Mar Liberdade
"" Ainda que me faltem forças, que não me falte liberdade e ousadia de lutar até o fim pelo que julgo merecer...""
"" Acredito que a essência do amor está na liberdade...Quem ama mais o pássaro? Quem o liberta ou quem o aprisiona para admirar...""
“O sol é tão bonito!”
“A lua é um encanto!”
“O mar é lindo!”
“Eu te amo!”
Frases tão curtas e simples, mas escondem grandezas assustadoras.
É preciso ser sensível, ter um coração leve para perceber e sentir os efeitos poderosos das coisas simples que nos cercam. Mas, que são capazes de nos trazer uma felicidade altamente complexa e incompreensível para os insensíveis, que não conseguem ver o quão bonito é tudo o que nos foi oferecido a viver e apreciar nas coisas simples da vida.
O Guri e o (a)Mar
Do latim nauta, marinheiro
Da juventude, homem faceiro
Das duas rodas ao leme
Do desconhecido, nada teme
Do mar, seu alento
Do mar, seu alimento
Das ondas, vai e volta
Da imensidão, se renova
De Aquário, liberdade
Do Oceano, saudade
Na dinâmica da vida
Não há âncora que o prenda
De transbordar em (a) Mar
Livre sempre estará!
hoje o mar alterou-se, sabe-se lá porquê... ficou paranóico, avassalador, mas depois, deixou-nos a fúria de o amarmos em liberdade, mais tarde passou-lhe a cólera e veio-nos beijar com paixão e delicadeza...e ali mesmo fiz um verso e foi o desvario, nele adormeci o sol , coloquei cigarras a cantar nos canaviais e acreditei que era verdade o sonho que eu, o mar e o sol sonhávamos...
Ah...o mar que arrebata, que nos faz pequenos frente a ele e também que é inconsciente. Muitas vezes se enfurece, agindo sem piedade jogando suas águas nas areias das praias, levando-as indiferente. Porém num vai e vem, de repente ele se amaina, retrocede, faz marola e chega suavemente numa canção de ninar que faz tão bem! Aí chegam as gaivotinhas, nele se alimentam, ensaiam voos de alegria e liberdade que mostram a sabedoria da natureza. Tudo tem seu porque, sua hora sem vacilo, seu caminho a percorrer. Frente a tudo isso cabe a cada um de nós refletir: basta ser o que somos e simplesmente viver.
Elementos,
surgir no além...
por pairar sob o ar,
tenha por de repente o mar,
estará sobre a terra,
o fogo vai demonstrar a paixão,
entre as linhas da vida e da morte...
simbolismos em atenuantes,
resultado elemental...
Quero viver do meu jeito, fazer feliz a mim mesmo , contemplar a imensidão do céu , do mar, sem paradeiro e sem destino conhecido
Faço de cada instante meu encontro com a vida. Faço da minha vida um mar imenso de aproveitar instantes. Vou sem lenço, sem documento, em meio ao vento, no meio do tempo. Vivo um segundo de cada vez. Cada incerteza é um novo momento. Parei de acreditar em rótulos. Deixei de acreditar em limites. Comecei a acreditar em mim. Me deixei ser livre pra conquistar todo dia mais liberdade. Alguns chamam de loucura, outros de falta de juízo. Ouvindo mutantes eu canto. Louco é quem me diz que não é feliz. Me apeguei na minha loucura de desapegar daquilo que o mundo teima e que todo mundo diz. Se tem algo que é louco é que aprendi a ser feliz com pouco. Foi quando a vida me deu tudo e hoje o céu chega a ficar mudo, de tanto que eu paro pra agradecer. Na rua saio cantando enquanto as pessoas passam me olhando e eu sorrio por nem ter o que dizer. Pra mim louco é quem vive sério, num quadrado, sem mistérios, e esquece de aproveitar o que essa vida tem pra oferecer. Em céu aberto é que eu rezo, o mar é minha igreja, toda energia boa eu prezo, não importa qual energia boa seja. Na areia é onde eu piso, não fico mais dando aviso, faço o que eu quero e preciso fazer. Cada estrela é um caminho, há muito tempo que eu sai do ninho e posso até andar no chão, mas minha alma será sempre, eternamente... Alma de passarinho.
num mar de morte
seus sonhos estão nus
numa expressão
que mundo rejeitou
quando ninguém te amou
seus momentos tornaram
as sombras que acompanham
a sobriedade de enormes instantes
derramado num copo de vinho,
a torrencial torna se seu julgo
nesse estado primitivo,
e tudo torna se atenuante
nos braços da extrema unção,
deixando a luz morrer, momentaneamente...
sendo refém de seu algoz...
profundos seres do esquecimento
em teus lábios o reflexo de outras horas
a felicidade colocada no futuro
esplendido ar que se transpõem
em brumas a atormenta ganha um aroma
do teu corpo sensações tão atroz,
que brilho da noite contribui no estado de escuridão...
barulhos contribuem num abraço frio da madrugada,
gemidos de prazer relutam no sabor de amantes
desvaire nas sombras o ador...
infinito o preludio que insiste em viver
outras metamorfose dada por seu corpo.
a paixão atenuantes assombram as memorias
translucidas e revoltas de um sentido abandonado...
um raio de luz expressa agonizante sonho
que paira entre tantas dimensões...
brutalmente esqueço me a tomou em minha profunda solidão.
_A solução de outros modos é se ter a evolução
num mar de solução.
se tem a solidão
como se não houve se outro lado a tal resolução,
sua voz apenas é um ecoo
num paradoxo em que nada será,
apenas se escoa.
Sublimação Versal
O fogo, a água, a terra, o ar;
O amor, o ódio, a união, o mar.
A idéia, a palavra, a certeza, o incerto;
A luz, a escuridão, a natureza o universo.
Elementos-chave!
Composições de uma vastidão maior;
O Cosmos além do visível,
Indivisível Infinito,
Partícula menor...
O que há do que se foi,
O puro que é doce,
Muito antes do depois!
A virtude que dita,
Que cala e que abala;
O Grito do ímpeto!
Essência,
íntimo da própria alma...
A comunidade e a consagração,
Celebram a existência,
Com divina Inspiração!
Mais um dia,
Que logo irá ser pretérito;
Presença única transeunte,
Sublimando por simples versos...
Abril vermelho
Vejo o mar agitado se abrir
e a multidão em polvorosa ir em direção à costa
vejo ondas cada vez mais altas
e a rebentação cada vez mais forte
vejo professores em todo território nacional
rebelados e rebelando-se contra o sistema
ao meio dia
à meia noite
a todo tempo
vejo punhos se cerrarem
e a malta se unir nas ruas
não vejo a inércia de antes
vejo sangue, dor, lágrimas
vejo esperança, força, garra
prevejo mudanças profundas
oriundas dessa tormenta
vejo o povo retomando o controle
promovendo revoluções em série
vejo o povo nas ruas de mãos dadas com a Educação
e a marcha diária de ocupação nas praças e palácios dos governos
somando um, dois, três milhões...
Ainda não consigo enxergar o fim dessa peleja
mas vejo nitidamente o início de tudo isso
vejo acontecer em tempo real revoluções por minuto.
Se é irreal,
Até o mais doce pensamento é amargo
E a tranquilidade do mar é apenas aparente
Se é irreal
A imagem refletida no espelho é uma mancha
E o amor que dizes sentir é só lembrança de um vulto
Como podes tu dizer-me que é real
Se tu não és tu?
Ouça-me, portanto:
Se é irreal
Todo pensamento é ilusão
E cada movimento, dentro e fora, conduzem à mera distração
Se é irreal
Enquanto for irreal
Tu andas por onde quer, sem saber que está na prisão
Mas quando te tornardes real
Sê firme
Sê livre
E voe...
caminha-se na sombra das paredes
que se erguem envoltas
num mar duro de pedra
e sal
uma nesga de luz que sai
das trevas
por curto instante e faz gerar
da palavra a semente
rebentam do fundo da garganta
apertadas por dizer e formam-se
em interrogações constantes
no seio do poema que se faz
grita a liberdade
acordam os sentidos conscientes
duma nova realidade
in "Meditações sobre a palavra" (um tributo a Ramos Rosa, o poeta do presente absoluto), editora Temas Originais, do poeta Alvaro Giesta
Tenho um barco que vai velejar em mar aberto até chegar a uma terra afastada onde poderei gritar mais por enquanto ainda sofro com a maresia