Lili Inventa o Mundo - Mario Quintana
Ternura
Aos poucos vou percebendo que o mundo, a cada dia, distancia-se de mim.
Eu que sou meio a moda antiga. Não badalo adereços. Abro mão de usar brincos. Não acho graça nenhuma em piercing. Não penso em fazer nenhuma tatuagem.
Não falo: “tipo assim,” e nem uso outras gírias da moda. Não mostro as cuecas ao me vestir.
Não dirijo bêbado, não brigo em festas ou baladas, pra quem prefere assim.
Eu que beijo o rosto dos meus filhos homens, que abraço meus amigos. Que ainda cumprimento as pessoas na rua, me preocupo e gosto delas. Eu que valorizo mais o ser humano em detrimento de outros valores.
Escrevo louco com “uc” e não com “k”. Costumo pedir licença para entrar e dizer obrigado pelas gentilezas e favores.
Ouço músicas antigas pra por a saudade em dia.
Vejo fotos três por quatro de pessoas que, de alguma forma, passaram pela minha vida. Na memória e em meus álbuns, já amarelados, guardo vastas lembranças.
Eu que brigo com esta máquina chamada computador.
Estranho falar com este interlocutor sem reações, sem rosto, sem gestos, sem sorriso, sem cara fechada. Todas as fotos de redes sociais são de pessoas sorridentes.
Sinto uma ânsia de mostrar ternura, de olhar nos olhos, de ver o semblante das pessoas, de ficar mais doce e agradável com a conversação. De demonstrar simpatia. Mas me adapto e gosto de novidades.
Eu que tenho esta alma dominada e doentia em devaneios.
Que romantizo as relações. Vejo presságios de amor em todas as direções. Eu que costumo pedir perdão quando erro. Admito sentir saudades, pergunto se queres contar seus problemas. Eu que quero saber onde está seu sorriso e, se preciso, faço palhaçada para que ele volte ao seu rosto.
Vou à igreja, creio em Deus.
Amo a natureza e convivo bem com animais.
Mesmo assim, relaciono-me bem com diferentes gerações, com iguais e com desiguais, pois não é isso que uso como parâmetro para gostar de alguém.
Não furo filas. Não quero vantagens pessoais.
Fico fascinado com um sorriso sincero de uma criança. Emociono-me com aquele “abracinho” infantil tão terno e verdadeiro. Adoro escutar pessoas mais velhas e aprender com suas experiências de vida.
Eu que envelheci junto com este mundo que, hoje parece não ser o mesmo.
Quanta pressa. Quanta falta de educação no trânsito. Quanto desamor. Em fim, quanta dureza nos corações humanos.
No fundo, no fundo acho que se manteve o mundo eu é que amoleci.
Acho que o mundo atual não é muito diferente do paraíso de Adão e Eva, afinal, pra mim só existe você e eu.
Um novo destino...
E o mundo, gira,
a gente, fica tonta
porque acaba girando também
e nas muitas voltas
ao redor dele,
caimos, levantamos,
cantamos, encantamos,
sorrimos para nós mesmos
e acabamos descartando
sem medo, tudo aquilo
que está pesando.
Nos pés, um tênis confortável
e na mochila,
um chinelo velho
e alguns cacarecos
com um mapa de atalho
para chegar ao rio
e atravessar a ponte
que nos levará,
a um novo destino.
by/erotildes vittoria
O mundo está sujo, das mais variadas formas, mas aqui me refiro a falta de valores, a falta de amor, e o reino do egoísmo.
Nos jornais, na tv, na internet e em redes sociais como facebook, e no cotidiano, na vida social você vê parte disso, você vê pessoas subindo umas encima das outras, julgando umas as outras, crucificando aqueles que te fizeram algo de ruim, mas logo em seguida age da mesma forma. Quando algo dá errado culpa a tudo e todos, dizendo que não se esta triste ou se magoou, ou porque o que queria não deu certo foi por culpa dele ou dela.
Você vê pessoas tendo que diminuir umas as outras para que se sintam maiores, você vê pessoa se alegrando com o sofrimento ou a desgraça do outro, você vê pregarem paz e amor, mas ao mesmo tempo o ódio.
Você vê nas esquinas pessoas abandonadas sujeitas a margem da sociedade.
Você vê pessoas que buscam no reconhecimento dos outros, e desprezam aqueles que não se encaixam no padrão criado por uma lei sem pena, sem amor, uma lei apenas para parecer e aparecer.
Você sente o vazio, de um mundo cheio de pessoas com recursos, mas vazias por dentro.
Você vê a necessidade de ter e mostrar, onde está, o que tem, ou quantos amigos tem, somente pra que vejam.
Você vê pessoas infelizes buscando no material, no prazer, na bebida um breve sentimento de felicidade passageira para que em seguida afundem no vazio.
O mundo está carente de amor, cheio de ódio, cheio de raiva, cheio de egoísmo.
Você vê pessoas listando detalhadamente os defeitos dos outros, mas não conseguem ver poucos de si, mesmo que vejam saibam que fazem outros sofrer por isso, não mudam, afirmam serem assim e não tem jeito.
Não é atoa que a depressão é a doença do século
Um mundo que te cobra ser oque não é preciso, ter oque não é necessário, e te faz esquecer do que é ser feliz, do que vale realmente a pena.
Você vê e sabe disso tudo, você sente isso.
Não existe paz com ódio, não existe felicidade sem paz, não existe amor com egoísmo, só existe medo.
Todo mundo se dando bem e eu aqui esperando minha hora; por em quanto que a hora dos outros é agora.
A maior tentação do mal neste mundo foi aquela experimentada por Jesus Cristo, quando o espírito das trevas o questionava no deserto, tentando enganar-lhe com vantagens materiais e, nesta mesma tentação, toda a humanidade está sujeita até hoje. O Cristo foi o verdadeiro exemplo para toda a humanidade materialista da força dos seus poderes sobrenaturais, pois foi ele, na verdade o maior espírita e o maior médium que já passou por este mundo.
Existe um mundo cruel tentando nos engolir, e muitas vezes nos colocamos bem diante da sua boca esperando ser tragados.
Hoje eu vou pintar o mundo...
Com as cores
da paz,
do amor,
da harmonia,
da música,
da alegria,
da saúde,
da felicidade
da prosperidade,
da vida
de verde,
de azul,
de vermelho,
de amarelo
de branco e preto..
hoje é dia de pintar as cores da felicidade!!
..
“Acho que acontece com todo mundo, e comigo também: tem dia que você amanhece cavalo, cachorro, moleque, dinossauro. E conforme o dia, se você está suave, tranqüilo, você amanhece como uma Tina, uma Mônica, uma Magali.”
Olhar nos olhos ja não revela mais tanta coisa, em um mundo repleto de desejos insanos e corrompidos desaprendemos a ver o que realmente importa, o que não esta nos livros, nem na tecnologia, ou simplesmente nos gestos do cotidiano, desaprendemos a falar com o olhar, a demostrar amor com um simples toque, nos tornamos sombras de quem um dia fomos.
Não te prometo todo o mundo porque não tenho certeza se posso te dar, mas prometo todo meu amor porque tenho certeza que posso te dar.
A MENINA E O MUNDO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
A menina oprimida e tratada como santa cresceu. Quando a família perdeu o direito enviesado de separá-la das propaladas "imundícies do mundo", ela quis conferir. Ver se o mundo é tão imundo quanto aprendeu. Se todas as pessoas de fora da sua bolha são de fato perversas, mentirosas e podres.
Viu que o homem que fuma tem o pulmão comprometido, mas o coração, em sua natureza humana, é generoso. Conheceu finalmente a mulher de cabelos vermelhos e tatuagens no corpo, e constatou que a bondade não tem aparência. Que a decência não escolhe a cor dos cabelos nem da pele. Descobriu que a vaidade condenável não estampa ou cobre o corpo. Ela se oculta no coração e se manifesta em atos como preconceito, julgamento e certeza da perdição das almas de quem não comunga o mesmo credo; a mesma visão de mundo e vida; o mesmo caldeirão de filosofias distorcidas e dogmas calcificados. Ao mesmo tempo, descobriu a malícia e a hipocrisia; o rancor e a má fé impregnados em grande parte dos mais contritos, severos e santarrões da elite religiosa que a mantinha no cabresto... ou no redil.
Então a menina já não menina chorou. Estava no mundo e só foi preparada para estar no céu. Teve que travar a grande luta interna para vencer a si mesma e aprender a tratar o próximo como semelhante, apesar das diferenças. Viu, de uma vez por todas, que não estava cercada por demônios. Que as virtudes não são exclusivas da religião, nem os defeitos são inerentes aos não religiosos ou aos que professam outras crenças. Percebeu que o bem e o mal não escolhem grupos e ambientes; estão em toda parte, e seja onde for, somos nós que nos livramos das tentações, por força de caráter, natureza e criação.
Mas a maior tristeza da ex-menina foi constatar o rancor, a intolerância, o preconceito e o julgamento dos seus, desde o momento em que resolveu enxergar com os próprios olhos. Caminhar com os próprios pés. Pensar por conta própria. Correr seus riscos e descobrir que o mundo é bom. As pessoas do bem são muito mais numerosas que as do mal, e nenhuma delas tem uma inscrição na testa ou na palma da mão. Muito menos é conhecida em sua real profundidade, pelos discursos que faz ou o grupo a que pertence.
Mesmo assim, a já não menina e já não oprimida tem esperança de reconquistar a família e os antigos irmãos de fé, sem ter que voltar a ser como antes. Sua esperança na família, é a mesma que aprendeu a ter no mundo, após conhecê-lo pessoalmente, sem as influências do sensacionalismo denominacional.
A MENINA E O MUNDO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
A menina oprimida e tratada como santa cresceu. Quando a família perdeu o direito enviesado de separá-la das propaladas "imundícies do mundo", ela quis conferir. Ver se o mundo é tão imundo quanto aprendeu. Se todas as pessoas de fora da sua bolha são de fato perversas, mentirosas e podres.
Viu que o homem que fuma tem o pulmão comprometido, mas o coração, em sua natureza humana, é generoso. Conheceu finalmente a mulher de cabelos vermelhos e tatuagens no corpo, e constatou que a bondade não tem aparência. Que a decência não escolhe a cor dos cabelos nem da pele. Descobriu que a vaidade condenável não estampa ou cobre o corpo. Ela se oculta no coração e se manifesta em atos como preconceito, julgamento e certeza da perdição das almas de quem não comunga o mesmo credo; a mesma visão de mundo e vida; o mesmo caldeirão de filosofias distorcidas e dogmas calcificados. Ao mesmo tempo, descobriu a malícia e a hipocrisia; o rancor e a má fé impregnados em grande parte dos mais contritos, severos e santarrões da elite religiosa que a mantinha no cabresto... ou no redil.
Então a menina já não menina chorou. Estava no mundo e só foi preparada para estar no céu. Teve que travar a grande luta interna para vencer a si mesma e aprender a tratar o próximo como semelhante, apesar das diferenças. Viu, de uma vez por todas, que não estava cercada por demônios. Que as virtudes não são exclusivas da religião, nem os defeitos são inerentes aos não religiosos ou aos que professam outras crenças. Percebeu que o bem e o mal não escolhem grupos e ambientes; estão em toda parte, e seja onde for, somos nós que nos livramos das tentações, por força de caráter, natureza e criação.
Mas a maior tristeza da ex-menina foi constatar o rancor, a intolerância, o preconceito e o julgamento dos seus, desde o momento em que resolveu enxergar com os próprios olhos. Caminhar com os próprios pés. Pensar por conta própria. Correr seus riscos e descobrir que o mundo é bom. As pessoas do bem são muito mais numerosas que as do mal, e nenhuma delas tem uma inscrição na testa ou na palma da mão. Muito menos é conhecida em sua real profundidade, pelos discursos que faz ou o grupo a que pertence.
Mesmo assim, a já não menina e já não oprimida tem esperança de reconquistar a família e os antigos irmãos de fé, sem ter que voltar a ser como antes. Sua esperança na família, é a mesma que aprendeu a ter no mundo, após conhecê-lo pessoalmente, sem as influências do sensacionalismo denominacional.
