Machado de Assi Poema a Carta
Casulo
- Pode gostar de mim e de ficar assim, parada.
Disse um galho pesado de tempo e folhas, uma frondosa árvore que bondosamente, acolhia um delicado casulo. – depois, planejas nascer de novo e cresce, desenvolva-se, reconstrói teus sonhos. E quando as forças das tuas asas, não cabendo mais no seu espaço, quebrarem o fino tecer do seu telhado, permita-se esticar vagarosamente as asas... abra-as, e como quem acorda leve e renovada, voe, ávida e sedenta por novos ares...
- Rahssi
Estrada
Quando a gente escuta os próprios sentidos a vida passa por nós com paradas... e então, percebemos que há tempo para existir em cada detalhe e tempo de ser em todos os dias. Apenas uma prece deve existir: a de que não percamos de vista a reciprocidade dos atos e que a paisagem escolhida nos assegure sempre o melhor... em todas as viagens. - Rahssi
DEPOIS DOS TEUS OLHOS 02/03/18
O que poderia se fazer
depois dos teus olhos verem
no fundo dos meus olhos
uma alma comovida.
Você levantou sua cabeça
de forma quase cínica e partiu.
De todos os modos possíveis
de partir você partiu.
E mesmo assim partida
essa ama comovida
ainda teve tempo de procurar razões
na lembrança dos teus olhos
sem desculpas.
Como se aquele que fere
precisasse de ajuda
e esse permanecer atento,
mas agora de forma muda
como se o impossível
pudesse ter a sua hora.
Mesmo que fosse o nunca
o seu lugar do seu agora.
Esse tempo lento do nunca
fazendo-se de sustento
no que não seria.
A vida não entendeu a perfeição
e passou sem ver o seu lugar,
como não poderia ser
caso o homem fosse perfeito,
mas não é.
Consciente disso
do que seria perfeito,
mas se fez impossível.
Só resta criar a paz
em algum lugar perdido
entre o mundo e o impossível.
Olhar dentro do meu abrigo
sem entendê-lo como prisão
e procurando no próprio zê-lo
minha forma de amar
sem nunca tê-la perdido
para ser possível novamente
amar, amar e amar.
ESTE SOU EU 02/03/19
O pior de não saber o porquê
de estar comigo magoada,
é exatamente o "nem saber"
que prova a verdade
nessa tua mágoa.
Isso que te magoou sou eu
e essa tua mágoa
é você descobrindo
que não sou o ser perfeito
com o qual sonhavas.
Não posso ser distinto
de quem eu sou,
seria uma violência para comigo
e um subterfúgios, um engodo.
Para que persistas em algo
que, na verdade, eu gosto
e do qual me aproveito
e mesmo que seja bom
não existe e te gera sofrimento.
Quero que entendas
isso não é despeito, é respeito
a ti e a mim mesmo
espero que esse
melhor entendimento
de quem eu sou te libertes,
desse sonho maravilhoso
que livre te traga
e mais para perto
do pobre ser humano que sou
e que é a minha verdade
e mesmo não sendo tão bela
é a verdade que está certa.
[...] Então passei a vigiar-me para
Que nunca cresça a ponto de não ser mais criança.
A única e grande verdade e' que nosso anjo e' a criança
Permanente em cada um de nós.
O adulto e' um ser oculto que se despiu das asas brancas
E enveredou-se no sombreado da vida.
Tudo isso eu sei porque era criança, e via como as crianças
Viam e nada saberia se já fosse adulto.
Do poema ( minha amendoeira), poeta_sabedoro
ALMA ADENTRO
Atravessamos todos esses rios
E nos encontramos ancorados às fronteiras
Mantendo um desejo distante, tocamos ilusões
Petrificados na dor, esquecemos de nos reinventar
Carruagens solitárias entre as estrelas
Caravanas perdidas dentro desse profundo azul
Misteriosos momentos que nos transcorrem
Ao ponto de coexistirmos sozinhos no que era amor
Mercenários de sentimentos, fadados a obscuridades
Não são perigosos, apenas não nos deram as mãos
Ninguém pode nos dizer quantas vezes choraram
Mas podemos, quando desejarem, deixá-los partir
Mantidos sempre nas mesmas células
Nos incluímos no sol de cada manhã
Indagamos no mar todas as verdades esquecidas
Vivendo nas paisagens que passam
Eliminamos nossos medos ao existir
ESPÍRITOS LIVRES
Onde vos encontrais
Ó espíritos caminhantes e
livres?
Por quê vos deixais
aprisionar pelos dogmas
dos monastérios acadêmicos
― tão velhos e tão toscos! ―
que oram terços dos passados
enclausurados nas cavernas?
Vossos caminhares são
os espaços livres dos tempos… e dos templos.
Ainda não aprenderam que o
bom caminhante não sabe para onde vai;
e que o caminhante perfeito
não está preocupado com a sua origem?
Caminhai como os loucos!
Ó espíritos caminhantes e livres
despertai de vossos sonhos e dos vossos pesadelos
― ilusões e fantasias! ―
e tomai vossa sagrada loucura
e a ofertai como palavra divina
aos acorrentados da sagrada família.
Vosso caminho é livre:
ele não tem início;
ele não tem fim.
"Tudo o que eu preciso é você"
Você é o sol que ilumina meu dia
A brisa suave que me acalma O doce mel que adota minha vida
A presença que me faz sentir em casa
Seus olhos são como estrelas no céu
Brilhantes e cheios de luz
E seu sorriso é a mais bela melodia
Que alegra meu coração em todo momento
Eu sou como uma flor que desabrocha
Com a sua presença ao meu lado
E a cada beijo seu, meu amor cresce
Mais forte e mais intenso do que antes
Você é meu porto seguro e minha força
Meu abraço apertado e meu aconchego
E eu sou grato por cada momento que passamos juntos
Porque com você, eu sei que posso enfrentar qualquer desafio
Seu amor é o que me mantém vivo
E eu prometo cuidar do seu coração
Pois tudo o que eu preciso é você
Para ser feliz e completo em minha vida
Então, meu amor, segure minha mão
E caminhe comigo em direção ao futuro
Onde a felicidade nos aguarde
E onde nosso amor continue a crescer e florescer
Porque você é a minha alma gêmea
A pessoa que eu sempre esperei
E eu te amo mais do que as palavras podem expressar
Porque tudo o que eu preciso é você, meu amor.
No peito do menino, um amor nasceu
Que tanto cresceu, mas ninguém percebeu
Pois o que o menino sente é diferente
Um amor que não é tão simples, tão evidente
O menino ama outro menino, sim
E não sabe como dizer, nem por onde começar
Sente medo, receio, insegurança
De ser julgado, rejeitado, sem esperança
Mas a paixão que arde em seu coração
Não pode mais ficar calada, em vão
O menino precisa encontrar coragem
Para falar ao outro, sem sabotagem
E quem sabe, talvez, a paixão seja recíproca
E o amor floresça, não mais oculto, não mais tópica
E o menino, enfim, possa ser livre
E amar quem seu coração escolheu, sem privação, sem cative
Quão grande a opaquez da vida
Esta que nubla e nos arrasta
Quizera para o mar
Quizera para o sol matinal .
Quão grande a mesquinhez humana,
Essa que luta pelo dia a dia,
E não se aguenta sem grana
A mostrar quantas posses leva ao túmulo .
Quão grande o homem que chora,
Percebe a insensatez da sociedade
Que não ama mas em bravata
Se esconde detrás da vitória insana de uma pseudo-razao.
Quão grande o vazio que o desamor pode trazer, e como o orgulho, benzer o demoniaco.
Ei! Você aí, onde está Eugenia?
Sumiu e não a viram
Em seu lugar vejo misoginia
Se em mal dizer a destruíram
Agora, onde pois Ana Marista?
No fogão ou atrás da mesa?
Meu senhor, como é machista
Sua mãe era guerreira ou princesa
Nem vou rimar até criar calos na língua
Afinal é só “coisa de homem”
Assim é o mundo, onde pombas dormem
Não vamos entrar nas entrelinhas
Nem toda mulher é Mal vista
Mas não diferenciam, Eugenia de Ana Marista.
o gato dorme, ronrona, brinca e se exalta.
como ser belo iqual um malta?
na linda flor desse jardim o gato zoa.
no ramo do plano, que faz o coração brincar de canoa.
se exalta, se exalta ò jardim.
brinca de ser um querubim.
cuida de mim no céu gato branco.
e anda, sem desespero.
e lembre-se de brincar de ser um anjo.
trabalho a ser feito.
alguém a se negar.
tem de ser feito, de qualquer jeito.
nada pode parar.
alguém criado à liderar.
ò rei, ò rei, ò rei.
trabalho a me dar.
algo a fala.
nada pode para.
a parábola, de um rei.
seu desejo mais fiel.
ò grande Israel.
o rei, pede misericórdia.
não pede vitória, nem o hino da gloria.
apenas faça seu trabalho.
seu cabelo preto me alucina.
seu olhos parecem a noite mais profunda.
seu batom e o charme.
você é encantada.
está sempre a ser mencionada.
a deusa do meu mundo.
com seus olhos profundos.
sua alma boa e má é visível.
clara como a luz do sol.
meu amor mais sincero.
só de escutar seu nome já fico meigo de afeto.
não paro de notar cada detalhe de seu lindo corpo.
eu te amo de mil maneiras.
nunca vou esquecer seu jeito de sorrir.
explorei o mundo e o único tesouro que achei foi você.
ò meu lindo amor.
sua face linda, seus olhos calmos.
notei sua precaução.
arrumada como se fosse ir á um baile.
parece uma rainha sem vestido, com seu grande charme.
seus olhos refletem a água mais clara do rio mais claro.
cada detalhe seu é um fato á ser estudado.
linda rainha a governa, cade teu rei?
se eu pudesse seria teu rei.
e mesmo assim me governaria acima de todos.
faria de tudo só pra ver teu sorriso.
eu escalaria a montanha mais alta do reino mais alto.
só pelo teu sorriso.
rei egoísta, bastardo e sem ambição.
odeio a mim mesmo por ser um rei?
pra que tal falta de comoção?
e se no final vencer pra onde irei?
perguntas, perguntas e mais perguntas.
ser um rei não é sonhar é prisão.
mas exaltante,
o poder na mão de uma pequena comissão.
a falta de um vilão.
faz eu pensar eu sou o errado da questão?
e se no final perde sou um traidor a mim mesmo?
A ESQUINA
sobre o vislumbre noturno, o anoitecer enobrece ao terno luar,
e as estrelas fazem um espetáculo para atrair o teu encanto.
o pincel que corre sobre tuas curvas
perpetram tuas cores abrolhando de teu manto,
e na fortuita esquina que se descobrira,
o brilho era volvido apenas para que tua figura fosse ressalvada.
foi então por teu imo minha coadjuvante,
esmero pela natureza, esta soturna melodia que lhe coubera
poderia ser ouvida até nos firmamentos.
esta beleza dissonante virou canção até para os desalentos ,
para cada olhar, uma penitência, cada beijo, um desejo,
cada tato, um pecado.
umvoz que aprecio bem, não porque era bela,
mas porque era tua.
diante daquele velho asfalto cinzento da rua que vivi,
logo passou a ser reluzir ,
porque quando chamava meu nome,
já me pegava a sorrir,
não porque era meu,
mas porque já passou a ser teu .
DISSE-ME O CAPITÃO DO BARCO
Disse-me o capitão do barco Que eu navegasse
Sem a afoiteza dos que amam Mais do que
Intensamente.
Disse-me o capitão do barco
Que na direção ajuizada
Eu chego ao Mediterrâneo que tem ondas Que não batem tão
Intensamente.
Disse-me o capitão do barco
Que no mar do Japão
Não existe a salinidade exacerbada
Tal qual a desilusão que, indigesta, queima tão Intensamente.
Disse-me o capitão do barco
Que na escuridão do oceano
O farol se torna invisível
Aos que teimam em amar sozinhos e Intensamente
Disse-me o capitão do barco
Que a perda do amor eterno
Eterniza igualmente flutuada melancolia
Do marinheiro que embriagado há de afogar-se
Intensamente
O QUE FAÇO COM ESSA MENINA?
O que faço com essa menina que se acha feia?
O que faço com essa menina que, timidamente, diz aos quatro ventos que se encontra acima de seu peso?
O que faço com essa menina que disfarça o próprio corpo vestindo camisas largas e calças folgadas?
O que faço com essa menina que esconde o rosto porque acha que está demasiado flácido?
Devo eu dizer a ela que o seu sorriso é a maior das alegrias dessa minha vida?
Devo eu dizer a ela que apenas a sua sutil lembrança me aflige em desejo incontrolável?
Devo eu dizer a ela que a sua perspicácia transforma o planeta em um lugar mais habitável, mais inteligente e mais esperançoso?
Devo eu dizer a ela que o seu humor não apenas contagia a todos, mas vicia e entorpece o mais reticente dos humanos?
Como devo convencê-la de que é perfeita?
Como devo convencê-la de que é a cada dia mais apaixonante?
Como devo convencê-la de que hei de amar intensamente cada gesto e cada uma das palavras suas até o final dos tempos?
Como devo convencê-la de que morreria pleno e confiante ao seu lado?
Será mesmo que essa moça notará que jamais foi escrava de modismos de consumo e de estética?
Será mesmo que essa moça notará que ela é una e que intimida aqueles que se auto- denominam como audazes Casanovas?
Será mesmo que essa moça notará que tem o dom de arrebatar aquilo que deseja a todo tempo e a todo modo?
Será mesmo que essa moça notará que eu renegaria tudo para repousar silente e em calmaria, por entre as suas pernas?
Abra os olhos.
Eu lhe aguardo ansioso.
QUANDO BUSCO AS CRIANÇAS NA ESCOLA
Quando busco as crianças na escola A curiosidade me consome por inteiro Porque lá existe um universo
De pessoas e de diferenças Aviltantes
Observo ao chegar mais cedo Tantas e tantas mulheres
Com as infinitas faces
E os seus arroubos tão distintos.
Noto a mãe mais devotada
Cuja principal beleza é indisfarçável Por entre as roupas informais
E os cabelos presos
E que levam as imaginações ao infinito.
Há também aquela executiva
Sempre muito bem vestida
E que se adorna de frieza altiva
Disfarçando que é só menina desejosa de amor sincero E de alguém que lhe proteja.
Vejo as mulheres participativas
Criadoras de debates e polêmicas
Organizando o teatrinho do colégio
Para que olvidem rotinas melancólicas
Amargadas como fel daquilo que em tese deveria ser um lar em harmonia.
Não existe como não notar
A genitora que ao mesmo tempo em que recebe os filhotes e os beija com saudades e sorrisos (quase que em desespero)
Vive um dia-a-dia atropelado entre compromissos e maternidade
Já que tem um ex-marido cafajeste e descomprometido.
Sinto o perfume enjoativo
Da mulher que busca o filho
Com indiferença e mau-humor contagiosos Vez que não queria estar ali buscando o filho E ainda muito menos ter o tal do filho.
Eu também desvendo mães que foram já colegas minhas Na infância ou na adolescência
Algumas até me reconhecem
Outras reconhecem, mas me ignoram
E assim me questiono como se daria Se tivéssemos ficado juntos
Construindo vidas em uníssono.
E divirto-me, no fim de tudo
Com alguns homens estúpidos
Que puxam as conversas mais estúpidas
A fim de seduzirem as mulheres - nada estúpidas - que estão ali na escola (Esses, com certeza, necessitam é de muito mais maturidade)
Porque desconhecem o lirismo da conversa casual
E que inflama os nossos corações e almas Demonstrando que a vida nos reserva várias surpresas
E, quiçá, famílias novinhas em folha
Esculpidas
E escritas
Entalhadas
Costuradas
Na escola das crianças.
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