Humildade e Simplicidade
O sorriso é a arma mais destruidora da inveja. Não porque a destrói, mas porque a alimenta e quem dela vive sucumbe!
Douglas Melo
A história relaciona homens que foram verdadeiramente grandes, não por seu tamanho físico, mas pela sua imensa inteligência, pelo seu caráter, ética e a dignidade. Homens que se notabilizaram pelo incrível dom de comandar, administrar e liderar, sem perder a humildade e o jeito simples de ser
Procurava uma sombra para encostar meu carro. Vi um comércio e pensei em comprar algo para comer, uma água, qualquer coisa...já se ia metade da tarde e o sol estava inclemente; não havia parado para almoçar na ânsia de chegar em casa antes que a noite me alcançasse. Foi quando as vi...duas senhorinhas sentadas lado a lado sob a sombra de uma árvore raquítica e judiada. Em silêncio, olhavam fixo para o nada...esqueci minha fome e minha sede, fiquei observando e meu peito se encheu de uma ternura sem tamanho; quando dei por mim, já havia caminhado até elas e puxava conversa com a dona Rita e a dona Maria, que são irmãs e moram com mais cinco pessoas em uma casinha bem pequena, simples mesmo, mas toda limpinha e bem cuidada...sim, fui convidada a entrar para conhecer o seu Constâncio, marido da dona Maria, que está acamado por ter sido atropelado à alguns dias mas há de ficar bom. Naqueles poucos minutos em que lá fiquei, apareceu uma moça da vila, a Benaria, só para lembrar que era hora dele tomar seus remédios...bondade, amizade desinteressada, humanidade, educação, carinho e bem querer...estava tudo ali, naquele cantinho do mundo...
Me despedi, agradeci pela atenção recebida, desejei do fundo do meu coração que seu Constâncio se recupere logo...já estava voltando para o carro quando parei e perguntei à dna. Maria se ela tinha algum sonho na vida, ao que ela responde: "Minha abençoada, a gente só tá vivo porque sonha..." e me deu um lindo sorriso...Mas são os olhos, são eles que falam tudo que a boca cala e da alma transborda...
Falso poeta
Eu amo cada parte de ti. A parte do nós, onde se encaixa a melhor parte de mim, você. O orvalho da manhã, límpido como o brilho dos teus olhos. O toque da pétala, macio como os teus lábios, doce como tuas palavras ao dizer que me ama. Romântico, como a carruagem que te traz, te traz para o meu coração de carpinteiro. Sem posses. Sem sofisticação. Simples como um amor, como o amor que te dedico.
Tenho andado confuso, inspirado em Walt Whitman, inspirado em tua vida, percebo que qualquer poema, texto, manifestação, é brutalmente assassinada ao sair da minha boca, pois nada é alto como você, nada é tão simples que explique essa complexidade. O mais perto que chego, é dizendo que se eu fosse o AMAR, você seria o AMOR. Se eu fosse o medo, você seria a paixão. Se eu fosse o velho, você seria a idade. Se eu fosse a casa, você seria a família. Se eu fosse o pai, você seria a mãe. Se eu fosse as nuvens, você seria o céu. Se eu fosse Tales de Mileto, você seria a filosofia. Se eu fosse a vida, você seria o motivo. Se eu fosse a morte, você seria a vida. Se eu fosse o coração, você seria as batidas. Se eu fosse o erro, você seria a perfeição. Se eu fosse ingênuo, você seria a malandragem. Se eu fosse budista, você seria meu templo. Se eu fosse ignorante, você seria a cultura. Se eu fosse o livro, você seria a leitora. Se eu fosse o relógio, você seria o tempo. Se eu fosse escolha, você seria a minha. Se eu fosse amar pelos anos, amaria, ou melhor, amarei você.
Dona – fia
Eu conheci hoje a avó de um amigo, mulher e pessoa incrível,
mora em uma pequena fazenda, quase nunca vai à cidade,
seu lugar é no campo sendo acordada pelos pássaros.
É Inconfundível com seus óculos grandes já amarelados pelo tempo,
famosos óculos de fundo de garrafa, creio que ela os adquirira antes mesmo
desse nome ter sido atribuído a eles.
Com sua coluna já um pouco torta pelo peso da vida, mulher baixinha, sim!
Em estatura, e imensa em coração.
Conhecê-la foi como se Deus tivesse me permitido ver e tocar no rascunho da humildade, da bondade e da hospitalidade, beleza nobre e peculiar.
Carrega consigo o olhar de um poeta.
É uma verdadeira poetisa, corrijo! Mas seu rascunho é a vida.
E porque é chamada de “Dona – fia”? Bem, porque fora uma moça a vida toda.
Hoje, uma pessoa veio me contar que leu mais dez textos no meu blog retratando os mendigos do Catete, e me perguntou de onde vem essa "obsessão por gente miserável". Não respondi ainda, e acho que farei por aqui, pois já é motivo pra um novo texto. Bom, começou com meu avô, na Vital Brasil, em Niterói. A casa do meu avô fica no pé do escadão do Cavalão, na subida da José Vergueiro da Cruz. Ali, sempre quando eu estava brincando na varanda, me causava pavor e medo uma negra descabelada, bem miserável, que, de 30 em 30 minutos, sofria ataques de caretas e dava tapas na própria cabeça. E ela sempre ficava sentada ali, no meu foco de visão. Para completar o quadro desagradável (eu só tinha 10 anos) ela soltava pelos lábios ventosidades com estrépitos que muitos julgavam escapados pelo cú. Magra, alta, não me lembro muitos detalhes. Só o que me recordo é que era vista falando com as pessoas conhecidas que entravam ou desciam do escadão, sempre no intervalo entre dois ataques que aconteciam de meia em meia hora. Não era raro vê-la passar e se comunicar com meu avô pelo portão, enquanto ele limpava o chão da garagem com uma mangueira. Por duas vezes, presenciei dois ataques, dois surtos, enquanto falava com meu avô. Não me lembro de ter visto qualquer morador da rua rir daquela senhora. Pelo contrário, quando ela dava os ataques, todos sabiam como auxiliar. Eu, morria de medo. Todos a tratavam com respeito pela educação e atitudes que ela tinha, quando no seu estado normal. As outras crianças, que nem eu, bem mais inocentes do que as de hoje, morriam de medo. Certa vez, meu avô, a fim de que eu perdesse o medo, obrigou-me a falar com a tal senhora, quando de passagem num sábado a tarde pelo nosso portão. Não é preciso dizer que flutuei no medo, na expectativa de um dos seus ataques. Perguntou-me o nome, deu-me umas palmadas no rosto, alisou-me os cabelos e, depois, ela mesma, mandou que eu fosse brincar, obviamente para que eu não presenciasse o ataque habitual. Não esperei segunda ordem. Afastei-me e fiquei à distância aguardando o ataque que não tardou. Mas, o encontro, de fato, fez-me perder o medo. Já não corria mais do portão ao vê-la. Aprendi a gostar dela. Lembro, até hoje, quando passou por mim no portão pela primeira vez que eu não corri. Acenou, acenei de volta, e ela seguiu seu caminho; me senti o cara mais sinistro e corajoso da Vital Brasil. Pensei: quem manda nessa merda sou eu. Desde então, sempre quando via sua sombra subindo a ladeira pela janela, já corria pro portão para redobrar minha coragem e fazer, cada vez mais, um contato mais próximo com aquela senhora, o que me deixava cada vez mais "sinistro" dentro do meu fantástico mundo de alessandro como o segurança da rua. Até que um dia ela parou para, de fato, conversarmos. Após 35 segundos (mais ou menos), ela teve um ataque epilético e caiu no chão, na minha frente. Imediatamente, um homem prestou todo auxílio e, quando a situação havia acalmado, percebi que estávamos de mãos dadas ali na calçada, sem mesmo perceber, durante toda a crise, que durou uns dois minutos. Depois que meu nervosismo passou, percebi que o homem que havia prestado o auxílio era o meu avô. Naquele momento, com ela ainda no chão, nos olhamos e, sem precisar falar nada, entendi exatamente tudo o que meu avô queria me ensinar sobre a vida, naquela oportunidade. Enfim, as histórias e experiências que tive com meu avô neste sentido foram muito longas, mas essa lembrança é o início dessa minha "obsessão por gente miserável" rs. Ainda sobre ela, não sei como terminou, pois nunca mais voltei naquela casa depois que meu avô morreu. Mas, se não me deixou a saudade, pelo menos deixou uma grata lembrança, engastada nas imagens daqueles tempos em que as crianças, tanto as do morro, quanto as do asfalto, ao invés de matar e assaltar, tinham medo de velhinhas doentes e miseráveis...
Quanto mais você aprende, mais deve compartilhar porque o conhecimento que você acabou de adquirir, sempre existiu antes de ser revelado a você.
Que tal limpar os dedos antes de apontá-los para alguém? Livre-se da hipocrisia e tema a Deus de coração.
Admiro a sensatez dos sábios. A frieza que usam para subjugar sua própria capacidade em meio ao conjunto social em que coexistem; sua predisposição para a humildade; sua intolerância aos impulsos do ego e aquela capacidade inata de enxergar na complexidade que emana das coisas simples, alegria na vida.
A aventura mais incrível que possa existir é mergulhar dentro de si mesmo e desatar as algemas do egocentrismo.
Pois o amor é a virtude mais bela e positiva do universo. Todos aqueles que conseguiram se desprender da altivez e do orgulho predatório, foram capazes de fluir no maior rio de todos.
O carinho e cuidado são livres!
A alegria é voluntária e espontânea!
Ser verdadeiro é simplesmente ser natural!
A simplicidade é singela e cômoda, sua visita ocasiona e produz o ambiente chamado: Humildade.
"O sucesso é o resultado de muitos fracassos tentados, melhorados e corrigidos. Já o fracasso advém sempre da falta de esperança, no comodismo de acreditar que não consegue lutar para vencer os desafios da vida."
(julho, 2018)
"Aquilo que tenho é bom para mim, portanto, esvaziamo-nos da virtualização de coisas desnecessárias, da virtualidade exagerada do mundo e da nossa ansiedade."
in Búzio do Coração
(agosto, 2018)
"Ninguém é melhor que ninguém.
Não há um coração melhor que outro.
Assim como não há uma mente melhor que outra.
Pode haver é sim um coração coberto com mais lama que outro.
Assim como pode haver uma mente com pensamentos menos saudáveis que outra.
Isto esconde o que somos verdadeiramente.
Portanto, o coração está lá mas é preciso cuidar dele. E a mente, deve ser regada."
Búzio do Coração (dezembro, 2014)
Mensagem do universo
Querido humano, acredito que você nunca caminhou por todas as estradas nessa terra.
E também não mergulhou em todas as partes do oceano.
Muito menos visitou outros planetas não tão distantes da terra.
Como pode ter um ego tão grande?
Como pode pensar que é único no meu vasto e infinito espaço?
Você destrói a casa onde mora e mata sem ter fome.
Briga com aquele que mora ao seu lado e são todos feitos da mesma matéria.
Discutem direitos que já são iguais a todos desde o início.
Vocês são todos terráqueos, mas isso não significa que esse planeta e todo seu.
Aprenda a conviver, vocês nasceram na terra e aqui ficará seu legado.
E talvez quando esse momento chegar, talvez saibam que existe mais vida no universo que poderia contar em sua pequena mente.
COMPETIÇÃO
Não me faça competir
Eu não vou! Me recuso.
Reconheço quem eu sou
Conheço bem o meu lugar
E dentre tantas voltas
Que o mundo dá
Quem é quem?
Quem é o que pra se comparar?
Para! Para que ta feio!
Ninguem É, só está.
Estado é passageiro
Essência sim, É.
Ser sem devaneio
Mas a ilusão é um convite
Atrativo, influente
Pra quem se afasta da natureza
E já não enxerga a beleza
Que tá nas coisas mais simples
Já contemplou o Sol hoje?
(2021)
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