Literatura Brasileira

Cerca de 4451 frases e pensamentos: Literatura Brasileira

O homem e a ovelha - Victor Bhering Drummond

Parei pra alimentar a ovelha,
Cheias de silêncios, curiosidades e lãs
No frio que nos cercava
Na imensidão que nos admirava
Sabíamos que nada além do cheiro
Do Mato, da água correndo lá longe
Poderiam ser expectadores mais
Verdadeiros para aquele cumplicidade
Estabelecida entre o homem e o pobre animal indefeso.
A única coisa que nos separava era a capacidade dos meus versos de tocar seus pelegos. Entendi-me gente e ela na sua doce inconsciência de não se entender ovelha, permanecia ali tocada apenas pelo prazer de um objeto falante ser um instrumento para suas necessidades. E nesta conexão, percebi que só precisava deles: da simplicidade, daquele momento e da literatura escrita naquelas folhas ao chão.
(Colônia Olsen, maio de 2017)

Inserida por victordrummond

Desabafo de um amante

Há de acontecer um dia
Em que meu coração não velará mais pelo teu;
Que repotuo-o ufano

Me queres de rojo
Pois me deseja rendido aos teus pés
E neles deseja o meu selo

Haverá um dia, em que ir-me-ei, nem que tardança, arrebatar-me por outra
E se valer a pena, a chamarei de amante, só pra te ver arrufada

Inserida por EstevaoSoledade

Às vezes, ficamos com tanto medo de errar que não nos permitimos descobrir o que podemos fazer. Por isso, antes de dizer não sei, não posso, não consigo... Tente!

Inserida por zior

Invista em você... Seja empreendedor dos seus sonhos.

Inserida por zior

Cabine Telefônica
(Victor Bhering Drummond)

Procurei a cabine mais próxima.
Não era para tentar contato
Te ligar, te encontrar.
Era para deixar ali rabiscados meus versos
Soltos ao relento, versando ao léu
Quem sabe nessa mistura rítmica
De pessoas indo e vindo
Entrando e saindo
Eles pudessem tocar mais corações
E assim mais vidas pudessem
Ser tocadas pelo ritmo das canções
Que faz adormecer as guerras
E despertar as paixões

Inserida por victordrummond

Outono de abril

Ainda me lembro quando a conheci
Como se já a conhecesse muitos anos antes
Anos se passaram, ainda não me
Esqueci dos momentos mais importantes.

Na escuridão perdida
Você foi a luz do meu caminho
Provocou-me cegueira
E não teve jeito,
Esse era o meu destino.

Noites de sabores
Mãos que me açúcaravam de carinhos
Eliminando o amargo de minhas dores.

Mas num outono de abril
Uma tempestade forte surgiu
A madrugada chegou
E o colorido de nossa primavera infelizmente desbotou.

Inserida por angelolemos

Se eu tivesse a oportunidade de falar com o amor, reclamaria pelo tanto de amor que desejei amar e ele não viu. Pegaria o amor pelo braço e passearia pelas minhas cidades de histórias loucas. Mostraria pra ele, naquele canto de uma memória afetiva qualquer que nunca me faltou, a imagem das mulheres que mais amei. Sentaria no banco da praça e contaria gota a gota as lágrimas derramadas nas madrugadas frias em que chorei sozinho. Despejaria sobre ele toda a minha angústia por ter amado demais quem me sentiu tão pouco. E lembraria para o amor que por pouco não sucumbi diante da amargura. Jogaria na cara do amor que, apesar de tudo, não me entreguei ao ressentimento. Deixaria claro que muitas vezes só o abracei porque estava distraindo. Desatento. Questionaria, inclusive, porque ele me deixava sem escolhas. Ou amava, ou amava. E quanto mais corria de amar, mais amor sentia. E se ele viesse com o papo de que eu não sobreviveria sem ele e que sem ele eu nada seria, diria: Ah, amor, vai procurar outra freguesia.
Queria apenas uma oportunidade de sacudir o amor e o fazer confessar todos os seus segredos. Os que nunca ninguém entendia. Que não estava escrito em nenhum lugar na face da terra nem na face dos que morrem de amores todos os dias.
Atacaria o amor. Juro que atacaria. Bateria em seu peito para descontar a dor que ele provocou no meu peito. Xingaria ele de todos os nomes sujos e indizíveis e até inventaria alguns só pra completar a minha ira.
Se eu tivesse a oportunidade de ficar cara a cara com o amor eu daria a minha cara a tapa e o desafiaria a me fazer amar de novo, só pra mostrar quem manda. O chamaria de louco por escolher errado tantas vezes.
E se ele quisesse, entraríamos em guerra fria pra sempre.
Talvez eu já tenha tido essa chance de falar com o amor e acabei falando de amor. Talvez ele já tenha me visitando e sentando comigo no banco da praça e eu silenciei. Talvez ele tenha chegado e de mansinho me abraçado. E eu acabei retribuindo ao abraço.
Mas se ele vier de novo já deixo o aviso. Se ele aparecer novamente, o alerta foi dado.
Eu juro, prometo. Grito e armo um barraco.

Inserida por mairacastro2013

Arte literária é a única arte imune ao tempo.

Inserida por leovcastro

A casa das memórias
(Victor Bhering Drummond)

A velha casa ainda estava lá.
Preservando memórias, mistérios
E provocando medos.
Eram só retratos na parede
Pinturas e rabiscos na alma
Incapazes de fazer mal a nenhuma
Criatura sequer.
Abri a porta, senti o cheiro das coisas guardadas.
Sentei no sofá; voltei nos anos
E encontrei a festa do dia do batizado
Sendo celebrada novamente
Nas sala do meu coração.
(Outono no Sul - Registros de uma Casa Velha, 2017)

Inserida por victordrummond

"Poeta é alguém que vê o por detrás das coisas e o por detrás desse por detrás e ainda o por detrás disso."

Inserida por reconceituando

Sobre cafés da manhã
(Victor Bhering Drummond)

Meu corpo pediu café da manhã
Minha alma pediu encontros
Minha existência pediu amores
Os amores pediram harmonia
Sentamo-nos todos à mesa
E celebramos essa tertúlia maravilhosa
De pedidos realizados e delícias
Tendo as araucárias como testemunhas curiosas.

(Pousada das Araucárias)

Inserida por victordrummond

O menino do balanço
(Victor Bhering Drummond)

No seu vai e vem sem limites
Alcançando a altura das nuvens
Tocando no brilho dos sonhos
Voltando com seus pezinhos para a dura realidade
Insiste em balançar; porque no doce
Balanço, se embala no balanço do mar; e deixa que a loucura adulta
Fique lá fora tentando encontrar
Uma maneira de se comportar como ele; porque é apenas uma criança feliz se telestransportando na gangorra para a dimensão do não-presente (porque este é chato) e não-futuro (por ser incerto demais).

(Dia das crianças de um Brasil de adultos corruptos de 2017)

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Inserida por victordrummond

Roda d'Água
(Victor Bhering Drummond)

Ela girava na direção das águas
Movia-se como um um mundo controlado por aquele universo de prazeres que corriam por suas entranhas
Trazia vida e movimento
Porque vida é energia cinética
Capaz de enfeitiçar e tirar do eixo
Até mesmo o mais pacato dos corações.

Inserida por victordrummond

Os livros estão sempre, obviamente, conversando uns com os outros e algumas vezes eles são amáveis, outras não.

Inserida por pensador

A ficção revela a verdade que a realidade esconde.

Inserida por pensador

A ficção é a arte e a arte é o triunfo sobre o caos... para celebrar um mundo que está espalhado em torno de nós como um sonho desconcertante e estupendo.

Inserida por pensador

Eu perdi a conta da quantidade de pessoas que querem ser escritores mas nunca escrevem nada. Falar sobre a escrita, sonhar com a escrita, pode ser muito divertido, mas não vai fazer você escrever um livro. Você tem que escrever.

Inserida por pensador

Uma das minhas regras é nunca explicar. Um escritor é como um mágico, se você explicar seus truques, a magia se torna mundana.

Inserida por pensador

O melhor livro, como o melhor discurso, fará tudo isso - nos fará rir, pensar, chorar e comemorar - de preferência, por essa ordem.

Inserida por pensador

Não há nada de errado com o fogo... Desde que não chegue perto demais.

Inserida por SamoneCosta

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