Machado de Assis Poemas a Palmeira
Junte todos os bons momentos, os esparsos, os razoavelmente contínuos, os pequenos, os grandes, não esqueça os esquecidos, se conseguir inclua também os não percebidos, pode chamar isso tudo de felicidade.
E se não souber separar tanta coisa, junte todo o resto e esse grande amontoado de coisas você poderá chamar de vida.
Antonio Carlos Machado
@machado_ac
Celebro as mutações,
eu não sou mais ontem,
amanhã de novo,
me apresentarei a mim mesmo
Antonio Carlos Machado
@machado_ac
Nos encontraremos logo ali,
onde desde sempre havia
um lugar destinado a todos
e a ninguém.
Antonio Carlos Machado
@machado_ac
Há pessoas tão superlativas
que encontram soluções demais
para problemas de menos.
Antonio Carlos Machado
@machado_ac
Ìngreme
O justo pesar do exato conluio
do verso e do tema: luzir!
A expressão que se estampa na tensão da vida
em cada dia a sua eloquência desesperada.
Sucumbe o delírio num centésimo olhar
que me invade o existir
Sou eu, ainda sou e já sou e nem vi!
Olhar de miçangas e glitters, strass!
Que brilhos fatais, sou eu, é demais!
Tu, burilas atroz as sardas e os nós
E irrompe a fusão de sangue e energia
Mutilas a paz e esqueço o verniz,
te entrego então a raiz do ventre
que umbilical me fecha os olhos
a este sono que não vem
por que não sei, talvez eu tenha que esperar
outra vida
Antonio Carlos Machado
@machado_ac
Você já se deu conta
que não muda
muitas coisas na sua vida
não por que acha melhor
continuar do jeito que está
mas por que vai te dar um trabalho que você não tem disposição para enfrentar?
Antonio Carlos Machado
@machado_ac
Ser
é um verbo de definição permanente
no entanto eu sou aqui, isso que você me faz ser.
Ali, em outro lugar com outros,
serei outro e amanhã serei outro
com você
Por que ser é na verdade uma interação
com tudo e todos que nos cercam,
que se adapta e se transforma
a cada instante.
Antonio Carlos Machado
@machado_ac
personagem que faz de conta, não tem conta pra pagar,
mas tem segredo dos bons, não toma analgésico,
não pega fila em lugar nenhum, personagem só tem característica,
não tem vício nem defeito, nada de calo no pé, verruga, feijão queimado,
sal demais, nossa que coisa! personagem tem porta aberta em todo lugar, fala fácil, nem sotaque têm, nem Tio perdido, irmão em outro estado (nem líquido, nem gasoso) as mães de personagem também são sempre boas, nada de gente desgovernada, nunca vi fazer xixi, pedir segunda via de nada, nem esquecerguarda chuva, não pega senha, gripe, credo!
ônibus lotado! só a gente mesmo,
personagem é tudo de bom
Antonio Carlos Machado
@machado_ac
seus espaços, lugares, suas respostas
e tudo mais que é seu (mas não está com você),
nem sempre te espera para um café... descubra-os,
lute por eles, convide-os, pergunte: onde estão?
não espere que venham em cavalos encilhados,
em pacotes dos correios, há muita coisa
que não se entrega naporta da casa da gente.
Antonio Carlos Machado
@machado_ac
Era um encontro entre váriose dentro deles eu...
indo em direção a mim mesmo.
foi incrível, trocamos muito,
nos perdemos depois
Antonio Carlos Machado
@machado_ac
às vezes um avanço no espaço ondeme despejo,
noutras estranho a confusão de tantas coisas onde sempre me disperso,
pontes e becos, estalos ao redor,fuga em doses e descompasso.
fecho os olhos e desperto
A liberdade é, e sempre foi, mantida pelo equilíbrio de forças entre as diferentes partes.
Pense nisso!
JCES
“Os fins justificam os meios.”
Certamente todos aqui já ouviram ou leram algo parecido.
Penso que os fins não justificam os meios.
Mas, o que penso não faz muita diferença!
As forças políticas sempre atuaram e atuarão assim.
Não há espaço para amador nesse campo.
O astuto observa as fraquezas e forças humanas e atua no vácuo, para aumentar seu poder.
O astuto sempre avalia cuidadosamente as forças e fraquezas daqueles que foram escolhidos como “inimigos”, para usar a melhor estratégia de enfrentamento com vistas a derrotá-los.
Para esse enfrentamento, são escolhidas diversas táticas, que vão desde a conciliação, o encorajamento do conflito interno, a formação de alianças de conveniência, até o uso das forças militares.
O astuto usa a coleta de informações e o conselho militar para fortalecer suas decisões.
O astuto não decide de forma aleatória, como imagina os seus “inimigos”.
O astuto age de forma premeditada.
O astuto usa a espionagem de forma estratégica e tem admiradores e fiéis em todos os espaços.
Nesse campo, o astuto é implacável: usa trapaça, suborno ou qualquer outro elemento que julgue capaz de lhe dar a vitória.
É assim que os sistemas de luta pela poder foram, são e serão.
JCES
Conhecimento X Experiência
Conhecimento é muito bom. Experiência é essencial.
Na vida temos que conciliar conhecimento com experiência.
JCES
Num gesto vago, mas nem por isso menos eloquente, num trejeito entre olhares e meneios de cabeça...
Numa palavra cirurgicamente trazida, (es)colhida.
Assim sendo humanos, capciosos, timidamente, fazemos, sem nunca assumir,
nosso especulativo discurso de entrega e consequente sedução.
@machadisses_ac
Te convido a entrar para desfrutar de bons momentos em aleatoriedade, mas não pense em ficar. Amanhã já me desfaço. Sou solitude. Boa parte do tempo contento-me apenas com minha própria liberdade.
Não há constância, vivo metamorficamente, (como o caos) tenho incontáveis formas, sou inteiramente fragmentado e transformado o tempo todo. Mas não pense que vivo só, há vozes que ecoam em minha mente e eu gosto do som delas. São rugidos temíveis, talvez de feras, monstros. Nem mesmo a própria coragem os enfrentaria.
Sinto coisas inexplicáveis, um tipo de vazio, mas que não é tão ruim. É como se eu tivesse muito espaço para criar e ser tudo que eu posso imaginar.
Não confie em mim o tempo todo, nem sempre sou algo bom para os outros. Ser inconstante é o meu pilar e isso é muito destrutivo quando tenho que me conter para não ferir quem se aproxima demais.
Já vivi bastante tempo para agradar as pessoas, como se eu tivesse essa obrigação, e isso me custou muito. Goste de mim pela graça de nunca me conhecer inteiramente, sou tantas camadas que nem eu mesmo conheço minhas definições ou limites.
Tenho alguns devaneios, mas meu apego é com o esquecimento. Querer que algo dure para sempre é um desejo egoísta demais. Querer que eu seja sempre o mesmo, é lançar o peso da eternidade em mim e o tempo, inevitavelmente, muda as coisas.
Silenciei as outras vozes uma boa parte da minha vida até perceber que isso era pior do que a morte. Cuidado comigo, as feras estão soltas. Algumas são perigosas estão sempre famintas, mas são as que não toleram correntes que você deve se preocupar. Se me deseja como luz, terá que aceitar as sombras que faço pelo caminho.
Sou ciclos, fragmentos, fases, estações... Sou um entretenimento difícil de jogar.
Se quer descobrir minhas polaridades, tente a sorte e cuidado para não se assustar.
Somos muitos em vazio sem fim, o desconhecido não-ser!
Um leve toque em minha alma e você pode se perder.
Não se envergonhe de dizer que ama seu amigo ou amiga.
Vivemos num plano que nossas vidas são grãos de poeira que o vento sopra rapido demais.
Não deixe de falar o que sente nunca.
Para esta minúscula aventura, escolhi Andrés Segovia como pano ou pane de fundo.
Um piano ao cair da tarde, era um programa antigo de rádio.
Procurei uma lapiseira, questão de gosto, compõe o modus operandi do tagarela que não vos fala, mas agora escreve.
A cena é de certa forma bizarra, no mínimo pitoresca
Numa avenida, uma mulher, feliz pelo semblante, humilde pela vestimenta, passa... empurrando um carrinho de supermercado, dentro dele um cachorro, naturalmente pouco a vontade e sem nenhuma ação em comum com quem o carreia mundo afora.
Parou no canteiro entre as duas vias e conversava animada e afetuosamente com um conhecido ou amigo dela sobre o que não imagino, não consegui prestar atenção.
Isso durou alguns minutos, uma dezena de copos de cerveja e uma coleção de interjeições verbalizadas.
A impressão que eu tinha é que ela literalmente não se conectava com o mundo que eu via, era o mundo dela que valia a pena e talvez nem existisse outro...
Sim, foi um alívio ver que não foi xingada nem atropelada, ela continuava feliz...
Me dei por satisfeito.
Sorri como outros tantos que ali estavam.
Não sabia exatamente se podia definir aquela demonstração de afeto e puro “non sense”, acho que continuo sem poder, continuo sorrindo.
Não a vi mais, nem o cachorro...
Preciso fazer umas compras no supermercado.
