e o casamento o apagador do amor.

A única precaução contra os remorsos da morte é a inocência da vida.

Só quando já não se tiver finalidades na vida é que se é realmente livre.

Sermos o que somos e tornar-nos o que somos capazes de ser é a única finalidade da vida.

Um amigo durante a vida é muito; dois é demais; três quase impossível. A amizade exige um certo paralelismo de vida, uma comunhão de ideias, uma rivalidade de objectivos.

Cada um de nós tem um fogo no coração para alguma coisa. É nossa meta na vida encontrá-lo e mantê-lo aceso

Muitas vezes digo à vida: não me dês tanto, para que não me possas levar tanto.

Ninguém pode escrever a vida de um homem a não ser que tenha comido, bebido e convivido com ele.

Nada há de humilhante - desde que se seja honesto - em ganharmos a vida trabalhando.

Homem de grande paz, homem de muita vida; para viver, deixar viver.