78 frases sobre livros para celebrar seu amor pela leitura

⁠ Fale

Se você não quer falar comigo
Não tem problema
Eu falo por você
Nesta hora sua mudez
Vira conto.
Verso,
Metáfora
Aí tenho as rédeas
Sou dono de suas palavras
Impero e domino seus movimentos
Eu olho para você
Você olha em mim
E em versos
Dialogamos
E nos amamos para sempre.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠O mais importante dos bons romances reside nas elipses, no ar que circula entre os personagens, nas frases menores.

Inserida por rodneyeloy

⁠Substantivo imperfeito

O Diabo resolveu ser contemporâneo e fez uma plástica capilar em suas madeixas revoltas. Nada difícil para quem estava acostumado ao cheiro de enxofre. Inalar formol, domar cachos era fácil, somente para ficar plano e formoso.
Decidiu ir ao salão e modificar.
Horas, mais badaladas e promessas do “deus penteador” o irritavam. Para distrair... fez as unhas.
As suas “manicures vampiras”, famintas de “bifes” com o oráculo
edificado na “Romênia” o espetavam.
Paciência sempre foi qualidade infernal e se deitou com ela.
Após seco, o comentado cabelo deslumbrou ao espelho como “Narciso”.
Retificação espelhada em todas as direções, o espetáculo estava nas
ruas.
Era só esperar as considerações.
Cabelos mais escorregadios do que asas de anjos encharcadas. Dormir suspendido como morcego e não amassar o pelo era o único dever de casa.
Mas a vaidade era o pecado que o Diabo mais apreciava.
Exibir a sua tentação achatada e lisa comeria de cobiça os desavisados ao inferno.
A inveja faria sucesso junto aos discípulos mais crédulos. E o Diabo matou alguém por impaciência.
No dia do enterro, só para se exibir, apareceu seguro de seu penteado pensando no sucesso.
Somente o defunto o reconheceu tão falso.
E partiram do planeta, enterrados e irreconhecíveis por instantes naquele dia.
Com todos os diabos universais atrás tocando viola.


Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠A roupa dos dias

A elegância sempre aparecia silenciosa.
Não disputava com as cores dos dias nem com o brilho dos céus em tempos de proclamo.
A elegância é muda.
Modificava de estação e nunca de alinho.
Misteriosa e sem explicação.
Discreta e sabiamente sensacional, a elegância tinha seu espaço sem brigas no mundo interrogado.
Ardilosa era a verdade desvestida.
Sem medos e sustos desfilava com finura.
Era mágica, emblemática, sem artifícios.
Acordava faminta e dormia com todas as dúvidas sangrando.
Não, nunca, jamais queria ser reconhecida e seu caminho de fuga era desaparecer.
A elegância induz sem duelos.
O artifício era ser semelhante e macia, como um idêntico caçador. A elegância não era loura nem trigueira, transpirava calada e nos encontramos.
Meu coração não acelerou, a pressão permaneceu inalterável, o estômago não borbolhetou anseios, inalterou e persistiu no mesmo lugar.
Fiquei a olhar se aproximar toda emudecida, sucumbindo ao total silêncio.
E todos os ares emudeceram, a elegância estampou serena, densa e indissolúvel.
Tinha os olhos pequenos, obliculares, maquiados de preto.
No mimetismo que a escondia ela desfilou manchada por segundos,
com cuidado entre as burcas do capim cerrado. Tive inveja do ser bicho.
Onça.
E o animalesco da covardia em mim passa a permanecer e desafiar
a benevolência, somente aspirando bom gosto.


Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Deserto


Nos morros esculpidos pelos ventos, nas mais altas fendas do Jalapão, a Princesa existia.
Presa em um Castelo cheio de ecos onde esquadrinhava a sua solidão.
Jamais descia.
Escondia-se com receio dos bichos que uivavam, rastejavam e se metarfoseavam junto ao capim dourado.
Do alto avistava as caravanas que contornavam as dunas à procura de sombra abaixo do chapadão alaranjado de arenito.
Ouvia os murmúrios dos preparativos do pouso, admirava a pequenas fogueiras iluminando a jalapa em chão de estrelas rastejantes.
Ao dia a savana dourada era castigada pelo vento indomável que carregava grãos de areia em constante combate.
Tinha desejo de descer, pisar naquela areia alaranjada, correr naquele silencioso esmagando o capim que choraria em seus pés estalando lamentos e rugidos.
No Castelo havia somente uma entrada.
E seus contornos e arrabaldes transpunham em curvas e corredores sem saídas obscuros para confundir estrangeiros.
Vivia ali sem nenhuma lembrança do passado somente do presente. À noite o Príncipe chegava carregado de conquistas e presentes alucinantes e ela viajava bem longe em seus verbos.
Na madrugada ele roubava seus sonhos durante o sono. Retirava seus aromas, as cores, suas noites enluaradas e o frescor de seu corpo banhado na alucinação dos rios.
Passou a Princesa a sofrer de nostalgia, de inquietude dolorosa, num choro calado debatendo-se com a sua imaginação.
Não havia superfície em sua vida, tudo era fundo e inatingível. Lembrava-se só das fogueiras estalando no lanço do isolamento das noites.
Tinha, portanto, um Castelo sem sonhos, janelas semicerradas e portas herméticas.
Passou a ficar extremamente branca, enluarada na cor onde se via seu mapa angiológico, desenhado, pulsando em suas veias.
Sua voz passou a ficar vigorosa, com ares de sufoco e repetir desejos. Diziam que a sua formosura estava pregada nas paredes da jalapa e respondia ao chamado dos curiosos.
– Princesa, onde estás? E no eco ela respondia:
– Onde estás?
Quando a caravana passava, abria suas tendas, nas sombras das noites insones, sua lenda sobressaltava junto à lua cândida.
E na placenta do imaginar ela nascia como alma de ilusão de quem deseja habitar na fantasia.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Um lugar... Com aspiração

Quando o mês de Julho chegar, estarei com vocês.
Quando Setembro anunciar, verei as Cavalhadas de Corumbá de Goiás pela primeira vez.
Quando Dezembro espalhar, ficarei na praça debaixo do flamboyant, me escondendo das tardes em choro, das chuvas mornas encharcando meus cabelos.
Estarei submersa na terra. Sentirei seu cheiro.
Acalmando minha ansiedade. No fruto de minha gente.
E nas estações, meus pensamentos constroem pontes de uma viagem internacional ao Corumbá de Goiás, todos os dias, incessantemente. E não me canso, me frustro.
Verei Anita já crescida, dançando em sapatilhas de ponta. Victor apaixonado pela certeza das horas.
Amarei as minhas orações desnudas e farei promessas a Nossa Senhora da Penha.
Ela me ouve.
O ensaio das vozes do coral irá convidar retumbar em minhas janelas e de meus olhos trincados escorrerá balsamo.
Virarei histórias na voz de todas minhas tias.
Amarei o jiló da horta de minha casa, onde Sebastiana plantou e Narcisa aguou.
E tudo aparecerá novo e inconfundível em minha memória.
As corujas visitarão meu alpendre e ficarei admirada com sua
elegância reservada.
Acordarei cedo e irei contemplar a neblina do planalto central. Admirarei as mangueiras retorcidas, centenárias, os muros de adobe, e não me sentirei invadida, namoro a minha solidão.
Vou cozinhar esta ideia, servir a todos com guariroba e pequi na margem arborescida do Rio Corumbá no cerrado.
E dizer que amar é acolhedor, descansado no silencioso do Goiás. E minha saudade acordará do choro de mil dias.
Se navegar, acontecer, a Deus pertence, mas aluguei na vida, momentaneamente, de passagem, enquanto existir um lugar para amar.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

"Para encontrar ouro é preciso primeiro aprender a quebrar e retirar inúmeras pedras sem danificar o que é puro e legítimo. Da mesma forma; para encontrar valor no coração humano é necessário coragem o suficiente para saber quebrar as pedras que atrapalham nossos olhos de vislumbrar a verdadeira beleza de cada um."

Inserida por rafaelfigueiredo

A literatura causa espanto, mas não muda o mundo.

Inserida por pensador

A literatura é o lugar do impossível: do impossível que a gente torna possível e do impossível que permanece impossível...

Inserida por pensador

Comecei a seguir – uma gota num rio – a massa humana que, carregada de malas, afluía para a saída. Minha única bagagem era uma malona muito pesada – porque estava quase cheia de livros – que eu mesma levava com toda a força da minha juventude e da minha ansiosa expectativa.

Inserida por pensador

A literatura possui o papel de refletir não só o inconsciente coletivo, como também o inconsciente pessoal, as organizações da psique. O entendimento da vida humana, dos relacionamentos, os significados e as complexidades dos nossos conflitos são matéria de um espaço de liberdade, de troca, que não está atrelado, necessariamente, à venda de algum produto.

Inserida por pensador

Vivo falando para o povo!
Parem de idolatrar políticos!
Vão ler um livro que é melhor!

Maria Madeiro

Inserida por mariamadeiro

Suplicar a Deus é entrar no tempo da fé.

Inserida por EscritorErickpereira

Eu sou muito perverso. Se alguém me diz que tenho que ler um livro, fico instantaneamente sem vontade de fazê-lo.

Inserida por pensador

Escrevo Poemas,
não para convencer.
Mas, para fazer pensar.

Marcos fereS

Inserida por marcosviniciusfereS

A dor faz parte de tudo. O que não faz parte é se acomodar com ela.

Inserida por poeticos

Ler é descobrir a vida, sem pressa. Entre folhas, letras, cores e cheiros.

Inserida por EdielRibeiro

Sabe por que eu gosto de escrever? Pois posso criar um conto fantasioso cheio de dor e você não saberá que é como me sinto mas tenho medo de lhe contar

Inserida por ShimmeringDarkness

Ela soltou uma pequena exclamação abafada de alegria antes que a boa do homem a esmagasse, forçando-a ao silencio. A sua taça da vida transbordava com todo o amor que sentiam um pelo outro. Uma satisfação maravilhosa inundou Diana quando o beijo acabou, e a mão continuou a traçar-lhe o contorno das feições, Meiga e Amorosamente.

Inserida por NandaS2Kawaii

Não acredito na sorte e nem tenho medo de azar, porém não posso negar:
Sou supersticioso, mesmo acreditando que sou senhor de meu destino e que nem macumba pode me derrubar.

Inserida por nyllmergello