Loucura sem ser Doida
Eu dei voltas a mim e ao meu coração para saber e inquirir, e buscar sabedoria e cálculo, e para saber: iniquidade é estultice, e a sandice, loucura.
Ec 7: 25 (Apud Haroldo de Campos)
Hoje amanheci assim
Eu queria hoje habitar na avenida principal, colocar uma pesa e dar expediente, falar do meu pranto profundo, ainda que não se importe o mundo, um café forte, acho que faltaria o pão, no intervalo um belo cochilo no tapete de papelão, ouviria ruídos e burburinhos e eu continuaria tentando ouvir os passarinhos, ou melhor o barulho dos carros e motos, de repente alguém tirando fotos, o coitado caiu na net, ato que se repete no meu Brasil, cheio de malucos febril, é que na verdade a covardia não deixa desprender, mas o alívio estaria nesse enredo, é um segredo, nas telas da internet, do meu lado a garrafa com água, aquela pet, bebida não mais, talvez embriagaria na bíblia pequenininha dos Gideões, contraditório essa esperança, me leva pra dança e quer resgatar, meu sonho vivo, que existe e tudo que sei, que muito errei e o julgamento é longo, porque o pensamento vive no escombro, eu tento, lamento e busco, mas o destino insiste com o não e não vejo a mudança, a transformação, ou sou eu cego então.
Giovane Silva Santos
Sou mais que um biólogo, mais que um psicólogo, pois além de entender o seu corpo consigo mexer com a sua cabeça.
►Caderno Amado
Voltei, caderno querido
Chorei, foram tantos vacilos
Queria escrever, em retorno, um romance
Mas, adivinhe, estou em um sofrimento constante
Sentimental, não se alerte, vai sarar
Decepções, apenas isso, o que resta é seguir a diante
Caderno, lembra de quando nos conhecemos?
Consegue se lembrar das primeiras linhas?
Se lembra de como eu era feliz naquele tempo?
Quando te conheci foi um dos melhores dias da minha vida
Agora, anos depois, penso em queimá-lo, como pode ser?
Sinto-me judiado, fraco, não querendo me mover
Caderno, o que aconteceu comigo?
Onde foi parar aquele menino apaixonado, iludido?
Devolva-me aquele sentimento puro e indescritível.
Quantas vezes eu desejei parar, caderno
Quantas vezes eu fiquei à deriva, caderno
Querendo apenas silenciar um vazio interno
Mas, descobri que, mesmo depois de tantos textos,
Nada mudou, nada, apenas o meu terno
O sofrimento permanece imutável, o detesto
Talvez busque respostas nas palavras de um eremita
Talvez o distanciamento acalme lamúrias corrosivas
Quem sabe? Tudo que sei é que voltei, tarde
Perdão pela demora, estava sendo iludido e não vi o tempo passar
Acabei por me atrasar, mas, agora eu estou aqui
Para nós conversarmos, relembrarmos o passado.
Caderno, mal sabes dos meus momentos em castigo
Caderno, mal sabes a solidão que tenho sentido
Não tem ideia do alívio que eu sinto,
Quando, no escuro, escondido, eu grito
Ninguém me escuta, pois sempre ponho a mão na boca
Tentando expulsar a tristeza do meu peito
Tristeza que ninguém tem conseguido abafar
Fique à vontade para me chamar de louco
Eu só não quero mais apanhar em extremo sufoco.
Sei que te abandonei sobre a mesa
Mas, eu estava precisando enlouquecer
E, não queria escrever meus devaneios, solidão em sutileza
Peço que compreenda, não me odeie
O mundo está rodopiando e eu estou regurgitando,
Tristezas e lágrimas sob o lençol, estava chorando.
Estava em um estado suspenso, omisso
Acima de meus medos, mares em depressão
Desculpe pelo meu sumiço, vou te compensar
Culpe a solidão, aos medicamentos que se ausentaram
Talvez eu os devesse tomar, talvez assim a dor passe
Mas, agora estou aqui, caderno, por favor me abrace
Pois, desejo tanto carinho, e carinho foi o que lhe dei
Cada palavra que escrevi em paixão, todas que criei
Dei-me elas, necessito, me sinto em naufrágio, dei-me assim
Prometo me recompor, prometo voltar a compor
Só, me dê tempo, para inventar um novo amor.
o simples cuidado,
o indispensável respeito,
o sensível carinho,
a recíproca atenção,
a irreverente loucura,
vivida repetidas vezes,
chama-se ZELO!
Nunca fui daquelas que fazem sentido.
Vejo um horizonte que poucos enxergam, tenho motivos que muitos não compreendem, o meu normal é loucura para muitos.
Passo mas não permaneço, estou mas já fui. Nunca paro!
Sempre em busca, em busca de encontrar verdadeira essência em meio a humanidade programada e robotizada.
Estamos vivendo ou funcionando?!
"Por vezes precisamos enlouquecer por alguns instantes para não enlouquecermos de vez. Quem não abre brechas para algumas pequenas loucuras enlouquece por excesso de sanidade".
As pessoas te cobram para ser "normal"... Como se "normal" fosse uma roupa de vestir. Talvez seja, você veste e cala a humanidade, enquanto, dentro de você, os gritos te ensurdecem.
Caminhos leves me trouxe até àquela manhã.
A brisa que batia me convidava para um passeio, não neguei seu chamado, fui impassivo e me rendi.
A coragem e loucura realmente andam lado a lado.
Que eu nunca deixe de ter coragem de ir atrás desse chamado, pois a loucura mesmo seria ter recusado!
UM ARTISTA
Eu acho lindo a arte do diálogo, conseguir dialogar não é apenas uma habilidade, é um dom.
Aquele que tem o talento de persuadir através de palavras, é como um pizzaiolo, sabe sovar e manusear a massa da pizza para que ela não fique muito fina ou muito expressa.
Van Gogh só se tornou Van Gogh por que conseguiu colocar sua loucura em uma tela através de tintas.
Eu coloco minha loucura em poemas, o que não me distância de Van Gogh, a arte é relativa. Interpretamos a arte através de nossa percepção e julgamento, se eu colocar uma cadeira em um museu de arte, milhares de pessoas que olharem para essa cadeira terão uma interpretação diferente.
Ou seja, mesmo que pareça ser apenas uma cadeira, assim que alguém julga-lá, ela se tornará arte.
Como alguém que significava menos que nada em minha vida passou a significar muito mais do que deveria?
“Não tenha medo de se posicionar, mas faça somente quando necessário.
Tanto tentar mudar opinião formada, quanto se desgastar com pessoas desrespeitosas, é loucura.”
Minha alma escuta
No ritmo surfo
No som me solto
Meu coração acompanha
cada compasso
e cada vibração desperta uma emoção
Que percorre de um braço ao outro
Como um choque eletrico
Cada atómo meu deseja mais
Uma festa interna
Que vaga pela terra
A cada pessoa
que se entrega
O amor é um caos, me vejo perdido, sem saber aonde ir,
Sua alma reconfortante, me enche de carinho.
Nunca mais me senti sozinho, nunca como um dia fui,
Nunca me vi a cantarolar, a respirar a poesia.
Mas em poucos dias, você conseguiu me moldar,
Me sinto uma nova pessoa, a me transformar.
O foda é que você quebra a minha pose, não consigo não ser sentimental,
Você diz também ser assim, mas que conexão fenomenal.
Me envergonho e meu coração até que um pouco se anseia,
Pulando batimentos como se fosse um dia de festa.
As músicas de amores que eu tanto gosto, não soam mais da mesma forma,
Agora, diferente, sinto ressoar sobre você.
Sua imagem surge na minha frente, sempre que escuto a palavra "paixão",
Cheio de tensão, tento me aproximar, com medo de que você comece a me estranhar.
Mas no final, sempre fico confortável, é bonito os momentos em que estamos agindo no natural,
Consigo sentir sua energia fluir, atravessando esse portal.
Queria eu poder estar em outra dimensão, junto de ti, juntos em ascensão,
Mesmo em outro lugar, em outra manada, você ainda ao longe, consegue me conquistar.
Me puxa como se eu não tivesse nada pra levar, nada a perder,
E é isso mesmo, eu só quero saber de você.
Meus amigos reclamam, como se eu tivesse culpa,
O que eu poderia fazer se só tem você perambulando sobre minhas ideias?
Perdido em plumas, me sinto um pássaro com grandes asas,
Psobrerfeitas pra te levar com calma, e o sol e o luar, quero amar sua alma, pois ela nunca morre.
Cada olhar trocado, uma conversa sem palavras, ligados por um fio que atravessa as labaredas,
Sinto nossos corações em sintonia, a trilha sonora do amor, a nossa melodia.
Caminhamos entre sonhos e realidade, mas se quando eu te vejo, estiver a sonhar,
Disso eu nunca quero acordar.
Tu, mulher linda e esbelta, me deixa enlouquecido,
Com suas palavras doces me vejo perdido.
Se um dia amar demais for crime, me leve e chame todos de júri,
Pra que vejam que nem no fim eu desço do cume.
E se ser emocionado e exagerado também,
Me leve de cúmplice, o amor existe pra ser vivido,
E oportunidade eu não perco, principalmente com um anjo invadindo o meu cerco.
Meu interesse por você não tem fim,
Ainda tem tanta coisa misteriosa para eu descobrir.
Você é como uma floresta inexplorável,
Cheia de belezas e perigos, nela eu quero me aventurar,
Sem medo, apenas o puro desejo.
Louca
Dizem que era louca
que caminhava descalça e falava sozinha,
que, por vezes, gritava e deixava de comer,
que se esquecia de si mesma...
Dizem que passou pela vida dividida
entre quem descobriu algo e esqueceu
e ficou presa na amargura das perdas,
com o coração em sobressalto no peito
pelas fragilidades da vida.
Louca, talvez! Mas o que será a normalidade?
Vivermos sem consciência de de que nada temos
a não ser a perceção de nós próprios,
lemo-nos no que nos rodeia, no outro,
e o que saberemos do que realmente somos?
Passamos pela vida como um grão de areia
que o vento transporta para a imensidão,
que ao sabor da maré oscila rumo ao indefinido
consigo próprio que é o único que pode realmente levar,
o resto são memórias, abraços, sorrisos,
Sentimentos dispersos
que agora correm nas veias daqueles que nos recordam
Dizem que era louca por sentir de mais
por amar toda a vida o mar num olhar,
por amar um beijo sincero e cintilante
por amar um primeiro sorriso e uma primeira palavra,
por amar o silêncio...
Dizem que era louca,
podia ser,
mas foi uma louca que
amou e que se deu,
uma louca que simplesmente
na sombra da vida
desapareceu...
Minha luta é dura...
Olhos cansados por verem a terra que não muda...
Porque o melhor de meu mal está todo no cuidado...
Do que foi-me tomado...
E a noite que se avizinha...
Mostrando-me a face obscura...
Faz-me juras...
Mordendo o fruto das manhãs proibidas...
Um sossego como se nada existisse....
Assim o tempo escoa...
Me perco a pensar o que isto significa...
Que importa!
Ninguém sabe...
Dá-me um estranho ar de loucura...
Um vazio...
Inesgotável procura...
Mistério mais audaz da minha vida...
Em que todos os venenos estão contados...
Meu prêmio e meu castigo...
Anseio delirante...
De intensa saudade...
Que tanto sinto...
Ah...
Ilusão sombria...
Amor sem fruto...
Do pensar na vida...
Fuga perpétua...
Despedaçar...
Emendar...
A pressa contida...
Só para mim, que vou comigo...
Quero nesta noite...
E nas noites vizinhas...
Que enfim as estrelas...
Dêem-me suas graças infindas...
E assim...
Deixando de ser tão escura...
Já não me pesem...
O cansaço de meu olhar...
Sob juras...
Sandro Paschoal Nogueira
Ninguém é obrigado a tomar parte na crise espiritual de uma sociedade; pelo contrário, cada um é obrigado a evitar essa loucura e viver sua vida em ordem
Quando eu digo que vou fazer algo e a pessoas não me chamam de louco, eu paro e repenso o que eu iria fazer.
Você já teve aquela sensação de “era isso que eu precisava ouvir hoje”?
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