Linha Reta e Linha Curva
Eu me pergunto, vale a pena tomar chuva? O que vejo na ponta da curva são as locomotivas, o que vem depois só são puxadas por elas, campo verde e um céu azul, será que você consegue diferenciar, heróis ou fantasmas, luz ou trevas. Ei você, pode me ver? Pode me sentir? Você está respirando? O arrepio que vem depois, o suor frio que esfria o quente, saudades que nos faz sentir que tinha importância, que talvez era apenas ouvir sem tampão, tampouco ouviram.
Se você trabalha pelo bem e para o bem, não tem porque temer a curva. O caminho que vem levará você ao melhor destino...
Caminhos
Os caminhos por onde andei,
Já não são os mesmos que eu quero andar,
Em cada curva que eu derrapei,
São memórias vivas que me fizeram chorar.
Memórias profundas de dificuldades,
Sofridas durante a grande jornada,
Lutas travadas na face verdade,
Lutas,que me livraram da grande cilada.
Nessas lutas,quase fui vencido,
Pela astúcia de tal cilada,
Sorte, que sempre fui destemido,
Jamais fugiria da luta armada.
Um guerreiro não se abala com porradas,
Necessário muita dificuldade para fazê-lo desistir,
Arcos e flechas,catapultas e espadas,
Uma linda história à construir.
Uma guerra só é terminada,
Com aniquilação ou rendição,
Um guerreiro defende a sua amada,
Com todo o sangue do teu coração.
Um guerreiro é como montanhas,
Enfrenta firme todas as diversidades,
Tempestades geladas e estranhas,
Podem por em risco a liberdade.
Liberdade de todo o pensar,
Liberdade do amar e lutar,
Liberdade do sonhar e acreditar
Liberdade em poder realizar.
Lourival Alves
Na curva do horizonte
o infinito deságua
e caímos nos braços da ilusão
vestida de nuvens e imensidão.
Na reta da tarde
a noite se aproxima
incendeia o céu
e se veste de paixão e dor.
No silêncio da aurora
a alma descansa e sonha
com mares mais azuis
com o sorriso da eternidade.
A Taça
Lá bem longe, onde o horizonte descansa e o vento faz a curva e a vista nunca alcança e imaginação descreve, tem uma cidade e no seio dela há um mercado que vende todas as intenções.
Há cheiros saborosos, paladares indescritíveis e ideias nunca despidas e negócios sem questão de pendências.
As portas se abriam ao último vento frio das madrugadas e se encerravam ao findar e ao tremular a última questão.
Junto ao burburinho ela adentrou a procurar algo mais que o destino guardara e o desejo não lhe proporcionara. Revirou não encontrou e na saída viu uma velha maltrapilha com uma taça cravejada de pedras preciosas, bordada com filigranas de ouro.
Teve piedade e se condoeu por ela, velha, sozinha e na sua bagagem somente a taça.
Foi depositar uma moeda em seu xale esparramado pelo chão e a velha sussurrou.
— Não preciso de esmola.
— Então me vende esta taça quanto custa? Quero ajudá-la.
— Quero uma morte digna, um teto cheio de palavras amorosas, ouvidos curiosos para que eu possa contar minha viagem e mentes sem julgamento para desdobrar minha bagagem.
— Mas o que esta taça guarda em segredo para que eu possa levá-la e a você em minha história?
— Se beber o que ela contém, terá a solução de todas as suas perguntas.
Respostas que nunca achará em livros e a inteligência de ninguém vai verbalizar para acalmar seu coração.
— Vou pensar, consultar as entrelinhas, volto logo.
— Estarei aqui, pode ir à diversidade desse mercado que não vai preencher seu coração.
Caminhou lentamente de coração vazio entre as sedas macias e esvoaçantes do mercado. Não se encantou com as suas cores alucinantes.
Colocou nos dedos anéis fabulosos de pedras facetadas e lapidadas mas que não contornavam nem de longe as curvas de sua insatisfação.
Observou os mágicos, mas sabia de todos os seus truques. Comeu quando o estômago desejou, mas não houve surpresa no seu paladar.
Sentiu o perfume absorvido de toda a ciência e alquimia, mas seus cheiros não descortinam nenhuma lembrança.
Ficou cansada, tinha que voltar, sua ausência estava expirando, voltou à velha:
— Eu compro esta questão.
E foram para casa e a viagem apenas começou.
Todas as manhãs, em sua cama profundamente macia em sua tenda com tudo o que era sua conquista, abarrotada de troféus dependurados e perfumados e os dedos cheios de anéis diplomados, bebia da taça e sua mente se abria, clareava e tinha a solução de todas as questões.
Mas o tempo soprou e as dunas mudavam de paisagem e o que era ontem, hoje tinha outra face e o que era absoluto ontem, hoje de nada valia e as questões iam e vinham, passavam mas não encontravam repouso, resolução não terminavam, caiam feito goteiras, cada dia em lugar diferente.
Ela se irritou; tudo tinha que acabar. Queria um mundo soprando fresco em sua face, absoluto, sem discussão de nada.
Foi à velha reclamar.
— Bebo da taça velha, todos os dias e quanto mais bebo mais goteiras perturbam minha calma, você iludiu meus pensamentos e minhas melhores intenções, onde mora a solução finita de todas as minhas angústias?
— Você tem que beber da outra taça.
— Onde está a outra taça?
— Eu bebi tudo o que nela continha e a manuseei tanto que ficou gasta, fina, transparente, trincou as bordas e a haste
esfarelou e virou areia que o vento do deserto sopra.
— Velha você me enganou e me vendeu ilusão. Qual a verdade que mora nesta taça ou vai me vender à prestações? Vá ao deserto agora e diga ao vento para juntar todos os fragmentos e monte outra taça porque eu quero beber dela.
— Isto é impossível! Não posso recolher palavras de uma vida, não posso relembrar de todos detalhes. Na verdade tudo que bebi habita comigo, me escute.
— Não tenho tempo.
— Então não tem sabedoria, "o saber” leva tempo saber: é uma consulta longa e o diagnóstico, a conclusão, é sem tempo exato.
— E o que faço com a senhora, a jogo nas esquinas?
— Eu sou taça, a sabedoria que você tanto procura não vai acalmar suas decisões e não vai ser taça se não me escutar. Vai ser areia triturada do deserto e nem vai saber onde ficar quando envelhecer: vai vagar, perambulando, rodopiando feito areia sem dar a ninguém o seu recado.
Tem que reescrever e solucionar todos os dias. Todas as horas. E o mundo vem, pisa em cima de suas intenções e você novamente reescreve. Deixa seu rastro. Sua Verdade. Sua Sabedoria. Sua persistência.
Por que quem vive muito, rejuvenesce nos ouvidos de quem escuta.
E o ou vinte amadurece.
Alcança cheiros, sabores, paladares indescritíveis, amadurece na procura e aprende que além dessa taça existe outra e esta não está à venda mas dela todos podem beber se você tiver fé na sua sabedoria.
Dentro dela há a esperança que encurta todos os caminhos.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
Ela é um furacão
e ninguém pode contê-la na curva,
nem pressioná-la na redoma.
Tem por dom a resistência
e no amor é imensidão.
Inexata em expressão,
ela é flor de caule forte,
tem o coração de aço.
É delicada em traços.
Tão vibrante em suas cores,
tão viciante em suas porções,
tão ardente em seus amores,
e refém de suas paixões.
Tem o brilho da sodalita
e atraí as coisas infinitas.
A noite escura aos teus cabelos enegrece,
O desenho do mar que nos curva
Retrata a tristeza da fria água turva
E em seus olhos soturnos o infinito floresce
.
Reflui sobre a água negra sua pele clara
Vejo-te ao fundo do mar, beleza quase finda
E tuas palavras, espere, quais já não ainda,
Uma distância perdurável que nos separa
.
Padecimento! Teu existir é como um véu
Que espalhe quanta dor, delito momento
Estas inúteis agonias que afastam-me do céu
.
Sem ti, meus olhos são abertos
Porém alma, tenho claro passamento
São inundas do nada; um deserto
A novela da vida sem crítica
Baby, Baby.
Meu amor.
A floresta.
A praia.
A curva dela.
Pássaro cantador.
Na verdade se mata.
Águas poluídas.
Arregaço de madeiras.
Ave derradeira.
Mulheres suicidas.
Eu vivo clandestino.
Não posso comentar na globo.
A novela da vida sem crítica.
É assim desde menino.
Um cansaço descomunal.
A ignorância se aloja.
Ditado maneiras várias.
Ela moça envolve se com a fúria.
Esquece da sensibilidade.
Uma maneira covarde.
Tudo vira lamúria.
Aruanas em lutas.
Tietê em febre.
O peixinho não resiste.
Os miseráveis insistem.
A amargura de uma lebre.
Não há terreno que suporte o grito.
Os campos estão aflitos.
Eu me calo nessa poesia.
Mas é o cotidiano que revela.
A transa do brio e a injúria.
Até quando as mazelas?
Giovane Silva Santos
Aprecio a liberdade
Ser solta como o vento
sem ter curva ou paragem
Sou do instante... da eternidade
da profundidade das emoções
Amo o amor em tua intensidade
tão perto da loucura de ilusões
Eu quero sentir todo o Mundo
pulsando dentro de mim
Enquanto o vento sopra toda Vida
em meu rosto
Saudades da época de quando a única curva que preocupava era pra chegar na padaria. Fica em casa, isso é matematica, isso é ciência.
E daí?
Ao fingir demência se esquiva e não se curva, nem se ressente de tanto ódio e ou maldade.
E daí? Ele diz. Praguejando a dor do povo oprimido nas ruas, pobre ou rico.
Alguém grita: - Mais de cinco mil mortos e já superamos a China.
E ele metralha em seguida, armando o polegar e o indicador em riste na direção da seita completamente possuída que cega, desajuizada e ou entorpecida comemora a morte de seu semelhante,
feito comemoram nos jogos as torcidas.
RSA... Oi Amor Mágico, instantâneo, que encontrei em uma curva da vida e sinto-me magnetizada por Você, que chegou e entrou de surpresa na minha vida... Encantou, Seduziu e tornou-se tão especial. Sinta-se beijado muito docemente... LSSM.
'ENVELHECER é sentir que se desgasta,ver que os cabelos embranquecem,apele enruga...o corpo curva...os entes queridos se vão e, apesar de tudo,aceita a realidade sem constrangimento,sem tristeza nem decepção."
Curva dos S.
Singelamente poder dizer-te amor.
Singularmente poder sentir-me tua.
Separadamente de outrem ter meu peso sobre ti.
Supinamente repartir do mesmo devaneio.
Simplesmente eu, inteiramente você.
O justo, em sua caminhada, encontrará sempre uma moringa de água depois da curva, nunca alguém a espreita.
