Ilusão Imbecil
MENTIRA
Acreditei em ti, poética, no emocional
Verso, foi assim, que me vi com ilusão
Cevando dentro de mim algo especial
O amor singelo e ledo, na composição
Pensei ter alcançado então, um final
Enredo, cheio de alegria, de emoção
Tão desejado, e, tão transcendental
Num soneto com sentido e sensação
Tudo em vão, mentiste, burlou tudo
Disfarçou cada detalhe do conteúdo
Deixando túrbido poetizar que delira
Ah! a ode de paixão que tanto ansiei
E o sentimento que contigo poetizei
Acabou, afinal, sendo uma mentira!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08 maio, 2024, 13’18” – Araguari, MG
CIRCUNSTÂNCIA
Nas horas de saudade ou daquele vazio
a poesia a poetizar, bem junto da ilusão
às vezes continua, abstrata, a sensação
suspirando e, o sentimento com arrepio
O tempo vai, vai o tempo, anoitece o dia
reflito, penso e, ao fim, a falante solidão
colocando a confiança numa escuridão
e a cursar excessiva nesta dolorosa via
O silêncio toma conta de todo o sentido
recaio num torpor, o olhar mais perdido
e o tormento adentra aflitivo no coração
Sopra a esperança, a emoção traz fulgor
dentro deste vão, há inspiração e amor
uma é arte o outro a mais pura emoção.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/11/2024, 17’36” – Araguari, MG
Pranto e sorriso (fado)
No pranto da alma um sorriso
De ilusão. Pesar não, encanto
Pois, haver a crença é preciso
Toda a doçura do amor, tanto!
Se bem, a risada é um paraíso
Cheio de cor, de cheiro e canto
Entanto, na dor chorar é inciso
Aliviando o coração, conquanto,
Nem sempre, a regra é a hora
Portanto, tenha o querer afora
Da renúncia, te soltes da tolice
Tem muito mais, creia, confie
E, com a satisfação... contagie!
Pois, o tempo traz já a velhice!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 janeiro, 2024, 12’12” – Araguari, MG
CONSTRUÇÃO
Dentre tudo eleito, põe-se o devaneio:
Ilusão por ilusão, embora tão recatada
No sentimento só sensação é traçada
Criando uma etérea emoção sem freio
Dentre tudo eleito, põe-se o anseio:
Forte, sussurrante, a ventura alada
Da alma, querendo ser apaixonada
Opondo a pluralidade, forte gorjeio!
E a poética é um versejar ondeado
Variado, tão cheio de rima por rima
Loucura, mas que traz a pura razão
Sobranceiro ao acaso, o amor estima
Lima, fazendo do coração enamorado
Numa terna e embaraçosa construção.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 janeiro, 2024, 18’28” – Araguari, MG
FRAQUEZA (soneto)
Se de novo à minha porta bater a ilusão
sorrateira, repetitiva, para o meu amor
hei de dizer-lhe toda a minha decepção
e o meu furor, como um gládio vingador
Já não instiga o fascínio da imaginação
cândida, pois outrora, sagaz foi a dor
dilacerante, fatiando a minha emoção
agora letarga, tal uma desfalecida flor
Mas, ai! há sussurro leve pela janela
d’alma, suspirando que nunca é tarde
pávido, enfrento-a, isto tudo é balela!
Oscilo... Vacilo... E sôfrego... perdido,
afrouxo ao coração como um covarde.
Pois amor pro amar nunca é esquecido.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 abril, 2025, 17’34” – Araguari, MG
Caminho Além da Ilusão
Certa manhã, à beira de um rio nas montanhas, uma jovem encontrou o velho mestre que recolhia água com seu discípulo.
Ela fez uma reverência e disse em voz baixa:
— Mestre, há muitos dias venho ao templo. Meu coração se voltou para seu discípulo. Desejo ser vista por ele. Como posso me aproximar?
O mestre encheu o balde antes de responder:
— Para ser vista por quem caminha, é preciso caminhar. Quando o coração está apegado ao fruto, não percebe a árvore que o sustenta.
A jovem hesitou, depois perguntou:
— Então, se eu seguir seu caminho, ele me amará?
O mestre olhou para a correnteza e disse:
— Quando seus passos estiverem no mesmo lugar que os dele, talvez já não deseje mais o que hoje deseja.
Ela se calou. E ficou.
No início, permaneceu no templo acreditando que, ao purificar-se, poderia conquistar seu coração.
Os dias tornaram-se meses. Os meses, estações. A jovem passou a servir no templo, a ouvir os ensinamentos, a observar em silêncio. Meditava ao amanhecer. Foi sendo transformada pelo próprio caminho.
Certa manhã, voltou ao mesmo rio. Lá estava o jovem monge, recolhendo água. Ele a viu, sorriu com gentileza. Ela apenas inclinou a cabeça em respeito — e seguiu andando.
Naquela noite, procurou o mestre e falou com voz serena:
— Mestre… por muito tempo acreditei que amava aquele que caminhava ao seu lado. Mas hoje entendo: eu queria tirá-lo do caminho, como quem colhe uma flor por achá-la bela demais para deixá-la onde está.
— Meu desejo era o do ego: guardar para mim aquilo que brilhava, temendo que outros vissem. Confundi amor com posse, presença com pertencimento. Queria segurá-lo como quem arranca uma flor da terra, sem perceber que, longe do seu solo, ela murcha e morre.
— Hoje, basta-me vê-lo florescer.
O mestre assentiu com os olhos fechados e respondeu:
— Quando o ego silencia, o coração vê com mais clareza. E já não deseja tocar o que pode apenas contemplar.
O amor é uma ilusão cuja definição sempre é modificada conforme a época de experiência do romancista.
A ilusão do tempo
No futuro não existe passado,
mas no passado está o futuro.
E na junção de ambos temos
o presente- que no tempo
não existe- é sempre um pé no
passado e outro no futuro.
O presente é uma impossibilidade
atemporal, mas é nele que vivemos.
Nem tudo é ilusão e nem tudo é verídico. Sempre há uma razão para acreditar. Seja na ótica de um ou de outro, sempre haverá verdade incrustada nos olhos de quem a vê.
"Traições sexuais
não me derrubam.
Me derrubam àquelas
que me tiram a ilusão."
☆Haredita Angel-17.07.16
Um sonho chamado Débora!
Débora, uma abelhinha sem ferrão.
Doce mel, doce ilusão.
Uma feiticeira, caprichosa e faceira.
Um amor sincero que abeira meu coração.
(Haredita Angel - 11.07.1998)
"A ilusão da alegria carnavalesca, coberta de confetes e serpentinas, nos leva ao altar das ilusões, onde o troféu conquistado, é o ritmo acelerado da falsa folia"
Onde as cortinas da ilusão se erguem, sussurros de sabedoria sugerem que a verdadeira jornada se desenrola na introspecção, não nos cenários efêmeros da matéria. Encarcerados nas correntes da busca incessante pelo tangível, negligenciamos o tesouro oculto na exploração do nosso interior.
A sutileza das entrelinhas revela que, ao nos tornarmos alheios aos ditames da ilusão externa, encontramos a liberdade nas paisagens do eu interior. A verdadeira riqueza emerge quando nos tornamos senhores do nosso próprio reino, desvendando os mistérios que residem nas profundezas da alma.
No labirinto da existência, a busca do equilíbrio é o fio de Ariadne, guiando-nos por entre os desafios do mundo externo e as maravilhas internas. Erguer o olhar para dentro é descobrir a essência que transcende as miragens do efêmero, rejeitando as correntes que nos acorrentam a uma realidade ilusória.
A decepção vem de quem você confia;
A frustração vem daquilo que você acredita;
A ilusão vem de quem se espera;
A insatisfação vem quando criamos expectativa;
A aflição vem daquilo que nos angustia.
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