Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza 😉

Mors Amor

Esse negro corcel, cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
Da noite nas fantásticas estradas,

Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?

Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável, mas plácido, no porte,
Vestido de armadura reluzente,

Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz: "Eu sou a morte!"
Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"

Não existe ódio implacável a não ser no amor.

O amor e o ódio são irmãos. Mas o ódio é um irmão bastardo.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Escrever, Bertrand, 2001

Assim como o amor de Deus é raiz de todas as virtudes, assim o amor-próprio é a de todos os vícios.

O amor cede diante dos negócios. Se queres sair / do amor, entra nos negócios: estarás seguro.

Ovídio
OVÍDIO, Os Remédios do Amor

Quem não sente qualquer amor, tem de aprender a lisonjear, senão não se arranja.

O amor retorna sempre ao coração nobre / como o pássaro aos ramos da selva; / a natureza não fez o amor antes do coração nobre, / nem o coração nobre antes do amor.

O amor agrada mais que o casamento, pelo mesmo motivo que os romances divertem mais que a História.

O ódio não cessa com o ódio em tempo algum, o ódio cessa com o amor: esta é a lei eterna.

A gente sabe que o amor existe graças aos crimes passionais que a imprensa regista diariamente.

Somente através do amor o homem se pode libertar de si mesmo.

No amor, mais vale a caça do que a presa.

Não há baliza racional para as belas, nem para as horrorosas ilusões, quando o amor as inventa.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Amor de Perdição, 1862

Um verdadeiro amor é segunda inocência.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Coração, Cabeça e Estômago, 1862

O amor é o romance do coração: a sua história é o prazer.

Há mulheres com quem fazemos amor, outras com quem falamos.

O nosso amor-próprio é muitas vezes contrário aos nossos interesses.

O amor deve considerar-se como um grande poema, cujo primeiro canto é o casamento.

De que pode servir ter lido três mil livros,/Quando já velho se é indigno do amor do povo?

O último amor que desampara o homem é o combinado com o orgulho.