Mãos
De mãos dadas com a minha solitude, em pensamentos conduzidos pelo meu imaginário, caminho sem pressa por um cenário de quietude, o cinza predominando o céu, sinal de que uma chuva se aproxima, o sol com um brilho discreto por detrás das nuvens, o mar desfrutando da sua calmaria e uma brisa suave nos acompanhando, alguns passos na areia, deixando pegadas, criando memórias de uma simples ocasião imaginada, todavia, uma verdadeiramente satisfatória, breve e marcante, compartilhada nestes versos como uma história talvez cativante graças a uma imagem do tempo fechado que abriu as portas do meu enfoque poético, o qual coloriu uma manhã nublada ao destacar fortemente o seu momento de calma.
Eu vejo que, cada lágrima que cai de mim, Deus a segura com as Suas mãos e até chora junto a mim. É inaceitável o mal neste mundo; ele corrompe, ele afasta você de Deus.
A verdade de Deus é imutável sobre este mundo. Mesmo que eu esteja no infinito e solitário vazio, Deus está comigo. Ele não me nega, mesmo quando não há fôlego, mesmo quando sou rejeitado.
Toda essa dor que carrego, e esse ódio que não posso direcionar... Que Deus esmague o mal! Que não exista nenhum resquício, pois portaram algo divino e forte, mas são arduamente covardes contra a raça humana, que foi amada pelo meu Senhor Deus.
Por que essa prostração diante do mal? Por que essa ingratidão?"
É com fé que sigo o meu caminho
todos os dias...
E é entregando nas mãos de Deus as minhas escolhas
que me tranquilizo, pois sei que o melhor por mim
ele fará, e o que não for para o meu bem,
ele afastará.
"Com os olhos fechados
Peço que segure
as minhas mãos e
Dance comigo
essa canção,
Nesse compasso,lento
e delicado quero
sentir o teu abraço.
Meu corpo junto ao teu
Sente as batidas do nosso coração,
Pois nesse instante
Somos dois em um
Só corpo.
Ardentes,desejosos de paixão.
Toque-me suavemente,
e me ame eternamente."
Plantei raízes no silêncio ansiando pelo sol da esperança, mas mãos alheias cobriram a terra, impedindo-me de florescer.Meu caule se ergueu trêmulo, buscando o céu em vão, pois a sombra de terceiros pesava mais que minha vontade. E assim sigo, metade semente, metade lembrança do que poderia ser; um destino podado antes do tempo, um sonho que ainda respira sob a terra.
Não me faltou vontade, nem coragem para crescer. Faltou-me apenas o espaço que mãos alheias roubaram. Chamaram de orientação o que era apenas prisão; chamaram de liderança o que não passava de opressão.
Não busco abrigo, eu o crio, a casa nasceu das minhas mãos, e hoje habito onde antes só soprava o vento.
Minha compaixão brota de ter sofrido, conhecer a dor ensinou a aliviar, dou mãos onde precisei delas
Fui moldado pela dor e lapidado pela paciência. Cada sofrimento foi um cinzel nas mãos do tempo, esculpindo em mim a consciência de que nada é em vão. A dor me rasgou, mas também me abriu para o divino que habita no silêncio. A paciência, essa artesã invisível, me ensinou que o amadurecimento não é pressa, é entrega. Hoje entendo que fui forjado não para ser perfeito, mas para compreender a beleza do processo, o sagrado que existe em suportar e florescer, mesmo em meio ao fogo.
A vida me feriu, mas a esperança, com suas mãos firmes e delicadas, sempre soube transformar dor em remendo, e remendo em recomeço.
Há mãos que sangram por amor e não se arrependem. O verdadeiro esforço é o de continuar acreditando, mesmo quando tudo parece perdido. O cansaço é o selo da fé viva, o sinal de quem ama sem desistir.
A verdadeira alegria nasce quando as mãos se rendem e os olhos se enchem de gratidão, então a vida se põe a cantar.
