Intensidade em que ela Dura
Conte-me.
Se já perdemos a noção do tempo.
Se nada mais importava por um momento.
Conte-me como hei de esquecer.
Não, não hei de esquecer!
Barreiras rompidas.
Sonhos criados, meu universo de desvarios.
Foi real, não imaginado.
Um universo de noites singelas.
Travessuras, misturando pernas com pernas.
Sorrisos encantados, corações lado a lado.
No caminhar de uma paixão.
Entornaste minha sorte, metendo os pés pelas mãos.
Meu coração ao procurar o teu, meu sangue errou de veia e se perdeu.
Na desordem de um caminho.
Uma camiseta vermelha pode enlaçar seu vestido.
Sem nenhuma predicação, inda sentindo seus seios em minhas mãos.
Desfrutando o sabor de amor que os lábios podem oferecer.
Não, não há como fazer de conta.
Quando de um coração se toma conta.
Então conte-me como hei de esquecer.
Nos tempos atuais é muita gente molhando os dedos, sendo superficiais, enquanto, coisas incríveis moram nas profundezas da intensidade.
“Nos tempos atuais é muita gente molhando os dedos, sendo superficiais, enquanto, coisas incríveis moram nas profundezas da intensidade”.
Estamos constantemente a procura de significado, famintos pela sensação de felicidade, presos as nossas lembranças, presos no passado. Por conta de nossos medos e inseguranças passamos a nos privar, poupar de um mundo completamente diferente ao que estamos vivendo, este que não costumamos aprofundar em nada e por consequência, nunca sabemos o que existe lá no fundo.
Passamos a ser receosos, acreditando nas nossas próprias mentiras, mentiras até mesmo dos reais significados de tudo. Por mais que colecionemos momentos felizes, ainda sim, sentimos a sensação de estar vivendo uma ilusão.
Até nos depararmos, mesmo que raramente, à uma sensação única e genuína de felicidade, tal que nos domina completamente, suga toda nossa lucidez, esta é a tão formosa intensidade e constância no agora, nos propondo profundidade e entrega total, que como resultado nos dá a sensação de viver o infinito.
É melhor a solidão do que meias companhias. Na verdade eu nunca gostei de nada mais ou menos, metades, talvez, quem sabe. Gosto mesmo de exagero, de intensidade, de profundidade, de me jogar de cabeça na abundância de tudo que é inteiro.
simultaneamente, vejo o sol, por lá se admira a lua.
dois astros poderosos, que quase nunca se cruzam.
uma longa distancia entre os dois, e ambos avistados ao mesmo tempo.
será mesmo que é possível se encontrarem em algum momento...
quando se encontram o eclipse é um espetáculo.
a lua beija o sol, algo tão lindo, só pode ser raro.
uma dicotomia perfeita, opostos que quando unidos provocam arrepios.
intenso como o sol, rara e lirica quão a lua, a distancia é tão grande,
mas um dia eles se cruzam, um dia eles se cruzam.
Há de existir, no bater das asas de uma borboleta, qualquer coisa que de tão belo não se explica, qualquer coisa de fragilidade e leveza, qualquer coisa de imprevisível e incompreensível.
Um bater de asas do outro lado do mundo pode mudar os caminhos que definem a sua vida em um sentido ou outro.
Viver é flertar com o caos, é dançar com as possibilidades, é se jogar de cabeça e sentir tudo intensamente, ou se conter e nunca saber como seria, é como querer e se esquivar ao mesmo tempo. Cada decisão que tomamos compreende um universo novo, habitado pelas consequências dos nossos atos, e pelo mal-estar, que ninguém quer, mas é necessário e estruturante.
A inexorável beleza do tempo entre as coisas e a fugacidade da vida é como um bater de asas, talvez esse seja o motivo de existir tanta beleza nas asas de uma borboleta.
Ela me beijava intensamente e eu retribuía radicalmente de uma forma estratosfericamente ardente. Nossa química era álcool e fogo, explosão intensa que deixava nosso corpo em chamas e o quarto em graus elevados de calor.
Em um passado remoto que não ouso datar, duas pessoas se cruzaram, diria que o destino se encarregou para que isso acontecesse, houve flerte no olhar... aconteceu uma conexão. Neste instante, só neste instante, o cupido acertou, a flechada foi certeira, essas duas vidas se conectaram de um jeito indizível. Foi surreal. Os olhares ficaram mais intensos. Os dedos se entrelaçaram. A conexão de almas foi incrível. Transcendeu. Os corações batiam a todo vapor. Batiam com pressa de chegar. Não queriam parar. Queriam viver, apenas. Viver intensamente aquele momento único. Viver a entrega. Ah! como é lindo tudo isso... o toque. O primeiro toque. O afago. A doçura de viver àquilo jamais vivido. O encontro de almas. Sim. Existe. Acredite. Já viveu? Se não, não queira viver sem antes está preparado. Só que nunca estamos preparados para viver momentos assim. É tudo tão rápido... tão real. Quando você percebe, você está se afogando naquilo que você nunca imaginou que se afogaria. Que mar é esse? Que loucura! Sufocam-me! Sufoca-me! Vem! Já viveu? Se sim, esteja preparado para viver novamente algo inédito, não será a mesma coisa. As dimensões serão outras. De proporções inimagináveis. Venha conhecer. Venha se jogar neste mar árido e indestrutível. No fundo há algo tenebroso, de fazer as pernas ficarem bambas até você tombar, mas também pode ser o contrário, este mar não habitado pode te dar asas, pode fazer você voar para lugares incríveis, para a terra de aquém. A terra prometida. O destino da flechada do cupido. Se me perguntares qual é o destino, não sabereis te responder. Mas deixo um conselho: deixe fluir, viva, apenas viva o momento, sinta o momento! São esses momentos que virarão gotas para completar este vasto oceano que você está a criar. Não perca tempo. O oceano pode secar. Veja. Olhe para a imensidão que este oceano está a te oferecer. Consegues perceber? Se sim... tenho certeza que alguém já te pescou. A isca foi o amor. O enlace perfeito. Você foi capturado. Raptaram-te. Você caiu na rede, na armadilha. Tenha cuidado neste novo oceano que desbravarás. Lá é incrível. Permita-se. Jogue-se. Mergulhe. Afogue-se. Caia de cabeça sem medo de morrer, quem sabe você não encontrará a vida, o sentido da vida... o significado do amor.
Estar com você é como música. Às vezes uma valsa, outras vezes um tango, em outras raras um rock metal, mas sempre uma dança.
"Tudo o que ouço,
tudo o que vejo...
Imagino, sinto, são peixes.
Nadam dentro de mim,
nadam fora de mim.
Fazem parte de mim.
A palavra noite significa tanto
que tudo o que ouço durante o dia
são peixes respirando.
Ecoa em mim sem tomar pause,
ecoa em mim intensamente.
Que psycho? Quão perdido?
Alívio? Encontrei descanso ,
enquanto as nadadeiras estavam
paradas... encontrei descanso."
"Viver é se surpreender, é estar ligado no 220w e as regras são claras, nascemos, amamos, crescemos, apreendemos, erramos, compartilhamos e se inicia um novo ciclo, amamos, ensinamos, aprendemos, envelhecemos e dentro desse viver, fechamos um ciclo, são as escolhas que fazemos que define o nosso presente, esteja preparado para as coisa boas ou ruins"
Não tenho o dom da palavra, volta e meia me embaralho com elas, mas ao olhares em meus olhos encontrarás a declaração mais perfeita de amor, porque eles não se embaralham, expressam exatamente a intensidade do que guardo dentro de mim.
"Sinto. E ando sentindo muito. Parece que eu ser sempre intenso não tenha sido suficiente, venho intensificando tudo cada vez mais. Me sinto inteiro e ao mesmo tempo em pedaços."
Doses de inconsequência
Encontrei em minha falta de querer
Motivo perante a abstinência.
Desapeguei do total pudor
O medo oscilante, sem suceder
Se exilou enfim de minha existência
O fogo vermelho se tornou azul
No calor do depois,
Compulsão de nós dois.
O agora mostrou que reluz.
Agonizante exatidão,
Súplicas fora do conceito.
Sua cautela improvisada
Traça o pecado perfeito.
Agora sem decência,
O intenso ultrapassou a dor.
Ingrata loucura derramada
Afável, intocada.
Miúdas doses de inconsequência.
Trago em mim seu calor.
Mistério tênue a se fazer decifrar.
O depois se tornou loucura
No caos do embaraço,
Vida curta para pensar.
Indecência se tornou cura.
Não mais me afundarei,
Nem mergulharei em uma virtude disfarçada de compostura.
