Lira dos vinte anos
Fumaça
Tudo sei, tudo conto;
nada sinto, nada vivo.
Sou apenas corpo a dançar pelo trilho.
E o trem vem chegando,
apitando apressado.
Meu rodopio é longo
e desengonçado.
E me assusta quando apita
E me angustia quando apita
E me corrói ao apitar
porque não tenho como escapar.
Caminhante
Do negro céu e prateada lua,
do leve ar soprante de árvores nuas
cujos reflexos enfeitam a cidade crua;
de azul fala embalada pela mente tua,
faz-se tu, Caminhante destas ruas.
Mais vermelho que sangue,
rojador de desespero;
mais celeste que veia,
pulsante em cheia, é teu paradeiro.
Oh Caminhante de mim,
ao passo que o dia chega ao fim
e no silêncio me encontro enfim,
teu melódico caminhar acalma meu confim.
Sinto teu andar pelas artérias
e, antes que possa duvidar,
tu já decompõe a matéria,
outrora solitária miséria.
Numa casinha amarela tu se instala,
neste lírico vilarejo cardíaco
que descrevo enquanto tu desfaz a mala,
Caminhante do meu corpo físico e onírico.
Pesadelo
Acordo suada
com coração acelerado.
A porta está lacrada
e, o medo, ao meu lado.
Tudo que vejo é nada;
nada é tudo que vejo.
Vejo apenas nada,
sinto apenas medo.
Cavo com dedos já sangrentos
o teto onde piso.
Estou presa num cubo e lento
é meu movimento não-liso.
A escuridão me consome,
luto, agonio, rejeito, atrofio;
mas o vazio preto me come,
na podridão me crio.
Areia
Quero adormecer numa rosa,
abraçada numa abelha.
Quero escrever poesia, cansei de prosa.
Já desfiz a viscosa teia.
Meu corpo é minúsculo.
Tenho mãos preenchidas por grãos
de pólen e vazias de pulso,
por isso o busco nessa composição.
Meu corpo é grão de areia,
sou aquele farelo numa praia cheia
que compõe a vista feia
onde as ondas do mar se baseiam.
Adentro a onda sonora,
este é o Agora dum Outrora
que se faz eterno na caminhada
amarela ácida e docemente azulada.
Tons de Marrom
Caminho por aí, ainda que permaneça aqui.
Gelado vento, congeladas palavras.
Parado momento, como aflição em garrafa.
Encho-me até que transbordo.
Corro e pulo, saltito correndo.
Tons de marrom, amarelo e vermelho.
Sou tão preenchida que vivo vazia.
Sou tão grandiosa que me torno pequena.
Eu sou eu mesma, coisa óbvia a se dizer.
Eu sou eu mesma, complicada de ser.
Borboletas pairam no ar
como se estivessem a anunciar
algo tão belo e incompreendido,
a morte de algo querido.
Deseja-se tanto que se perde no tempo,
este de fato mal interpretado.
Tons de marrom e rosa.
Sou como o tempo: imortal prosa.
Boneca de Pano
Que tal ficarmos na nossa?
Que tal fingirmos tudo?
Será que fazer vista grossa
vai silenciar o sofrimento não-mudo?
Sou marionete num jogo adulto,
vejo cordas a sufocar corações em luto.
Enceno a peça teatral perfeita
onde não sei pra que fui feita.
Todas vezes que o vigário traiu
fui atriz secundária;
a principal foi ilusão em navalha
e, a mensagem, mera falha.
Mas me libertarei.
Despedaço, destruo, desintegro
o frágil pano do qual me criei.
Não existe possibilidade de mudar um mundo injusto e desigual sem adaptar as regras existentes a fim de torna-las justas.
Induções, pensamentos não pensados
Induzido a existir, não viver
tamanha simpatia, empatia causa desprezo
se virar do avesso, não vai te fazer perder o medo
não é mais a sua vida, você não tem o mesmo preço
já perdeu a muito tempo, no início do começo
a sua vida não tem mais a sinfonia
agora você quer existir da noite ao dia
você não se salvará no final
ninguém é especial
o mundo é muito mais que essa coisinha chata
mas é bem menor do que o que é imaginado
não temos ideias do que somos e o que queremos fazer
a nossa única certeza é a de morrer
tanto faz pra você, voce já morreu faz tempo
nem vai perceber quando tudo sair de dentro
ninguém vai lembrar de você
e nem dessa carinha feia....
mas vamos, tem outra vida pra viver
mais uma chance de entender
mais uma vez de morrer
mais uma tentativa de crescer
uma outra chance de perder
já tem muitas chances de crer
tente não ver
mas não venha com uma desculpa de que é só pra vencer
eu nasci todo errado, não consigo entender
mas terei outra vida também
e tentarei reverter.
Chega uma hora que você está na beira de um precipício e aí vem as perguntas "eu vou ou não?"
E daí vc olha pra trás e ver que não lhes resta mais nada. A família que se amava tanto se acabou. Os amigos que sempre disseram que estariam ali sumiram. Sua saúde está por um fil, está no que falam, morre ou não morre. E ali na beira daquele precipício, na sua mão resta apenas uma pena de uma ave qualquer que peguei no caminho e uma pedrinha. Se eu pular de mão aberta aquela pena e a pedra vão demorar segundos pra caírem no mesmo local que você, porém a pedra vai pra onde você está, já a pena irá planar até achar outro lugar pra ficar ou até mesmo outra pessoa que esteja na mesma escolha que eu.
A pedra cai e fica, já a pena, ela plana pra vários lugares.
Ela é chata, não é? Ela faz tempestade num copo d'água, é, eu sei. Sabe por que ela faz isso? Porque ela precisa da sua atenção! Ela mudou o cabelo e as unhas, comprou roupa nova, trocou o batom e você não notou.
Ela precisou mudar a forma de atrair, de te atrair. Na cabeça dela você não se importa, quando não nota. Você tem noção de quantas vezes ela se olhou no espelho para ficar bonita para você? Mesmo ela estando completamente linda,ela tinha medo de que você não gostasse. Ela não precisa que você a elogie 24 horas por dia, o que ela gosta mesmo é quando você sorri bobo e diz: Você está linda! Ela abre aquele sorriso bobo e sem graça, mas no fundo ela se sente a mulher mais linda desse mundo.
Tudo que ela mais quer é um pouco de reciprocidade. Ela se doa. Se ela acredita, envolve todo o amor no que faz. Quando você não nota, ela tem medo. Sabe por que? Porque algum babaca fez a mesma coisa antes de você, por isso ela surta. Ela não quer viver o mesmo filme. Ela continua sendo a protagonista, mas o elenco mudou. O toque é necessário, mas a admiração é essencial.
A beleza do amor não está na posse e sim na apreciação!!!
É tão estranho quando a gente ler as conversas antigas, é tão estranho como as coisas entre nós encaixavam tão bem e do nada tudo escurece. Realmente, do nada as coisas mudam, as coisas passam e nós passamos a viver como dois completos estranhos. Mas como podemos ser estranhos se eu conheço suas manias, seus medos, seus sonhos, seus objetivos e suas metas? Tudo o que você almeja eu sei. Nós não podemos ser desconhecidos!
Eu falei: eu vou estar em todos os momentos da sua vida, mas será que você vai permitir? É complicado essa coisa chamada "coração", eu não entendo ele e ele também não me entende. Mas uma coisa eu sei, ele quer você!
Brincadeiras... apelidos... coisas que só nós entendemos e mais ninguém. Apenas eu e você,você e eu. Realmente é muito estranho eu acordar sem o seu "bom dia" e retribuir logo em seguida, meu amor. É realmente estranho passar o dia no escuro. É, no escuro,porque é assim que eu fico sem poder ao menos trocar um único "Oi" com você durante o dia.
No vazio ainda me deito sem te dar o rotineiro "Boa noite, durma bem eu te amo!" Mas a vida é assim, a vida é uma montanha russa: um dia estamos no TOPO,no outro dia estamos em declínio. A nossa vida tem que seguir, um dia após o outro... Porém, eu espero te encontrar um dia. Mas, sabe aquela música que diz: não precisa dia e nem hora para voltar, na portaria do meu coração já tem o seu nome, PODE ENTRAR.
E sim, na portaria do meu coração tem um nome. Só um nome. O SEU NOME. Você tem livre acesso pode entrar!!
Jesus É O Senhor: Na abundância se prepare para a escassez. Na escassez se prepare para a abundância. O segredo não é se você está na abundância ou na escassez é se você está preparado.
Cada pessoa desperta algo em nós. Não somos a mesma pessoa com cada um de nossos amigos. Isso não significa que somos falsos, não fazemos esforço algum para exprimirmos tais emoções. Vem de dentro, é espontâneo. Há pessoas que nos arrancam sorrisos, outras nos fazem refletir sobre questões comuns, e outras nos fazem sentir confiantes, leves, amados. Nos mostramos diferentes em cada situação. Ora somos extrovertidos, ora deprimidos. Nunca uma coisa só. Somos um misto de emoções, e de sentimentos intensificados e reprimidos. Somos uma fábrica de pensamentos, que refletem no nossa maneira de agir. Por vezes, queremos agir no calor do momento o que nos leva, muitas das vezes, a dolorosas frustrações. Nosso inconsciente é um dos nossos maiores inimigos. Não pedimos para pensar no que já está sendo pensado. Não temos controle nas lacunas do nosso inconsciente. Apenas uma consciência firme, sã e honesta, nos guiará pelos caminhos íngremes e tortuosos desta vida...
