Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar
LAGRIMAS D'ÁGUA
Eu choro as minhas lagrimas
que ninguém pode chorar
lagrimas atiradas aos ventos
para no chão se acabar.
São lagrimas desse meu eu,
imposto d'elas, não pagarei
se pagasse o mundo era breu
sem chorar, não sei, não sei.
Lagrimas que são empurradas
pelos sentimentos internos
elas aparecem do nada
movendo céus, e infernos.
Eu choro as minhas lagrimas
para aliviar a grande dor
lagrimas que sonhos afaga
lagrimas pelo grande amor.
Antonio Montes
SEU MUNDO
Apeia do burro, e ele pasta
e passa a feia descabelada
apeia de rabo-de-tatu, tira casca
como imposto compulsivo e as tachas.
Descabelada, menina ao vento
passa pela infância a felicidade
logo vem os bicos de sentimentos
propondo ver o rumo da verdade.
Pasta o burro, passa a peia
morte desapeia...
Encandeia o homem , com a candeia
... Vento, de lua cheia.
Grito sob escuro
pulo através do muro,
ainda há ponto seguro...
No escuro do seu mundo?
Quanto ao fundo que espera
tudo é fundo...
Quanto ao mundo que lidera
você é tudo.
Antonio montes
MORTE DA HORA
Quando cheguei, era seis e seis
... Seis e seis do dia três do mês
gente por ali, encontrava-se de pé
fila se formando, já tinha seis... Seis
pacientes, impacientes na minha frente.
A medida que a fila aumentava
veio o tempo, veio as senhas
e com isso, apareceu as resenhas.
Barulho de alerta na parede,
marcador, números em ordem
paciências em desordens, eu ali
ficxando que o mundo é,
para quem pode.
Enquanto, Idoso, aleijados e grávidas,
tomavam a vez de todo mundo
aos olhos do certo, tudo era incerto
horas morriam em seus segundos
e o tempo ficava sem fundo.
Antonio Montes
QUANTOS ROSTOS
Tantos rostos, tantos corpos
mas, só o seu, eu escolhi
sem você, ficarei loco
não poderei, viver sem ti.
Antonio Montes
Só deveríamos lançar mão da razão uma vez estando (honestamente) esgotada a possibilidade de observação.
SOFREDOR
Como se fosse um navio
ancorei o meu amor
no cais da minha paixão...
Então, me tornei sofredor,
sofrendo pelo seu coração.
Antonio Montes
OLHE O TOMBO
Se segurarmos a mão,
de quem não esta, nem ai
... Pelo riscos do coração,
podemos de cair.
Antonio Montes
Bom domingo
Que nosso dia seja leve, tranquilo do jeito que a calma pede e a preguiça aconselha. Nada de agitos ou esforços ocasionais, só na boa, faz de conta que navegamos em maré mansa...sabe aquela que todo baiano curte e a gente pede bis.
Se surgir algum problema diga apenas: Xapralá (deixe para depois) e assim vamos conduzindo nosso domingo em passinhos miúdos, prá não cansar (porque segundona vem aí e o bailado chega quente), prá hoje, que venha muitos carinhos e afagos e....hummm...hummm...hummm, temperados de suspiros demorados.
BANCO DAS LEMBRANÇAS
Do que adianta agora,
pedir para juntar lagrimas caídas
depois que o vento levou-as,
agora que tudo acabou...
Do que adianta falar de amor.
Hoje, só...
Nesse banco, abaixo d'essa janela,
que ontem ainda era tão nossa...
Eu olho a lua do nossos sonhos
e não vejo mais as estrelas,
do nosso esplendor.
Sinto o desespero evadir o meu silencio
e meu coração dispara querendo
enxugar as lagrimas da minha cara.
Tudo entristece em minha volta?
em sonhos, eu tenho a sua imagem
e acordado, sou açoitado pela saudade,
e o desespero, torna-se agonia
diante do meu pesadelo.
Antonio Montes
CAÓTISMO DO MUNDO
Aqui, nesse apartamento,
... Do meu olhar eu vejo...
A lua com vidros
a rua com tiros
a paz, perambulando pela guerra
E os clamores, dos olhares de socorro
não são mais vistos, diante da clemência
... É pena, que todos querem amor
mas, nunca aprenderam a dá-lo.
Aqui desse meu olhar eu vejo...
A ganância todavia espojada
na cadeira do impero
a insaciável caneca dos desejos
do comando humano... Todavia seca
... Vejo lagrimas de sofrimentos,
escorridas pelos rostos dos inocentes
a esperança no caminho do mundo
a debater-se pelo suspiro do amanhã.
Aqui nesse apartamento
... Do meu olhar, eu vejo...
Os livros do mundo lidos, mas
seus ensinos, nunca foram seguidos
A coerência subjugada pelas correntes
da inconsequência,
a curiosidade sendo levada
pelos trilhos, dos perigos
as feiras dos ensinos vendendo
todo tipo de crença, e todas as
crenças, ludibriando a inocência.
Antonio Montes 13/03/17
VELHA CASA
A velha casa na beira da estrada
hoje sem cor, parede derrubada
nada, sobrou do existir...
Mas ali, em época passada
vidas foram projetas
e suas passadas fizeram sorrir.
A velha casa, teve suas glorias
que hoje faz parte da historia
que ninguém pode destruir...
Ali, nasceu filhos e filhas
projetou-se pela vida seguida
e vivem lembranças por ai.
A velha casa na beira da estrada
ainda protege vidas desgarradas
que voam pelo seu existir...
Uma vez e outra, vida cansada
calada com poucas palavras
em repouso, passa a noite ali.
A velha casa na beira da estrada
hoje quieta sem burburinho
guarda momentos em seu existir...
A noite, te gela calada
o sol te aquece o abandono
só as estrelas, arriscam-lhe um sorrir.
Antonio Montes
Quem não acompanha a evolução incomoda-se ao ponto de desaconselhar o avanço, como se a escolha de todos devesse ser continuarem inertes, quem me dera que para evoluirmos o tempo não passasse mas passara para todos, até para aqueles que esperam estagnados, assim o grande ALBERT EINSTEIN defendeu que o tempo é mais devagar na velocidade da luz, assim viverei eu... na "velocidade da luz" para que o tempo “seja lento” , o meu conselho é, procure mover-se ou não estará aqui pelo tempo que deseja, nem mesmo para desaprovar minha maneira de viver.
Ganhar é momentâneo, acostuma-se pois caminhamos rumo a um fim inevitável, agora aproveitar o que a vida nos oferece é uma decisão nossa!
PASSADEIRA
Passa, passa passadeira
passa a noite, passa roupa
passa pela vida inteira
passa o dia quase loca.
Passa o vestido de renda
a calça toda engomada
passa os sonhos de prenda
sonhando, em ser amada.
Passa cuecas e camisas
no dia sutil da vida
Seu rosto triste na praça
passa pelas avenidas.
Um dia passou amor
deixando muita paixão
sofreu saudade e desprezo
sofreu dor no coração.
Antonio Montes
Bom dia 15/03/2017
Começar o dia bem pianinho, assoviando fino e devagar.
Vamo com calma nessa hora parceiro,
Dia de Greve e de protestar contra o que quiser.
Vale tudo!
Vou protestar contra minha conta zerada do fundo inativo,
logo eu que contava com conta gorda e recheada.
Vou prá rua... ahhh se vou, tem cartaz de fora Temer? ...não!
Dá qualquer um então, o negócio é participar.
No último protesto paguei o maior mico.
Cheguei atrasado, no fim, faltou condução, tava tudo parado,
não me avisaram que tinha acabado...hehehe
No protesto a gente tem que ficar esperto, né
Vamu lá genti... Fora, fora, fora ...tudo que incomoda grite: fora
Só não fique por fora.
Bora lá!
CAMUFLAÇÃO
Lenço branco na janela
... Estou livre...
Pode subir...
Essa noite, nossas chamas
... Irão evoluir.
Antonio Montes
ALEM DA QUINZENA
Hoje é dia dezesseis do mês
Eu sei... Já passou do meio
estrondou a minha vez.
Esta caindo um toro tenso
Agregando enxurrada
e transbordando poentes
Infligindo sentimentos.
Com o rio cheio...
Não tem como ir ao correio
que fica lá do outro lado
no sopé d'aquele monte.
Antonio Montes
NA CORAGEM
Brincando de gigante
Eu me perco, diante da coragem
No beco, quem sabe?
Tremendo... Um vulto?
Pode ser uma visagem!
Existe um aviso, perigo!
Faça o que lhe digo
Não ouça e castigo!
E então?
Salgando os costumes da vida
O viver sobre o tempo
Um chorar no sentimento
Alento... Partida.
Antonio Montes
MEU CAMARADA
Oh meu camarada!
Eu vendi todos os meus garrotes
Já comprei o meu passaporte
Vou meter os meus pés na estrada.
Ser feliz nessa jornada
Não se importe
Apenas porte
Se comporte
Eu sou forte
Vou conhecer o sul
Eu vou conhecer o norte.
Se me der na teia
Vou correndo
Vou de trote
Ah... Eu ia me esquecendo
Não é que eu comprei
Duas pernas de garrote!
KKKKK E não vou fazer geleia...
Não é mocotó!
Eu vou fazer estilingue!
Atirar pedra no mundo
Sem pena nem dó
Isso não é nó.
Talvez eu derrube uma estrela
Lá do céu
Uma estrela linda! Mais que flor
Brilhante com seu pó cintilante
Só para dá-la ao meu amor
Rô, rô, rô.
Antonio Montes
