Jesus Cura as minhas Dores
Deixe-me com minhas loucuras, você tem as suas. Se as suas parecem normais é porque ainda não se compreendeu. Não existe convicção em nossos sentimentos, eles são incertos e interpretativos. Navegamos num mar de dúvidas, onde as respostas não são exatas. Vivemos em um mundo de aventura, onde os inimigos são surpreendentes.Não existe uma verdade plena, por isso a vida é tão fascinante.
Ao mar
No escuro do oceano rodeado por minhas preces jamais alcançadas, começo minha avessidade a vida. Como cactos no deserto que no fundo guardam água, remédio para quem tem sede. Se fossemos menos complexos, talvez tivéssemos conseguido flutuar, mas não. Minhas mãos estão sujas de tanto cavar por um mistério subtendido. Teu corpo nunca foi tão leve como desenhei. Eu não sei dançar, como te ensinei.
Quis pregar qualquer flor no seu cabelo, correr em qualquer lugar aberto. Cortar a alma. Quis, desesperadamente, catar toda essa sujeira guardada no baú da memória, curar toda essa dor, amarrar ao teu rosto o lírio que sempre fui. Mas minhas palavras sempre foram frívolas e nunca tocaram ninguém. Nada em mim conseguiu arrebentar o coração, esquartejar a pele, fazer sangrar o espirito. Não consegui jamais tocar teus olhos e enche-los de estrelas. Pegar teu coração sem máscaras e porquês. Mas quis, entretanto, roubar o avesso, o escuro, o medonho, a ferida aberta que a gente insiste em esconder.
Meus olhos foram capazes de enxergar teus buracos, teus cacos, tuas inspirações dolorosas. Mas não fui capaz de curar, porque a doente sou eu, com os pés sangrando, em um caminho tortuoso, em teus braços tão amenos. A cura que um dia esteve tão perto, hoje se poem distante, quase imperceptível. Só pra mostrar que mesmo ferida sei tentar. Sei abrir teu sorriso e te olhar como joia rara, única. Agora não mais importa, quem muito retém a mudança, nunca consegue o novo dos teus olhos, o abrigo destruído em que vivo.
O mar ainda continua de pé, com sua orquestra sinfônica que traz sempre o som da imaculada dor, do choro violento de todas as sereias que esperam por um amor. Então fecho os olhos, as luzes estão apagadas, consigo imaginar teus cabelos lisos, como folhas de um orvalho qualquer e sentir o cheiro de pitanga. Consigo me ver ao desalento de um adeus, de uma pergunta sem resposta e me encontrar novamente no oceano rodeado por minhas petições, entregas, sujeiras, lágrimas de sal... e me meter no meio d'água como mais uma onda contrária, carregando a fé contra a maré maligna que nada mais quer do que minha alma afogar. Sem pesos, nem roubos a mais, me desculpo mais uma vez por ter abotoado a sua camisa e lhe deixado suspirar no meu ouvido toda aquela história de esperança. Hoje nada seria como é.
A ti, meus trovões de poesia, ao mar, meu ego, minha alma.
Bem meu, minhas memórias, são todas feitas de saudade e ao mesmo tempo, repressivas. São o que me mantém viva nesse vazio intenso de querer ser mais entendida, menos corrida. As lágrimas que rolam ao escrever, nem querendo você vai conseguir sentir, porque a dor é descomunal ao meu e ao seu tamanho.
Me sinto presa, vigiado por pessoas adultas demais, o que nunca fui e nem quis ser.
No meu olhar ainda existe o brilho da criança que caiu branquela no chão como um pedaço de nada, ali, parado, abandona até que alguém pudesse me por no colo e levar até o socorro mais próximo. Ainda há muito de uma pobre alminha segurando na blusa do pai para que não machucasse novamente sua mãe. Há também duas ou mais músicas que meu irmão cantava para mim dormir e o silêncio de querer sempre fugir de tudo, porque a vida nunca foi fácil, nunca foi rala. Resgatar as poucas bonecas sorridentes e correr pra longe de qualquer remoinho de maldade... fugir.
Por isso é que não quero mais o sentimento dolorido de ser gente grande, corrompida, cheia desses pedaços de tristeza. No meu olhar, ainda tem escrito muita coisa que eu nem sonho em dizer, porque a lembrança é uma faca de dois gumes. Dentre tais coisas, suspiro para acalmar o coração que insiste em doer. A verdade repugnante é que os erros cometidos por pessoas que amei são as dores mais profundas da minha alma... são os pesos mais reais que tenho, são as lágrimas mais molhadas que tomam meu rosto.
E nada disso para, pois enquanto me viro do avesso e corro na pista molhada de chuva só pra segurar sua mão, o teu semblante se fecha no mais puro vendaval e me deixa chuvosa, sozinha... E a culpa é exclusivamente minha, que enquanto me perco ainda assim te encontro, te busco. No escuro apalpo as estrelas mortas de um céu ainda tentando sobreviver, enquanto ninguém abre a janela para me deixar entrar... Só trancam quando mais preciso recolher a bagunça, quando mais preciso olhar-me no espelho e ver que sim, estou viva, de carne e osso, e que meu olhar é o mesmo que o de treze anos atrás. Por essas e outras dores é que não sou entendida. Talvez nunca seja, quando amor ainda mora em mim, só me resta sentir o naufrago desse comodo vazio e abraçar a solidão como prova de que o halito fresco que despejei na sua boca, foi mais que uma troca de juízos, foi me declarar, ainda que pequena e sem folego, independentemente sua e misteriosamente minha.
Nesse momento dediquei-me unicamente em analisar minhas prioridades e cheguei a conclusão que você deixou de ser uma prioridade e passou a ser apenas uma opção.
Com minhas asas fracas, Não consigo mais voar...
Amaldiçoado ao pecado, um estranho a vagar....
Como um soldado Celestial me propunha
A vos guardar, Lhe proteger de sentimentos
que a ti só anseiam atormentar. O seu Anjo, seu amigo
vim a te salvar.
Faço de meus poemas,minhas confissões.
O vejo como um diário entreaberto.
Pois nele escrevo minhas confusões,
Para quem me conhece,me entender e saber que estou sempre por perto.
Aqui há um pouco de mim, mas muito pouco, diante de tudo aquilo que sou...Aqui, minhas mudanças, as metamorfoses, porque um dia sou borboleta e, em outro, dragão. Este espaço é meu, porém para todos aqueles que carinhosamente passam por aqui e, como há coisas que gosto e desgosto, com certeza, para os que correm os olhos por estas palavras, não poderia ser diferente. Ao contrário do que alguns pensam, não tenho presunção de ser escritora ou poetisa. Tenho sim, intenção de olhar para trás e ver todos os meus momentos compartilhados com gente igual a mim, que sente tudo, que não deixa a vida passar em branco e que sorve o viver em minúsculos goles.
Aqui as chuvas que tomo, nos dias de verão, sem perder uma gota que seja; meu riso escandaloso, porque dou muitas risadas, pois ao contrário do que pensam, não sou triste... Sou os meus amores, meus desejos, meus desesperos, minhas incríveis aventuras. Aqui posso dizer o que os outros não tem tempo para ouvir: que gosto de flores, somente na terra, onde crescem soltas e absolutamente vivas; que adoro ver os pássaros voando pelas àrvores, muros e telhados e que, destruiria todas as gaiolas, pois criatura viva alguma nasceu para ser prisioneira; que ando descalça, pelo menos cinco minutos por dia; que adoro gatos persas e as suas cantorias embaixo da minha janela; que não vivo sem café porque seu cheiro é indescritível e seu sabor revigorante; que sou fascinada por anjos e fadas; que sou louca por histórias infantis e vivo reinventando cada uma delas; que muitas vezes fico em profunda nostalgia, mas jamais em depressão; que passo horas sem mexer um músculo e, são estes momentos que me colocam de frente com minha alma; que ligo para os meus amigos de madrugada ( logicamente que, com aqueles que possuo tal cumplicidade); que durmo muito pouco e, por isso há tempo de sobra para fazer tudo o que faço...Além disso há muito mais, que hoje pode ser tudo isso e, amanhã, tudo mudar.Sou infinita como todos os demais seres... Como eu há muitos tantos. E é por tudo isso que sinto vontade de vir aqui todos os dias, conhecer a mim e aos que por aqui passam.
Quando todas as minhas palavras
não fizerem mais sentido;
Quando todas as minhas ações
negarem o que eu sinto;
Lembre-se de que lá no fundo existe um bobo
que não sabe como dizer:
Eu te amo.
Estar com você nunca me pareceu errado. Na verdade, foi uma das minhas únicas escolhas certas. E agora te vejo me questionando se vou te deixar, se ainda quero você… Como se eu fosse capaz de deixar de amar a única coisa que consegue me fazer perder o chão, amar você me faz mais forte do que qualquer outra coisa já fez.
Minhas perdas não determinam os meus passos.
Meu passado me assombra e tenta me trazer de volta.
Não penso que vivo somente porque corro e grito, grito e corro somente porque penso.
Percebo que estou ficando mais velho a cada minuto que escuto badalar do relógio.
E o tempo que um dia me foi concebido, já não existe mais.
Quando se esta no fim, o inicio soa bem mais intenso ao coração.
O primeiro amor ressurge e o paladar parece concordar em tudo.
O futuro nunca foi tão desejado como agora, e o passado meros arrependimentos do que se não fez.
Sigo triste caminhando sob a chuva vou chorando e prefiro não parar,minhas lágrimas se confundem com os pingos melhor assim que ninguém irá notar!!
Quero apenas levantar minhas mãos para o céu, e agradecer a Deus por tudo, por você, por mim... Por nós.
Gostaria de dizer muita coisa, sem medo do resultado de todas as minhas palavras. Queria mesmo entender que o futuro me pertence, só pra não chorar quando acordar com a névoa que a solidão vai me trazer. Não ligar pro que vão dizer no dia seguinte, amar mais a mim mesma e gritar quando o céu estiver mais azul, bem mais azul do que esse cinza aqui. É assim que têm estado à alguns dias, bem cinza, com pequenas e poucas cores amarelas que ainda me fazem sorrir levemente.
O que falta, está logo ali.
O que veste minhas ideias
Quem me conhece, seja a fio ou a primeira vista, confirma que não abro mão de um certo acessório. É de se estranhar me ver na rua sem algo cobrindo minha cabeça, prendendo minhas ideias.
O apego as toucas talvez tenha vindo do frio do interior de São Paulo. Confesso que não sei ao certo quando surgiu minha afeição por bonés, , mas sei precisar quando surgiu a paixão por chapéus. Na falta de possibilidade do uso do boné e da touca. Passei a usar chapéu quando o boné ou a touca eram marginalizados, censurados, proibidos. Usava boné com roupas casuais, toucas com roupas de frio e chapéu para a formalidade do esporte fino. Me recordo, saudoso, do primeiro boné e do primeiro chapéu. O boné amarelo me dava personalidade. O chapéu que ganhei de um amigo no dia de meu aniversário de vinte e quatro anos me deixava mais velho (adora parecer mais velho quando usava ele com a barba grande).
Era bem fácil causar espanto entre os que me conheciam quando aparecia sem um dos acessórios amigos. Por vezes me deparei com a expressão “que milagre tu sem boné” ou ainda “cadê o chapéu?”. De fato, não gostava de sair á rua com minhas ideias “nuas”. Os adereços vestiam meus pensamentos e os continha presos e comportados enquanto praticava meu direito de ir e vir.
Algumas vezes ousava, saía com meus sentimentos pelados, com minhas ideias e pensamentos despidos. Mas não demorava muito já estava eu os privando de novo.
Lugar de deixar ideia desprovida de vestimenta é em casa. A praia de nudismo dos meus pensamentos, ideias e sentimentos é no litoral sul do meu quarto.
Nas ruas me protejo de mim mesmo. Nada saí de minha cabeça. Os acessórios são os vigilantes, as grades, o porteiro de escola infantil que não deixa ninguém sair sem autorização formal do pai. Nas ruas só deixo entrar em minha cuca o que quero. Uma vez guardado, processo, educo, alfabetizo. Para que, quando me deite para dormir, possa mergulhar junto com eles no fundo do meu quarto.
Assim que você dispersou de minhas entranhas percebi que não conseguia viver sem ti;
Meu medo de nunca ter medo das minhas próprias correntezas fez com que minha coragem despertasse a fúria da minha própria ignorância;
Tô chateada viu...
Foram-se os meus sonhos...
Foram-se as minhas esperanças...
E o meu medo persiste. Aquele, que vem sei lá de onde...
Ronda, chega e apavora.
De duas uma: ou me acostumo com meus receios...
Ou decido espantá-los de uma vez.
