Janela
Sonhos... abro a janela;
Sol... brilho inteso;
Viver, ainda é a melodia perfeita;
Meus sonhos não cabem no espaço;
Desse céu; de cores e brilho;
De azul, apenas de azul...azuis de todos eles;
de sonhos e de querer sonhar...
Na calma tarde chuvosa,
de uma sexta feira cinza
Fechei a janela pra não sentir frio,
mas o vento entrou por baixo dela
Ouvi as musicas de sempre, de dias de chuva
E calmamente a melancolia passava na rua
Lembrei de muitas pessoas
Mas a maior saudade que senti foi a sua
Desde antes da primeira aula de catecismo,
Detrás daquela janela uma voz já lhe dizia:
- Deus não sabe de latim.
Que se quisesse Lhe falar, dispensasse os tradutores.
Amasse e pronto!
(Receita incompleta).
De pronto, já na segunda aula,
Pôs-se disposto a praticar e de tanto
Olhar o enrolado cabelo de Mariazinha,
Que dourado refletia a luz do vitral da torre,
Viu sua orelha de repente na mão da professora.
- Beijo tem idade menino!
Levou toda a vida para aprender que
Todo mundo tem um medo,
Que amor não é desejo,
Que a língua de Deus muito mais se parece
Com o silêncio calmo nos olhos recém-iluminados de Davi,
Seu filho que nada sabe de qualquer catecismo.
Desejei emoldurar seu sorriso
Colocá-lo ao lado da minha janela
Para que se junte ao Sol
Iluminando ainda mais os meus dias.
Nova estação...
Bem cedo,
ao abrir a janela, vejo o mundo
de um modo muito especial.
Tudo lá fora,
cresce, floresce e cheira bem,
a terra nobre,
onde as sementes germinam
e o sol aquece,
o inicio da primavera.
Agora,
as cortinas são transparentes
para que a brisa passe
e toque suavemente o tecido leve
que parece dançar
para a nova estação.
by/erotildes vittoria
Saudade!
Quando a saudade aperta,
Minha alma se liberta
E uma janela mágica fica aberta.
Sou um canário e canto para encantar,
Sou um gato manhoso para confortar
Sou até uma formiguinha na mesa de jantar.
Já fui água de cachoeira,
Já fui até resto de poeira,
O beija-flor na roseira,
Aquele sabiá na bananeira.
Um gafanhoto pra ler pensamento,
Um olhar perdido em algum momento,
Um segundo em pensamento.
Quando a saudade é certa,
Minha alma fica alerta,
E uma porta mágica fica aberta.
Sou um detalhe no caminho,
Sou um estranho no ninho,
Sou um toque de carinho.
Já fui um arrepio sem motivo,
Já fui a dúvida de um objetivo,
O desejo intuitivo.
Aquele medo de estar errado,
A sensação do tempo parado,
A certeza de estar apaixonado.
Marcio Lopes
O VÔO
Lívida. No parapeito da janela.
Do filme reavaliou o roteiro.
Entregou-se...
Aos instantes da inércia.
Observante
Espio pela janela,
Coberta pela cortina telada
E vejo ao longe, pés enormes de figo.
Por entre eles desce uma
Pequena estrada em forma de meia lua.
À direita segue uma tira de mato
Como um satélite que se alonga.
Ah, antes que eu esqueça.
Acima. Muito acima.
Está o céu, parcialmente nublado.
O INFINITO
A janela fechada abre o meu espírito.
O que existe além, após a janela?
O que existe além?
O
Que
Existe
além?
∞ ?
Caxias do Sul, 15-12-10
Você escorada na janela
devagar chego por trás
você acha graça
te beijo de leve no pescoço
o vidro embaça
Ontem tava aqui em casa limpando a janela da cozinha.
Resolvi começar pelo lado de fora, determinada a limpar o outro lado ao final.
Satisfeita com o resultado, entrei.
Qual foi a minha surpresa em notar que a janela dispensava o segundo passo da limpeza.
Estava tão limpinha! De ambos os lados!
Sabe lá por que raios, lembrei-me de um dizer popular acerca de "janelas sujas"...:/
É bem verdade, que o contexto em questão seria o avesso do que propõe o tal dizer..
Eu e minha mania de pensar nas coisas.
:)
(Fabi Braga, 12/01/2015)
Salto os olhos pela janela
cheio de amores
para assistir a menina que passa
na rua das flores
esquina com a primavera
...e o sorriso nada mais é que o coração abrindo a janela pra espiar quem lhe fez dar uns pulinhos à mais!
Acordei assustada: batia insistentemente na janela, metálica, insólita. 3 da manhã. Abri a cortina e descobri um cavalo de grande proporções castanho e brilhante, melhor: luminoso. Percebi lá fora uma luminosidade de luz fria, azulada como a que ilumina o interior dos supermecados, e que de algum modo amanava do cavalo. Fiquei parada, apenas olhando, buscando algum sentido, e o animal procurava acomodar o corpanzil na estreita borda da janela, e olhava bem dentro dos meus olhos, como se pedisse para entrar. Antes fosse uma mariposa, não teria hesitado, não tenho aflições, mas aquilo era muito pra mim. Começou a se arrastar para trás, impaciente, apoiando no vidro. Não sei como não caiu aqui dentro, movia-se lentamente, algo indeciso, e acabou perdendo o equilíbrio. Quando deu conta que era inevitável, pulou mesmo, abri a vidraça e percebi no rosto um sopro do gélito ar azul, temperatura incomum, e o cavalo ia planando já dois andares abaixo, em espirais, um vôo leve como de uma gaivota, e foi descendo e planando em rumo ao playground. Um minuto ou meia hora depois, pousou lentamente sobre as águas paradas da piscina, foi afundando e iluminando tudo por ali, até que afundou completamente. Então a estranha luz se foi, e o céu escuro e poluído da cidade grande tinha poucas estrelas e uma lua cheia, e o ar voltou a ser pesado e quente. Na piscina, apenas reflexos brancos sobre uma águas agitadas.
É de manhã..
Abro a janela e vejo lua
Branca,cristalina e bela
emoldurando minha janela
Fico ali a contemplá-la
no silêncio da manhã
Lua que ilumina
minha rua, meu quintal
Lua boêmia, lua companheira
Cúmplice dos sobreviventes
amantes da madrugada
Lua nova, lua cheia
parece uma sentinela
Atenta a me vigiar
Enquanto espera que o sol
venha com seu brilho
sua beleza ofuscar
Lua que me ensina
que sempre é possível brilhar
apenas que se respeite
Tempo, hora e lugar
edite
Crepúsculo
Abro a janela
Vejo o crepúsculo
Radiante
Neste instante
Entre nuvens a passar
Em combate
Ao meu olhar
Que vê
Que sente
Um mundo diferente
Vejo a beleza de um ser ausente, de uma janela aberta, de um cigarro pela metade, o whiskey suado, de um carnaval sem musica, de um amanhecer sem um sorriso.