Inveja e Cobiça
Há certos passatempos e prazeres ilícitos, que censuramos nos outros, mais por inveja do que por virtude.
Mantém-te distante da inveja, pois assim como o fogo queima a lenha, a inveja consome as boas ações.
A virtude neste mundo é sempre maltratada; os invejosos morrerão, mas a inveja é poupada.
O ciúme nunca está isento de certa espécie de inveja, e frequentemente se confundem essas duas paixões.
A inveja é um vício mesquinho e sórdido: o vício do condenado que reclama porque o seu companheiro de prisão recebeu uma ração de sopa maior.
Sabe-se que enquanto vivemos estamos mais ou menos expostos à inveja, mas depois da nossa morte os nossos inimigos deixam de nos odiar.
Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmo se atormentaram com muitas dores.
Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.
A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre.
Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar.
DA OBSERVAÇÃO
Não te irrites, por mais que te fizerem
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio.
Aqueles que não fazem nada estão sempre dispostos a criticar os que fazem algo.