Horizonte
MANHÃ DE INVERNO
Amanhece o dia de inverno, Nasce o sol dourado no horizonte, Antevendo um dia frio e iluminado, Onde o brilho aquece o coração errante.
Os raios tímidos tocam a terra, Despertando a natureza adormecida, Em cada folha, um reflexo de esperança, No ar gelado, a promessa de um novo dia.
O céu se pinta de cores suaves, Um espetáculo de luz e serenidade, E mesmo no frio, há calor na alma, Pois o sol, com seu ouro, traz felicidade.
Roberval Pedro Culpi
Verdadeiramente, não há beleza absoluta, mas a vida nos convida à maestria de recortar o horizonte e contemplar os detalhes que florescem nas oportunidades e na vida.
Assim como o sol que se põe no horizonte, o envelhecer ilumina de forma mais suave, porém intensa, revelando beleza naquilo que já foi vivido.
'MISTURA INVULGAR...'
Não traço acepções olhando para o horizonte,o infinito apaga o sentido, e não se edifico.Delineei quimeras com estrelas e luas pálidas,eis o que me resta: um vulto, uma silhueta oblíqua.Contorço-me em viagens por veredas nunca feitos,rumo ao desconhecido, desfazendo em meu peito sinônimos, anônimo, sem nome, mas, minha trilha prossegue...
A pele é feita de sombras de espectadores,minha voz, o sussurro de antigos labores.Ninguém vê a fractura, o paradoxo visceral, opalco é minha cela, a plateia meu juiz,sou a cortina de amalgama, o gesto teatral.Invulgar como um cometa que caiu e não se extinguiu. Na terra fria e negra, um novo sol fabriquei.Sou mistura de abismo e de voo rasante...
O palco é minha cela, a plateia meu juiz,apresento o sorriso que nunca foi feliz.Cada ato é um naufrágio coreografado com arte,cada aplauso, um epitáfio que me rasga em parte.Sou o contorcionista da própria alma esfacelada,a procura de um centro na rotação desvairada.O desconhecido é meu único lar conhecido...
Anônimo na multitude, um rosto sem moldura,carrego o peso leve de uma existência à toa.Por trás da maquiagem, há um menino assustado,por trás do espetáculo, um silêncio sagrado.E o show precisa seguir, é imperativo e urgente,ainda que o actor principal esteja ausente.
Sempre em cartaz, a peça que não tem roteiro...
Nome raro, flor de estufa, rara írisnavegando em alto mar.Desenhei aspirações com fios de alquitarras,
e delas fiz névoa, labirinto, obelisco.Não sou o que percebem, sou o que não dizem,o vazio que habita no coração da risada. Aprópria procura que se nega na busca...
E assim se desdobra minha existência, entrelaçada,uma moeda de duas faces sempre jogada ao mar.O anônimo esplêndido, a mistura invulgar,a dança solitária que ninguém pode parar.O espetáculo que está sempre, sempre em cartaz,mesmo quando o teatro arde em chamas de paz.E no silêncio final, ecoa o verso: 'mistura invulgar'...
--- Risomar Sírley da Silva ---
"Quando o Sol se avergonha no horizonte, eu sei que a saudade vai recair sobre o meu eu, de novo.
Ela se via como Ouro de Ofir, mas era só uma bijuteria, ouro do tolo.
Quando a vislumbrei, conclui meu hara-kiri, ela não teve dó; teve dor, ela não teve zelo; ela agiu com dolo.
A infância, a juventude, são tão boas, a inocência é tão doce, sinto falta da minha ignorância, sinto falta das vezes em que fui tolo.
Quando se ama, quando se envelhece, percebe-se que até mesmo a ausência de algo pode ser doloroso.
Um cheiro, um beijo, um olhar, uma carícia, aquele 'eu te amo', um corpo.
Quando o amor nasce, floresce em um só peito, em um só coração, é um sentimento natimorto. Recordo-me de nós, das vezes em que tentei, das vezes em que, mesmo sem errar, errei, e só me vem o desgosto.
Paguei, ah sim, mas paguei por todas as iniquidades, pecados desta e de outra existência: já não devo mais nada ao Deus, deixe minh'alma longe de outra vida com ela, Pai, não quero esse martírio, de novo.
Se fui feito para ela, então, me desfaça, Pai, destrua minha existência, me faça rastejar pelos sete infernos, mas não me faça olhar uma outra vez na constelação daquele olhar, o de minh'alma, o poço. Sei que errei, fui parvo, pecador, boêmio, nunca um bom moço.
Mas, mesmo que o Senhor, por sobre os céus, castigasse Lúcifer com o amor incondicional àquela mulher, eu rogaria para que, com o de muitas faces, fosse mais piedoso.
Nem mesmo ele merece o castigo que eu, um mero mortal, experimento dia após dia, um inverno após o outro.
Meu coração sangra ao lembrá-la, sinto meu peito roto.
Eu a escuto em toda voz, toda brisa tem seu cheiro, todo beijo tem o macio dos lábios, eu a vejo em todo rosto.
Disseram-me, certa vez, que eu estava somente apaixonado; era melhor o atestado de insanidade, terem me trancado como um louco.
Ela não ama, Pai, ela é incapaz, e, por amá-la em demasia, torno-me um ser extremamente odioso. Indiferente à dor alheia, se não posso ter o que mais almejo, por que poderia qualquer outro?
É errado, meu Deus, eu sei, mas ela me tornou um ser invejoso.
Percebo que era falácia, dela, cada choro.
E uma vez mais, eu a amaldiçoo.
Eu, que tentei ser o melhor homem que ela poderia ter ao lado, hoje parece que lancei meu espírito ao dos sentimentos, o esgoto.
O Sol parece já estar nascendo, devaneei, uma vez mais, com o copo cheio, até que tu, sobre o céu, me mates, eu hei de sofrer mais um pouco.
Pois, quando o Sol nos sorri no horizonte, eu sei que a saudade vai recair sobre o meu eu, de novo..." - EDSON, Wikney - Memórias de Um Pescador, A Oração do Desesperado
Ninguém enxerga o mesmo
horizonte, porque cada alma
tem a sua sensibilidade
e profundidade no olhar
e no sentir..
Pequeno paraíso
A noite esta linda e aconchegante,
A Lua esta um pouco acima da linha do horizonte,
A beira da praia o mar se mantém calmo,
Nós dois nem percebemos que somos os únicos sentados aqui a cinco metros da água salgada,
Ao lado e com certa distância, as formações rochosas elevadas e revestidas de uma vegetação densa são deslumbrantes, o seu cheiro de mato fresco é perceptível,
A Lua ilumina o mar e as algas estão próximas, parecem perdidas,
Um beijo, um cheiro, um olhar de desejo e satisfação nos damos,
O clima, o encantamento, a simplicidade sendo o toque especial do momento e a beleza do lugar retratando o nosso pequeno pedaço de paraíso.
Esse retrato esta guardado na memoria, a vivencia no coração e a experiência incorporada na alma.
Eu sou um girassol
Você é meu sol.
Todos os dias espero avidamente você surgir do horizonte, me iluminar, me fortalecer.
E eu o sigo em sua direção me mostrando onde devo ir
Mas aí anoitece, você tem que ir embora.
Mas não se preocupe meu amor, eu não fico chateada.
Sei que quando começar a raiar, você vai voltar pra mim. Me iluminar, me fortalecer e me guiar.
Por isso o amo
Por isso giro em seu entorno.
Rabiscos
Entre rabiscos vejo meu mundo fluir
o céu se abrir,
o horizonte surgir.
A escrita me faz sentir viva,
pois assim, posso mostrar ao mundo
meus pensamentos, sentimentos...
Posso fazer do certo, o errado
do meio termo, algo preciso.
Do finito, o infinito
da tristeza, alegria
da decepção, satisfação.
Escrever é sonhar, é amar, viajar...
Ultrapassar barreiras,
viver de emoções
fazer dos personagens vilões.
Mas, é com tristeza que digo, que sinto
que não posso mais esse caminho trilhar.
Quem sabe eu dê um tempo e volte com tudo novamente,
ou talvez eu deixe de lado,
esse meu sonho e enterre de vez essa vontade.
Vontade de ver as pessoas sorrirem,
quando algumas linhas as fazerem usufruírem
de momentos nunca vividos,
Apenas criados por mim nesses escritos desmedidos.
Mas, quem sabe eu continue a divagar
e pequenos versos, irei criar.
Um poema através de um desafio
para um amigo ou talvez para o vazio.
Meu Horizonte
Tudo fica bonito quando está distante,
tal qual qualquer horizonte.
Você chegou tão perto e te vi mais bela do que antes.
Do que quando estava longe.
Foi um susto intrigante, sua beleza provocante.
Engraçado geralmente o que já temos não é mais tão interessante.
Mas você foi se tornando cada vez mais cativante.
O mais belo horizonte, canção mais que emocionante.
A pessoa mais importante.
Sobre o horizonte o fronte
De promessas se faz presente o alvorecer da aurora em face que discorre perante o ácido corrente que feito cachoeira que açoita as pedras devido a sua estadia.
A PASSAGEM DE ISABEL VIEIRA POR BELO HORIZONTE
CRÔNICA
Após retornar ao seminário Escola Bíblica Permanente de Sião (EBPS), da Assembléia de Deus em Belo horizonte – MG, em 1996, depois de um considerável período fora dessa escola e da vontade de Deus, conclui com êxito o curso de Educação Teológica, cuja matrícula havia trancado.
Convidei a mamãe para a minha Colação de Grau no Templo Cede da AD,na região central da capital mineira; que para a minha surpresa confirmou sua presença no evento.
“Mãe é mãe, não é madrasta!”...
Apesar da avançada idade e da distância (1.120 km) mais ou menos - do seu reduto, não mediu esforços e compareceu.
Dias depois, fizemos uma ‘via sacra’ em casas de amigos, numa região em que havia morado; nos bairros São Tomaz, São Bernardo... Oramos pelas pessoas, por onde passávamos:
No Luar da Pampulha a mamãe orou pelo seu José Caitano, acometido de um câncer; depois da oração, Jesus o preparou e levou para sua glória.
Em qualquer prosa que mamãe iniciasse com um descrente, logo falava de Jesus e fazia o apelo: perguntava se a pessoa desejava "aceitar Jesus como Salvador". E, geralmente de bom grado, ela aceitava, com palavras ou gestos afirmativos.
Dona Maria pediu oração para Jakson seu marido, policial civil, que a proibia de freqüentar igrejas evangélicas; há trinta e seis anos, estava privada de fazer isso. Aquele homem era um julgo tirano que oprimia aquela pobre mulher. Em seu coração não tinha espaço para a generosidade, justiça, e nem muito menos para um espírito fraterno.
Depois das orações de mamãe não demorou muito, ela já estava freqüentando a Igreja, glorificando a Deus. – O marido, partira dessa vida para outra e ela saiu do cativeiro; e como Miriam irmã de Moisés, depois da travessia do Mar Vermelho, cantou o cântico de liberdade.
Visitamos algumas viúvas em suas tribulações: Dona Ana... Dona Berenice; que pediu orações para os filhos (Manoel e Juca), dependentes etílico. Comemos salgados fritos feitos na ora, e tomamos café com fumaça saindo na beira da xícara; mamãe se comprometeu de fazer uma campanha de oração pelos seus rapazes.
Com o andar da carruagem... O Juca foi atropelado na porta da sua casa; muito debilitado, não resistindo os ferimentos, faleceu dias depois, num hospital da cidade. Manoel seu irmão, foi liberto do vício da bebida; ficou quinze anos livre do álcool e morreu em decorrência de uma cirrose hepática, ainda numa boa idade.
Fomos bem recepcionados na residência do Seu Edson, meu ex-patrão; como boa maranhense mamãe ensinou dona Maria José sua esposa, a fazer cuscuz de milho; o mineiro conhece muito de pão de queijo e outras iguarias... A janta estava uma delicia!... Com toda a família em volta da mesa.
Ainda abusando da boa vontade e das energias de mamãe, às 19h30 fomos para o melhor lugar do mundo: o templo. Participamos de um belo culto na Assembléia de Deus do Bairro São Bernardo.
De longe, se ouvia os irmãos falando mistérios com Deus. Apressamos os passos. Não queríamos perder um minuto sequer daquela benção.
Bem recebidos na congregação, como usam fazer os santos; após a leitura da Carta de Recomendação que mamãe apresentou, oriunda de sua congregação de origem – em Campos Belos - GO...
O culto transcorria de maneira esplêndida e o Espírito Santo operando grandemente no seio da igreja.
Presenciamos, in loco, um dos cenários de grande beleza na vida da igreja; uma reconciliação entre irmãos, intermediada diretamente pelo Espírito Santo.
Aquilo que o Senhor deseja para seus filhos, e que está registrado nas Escrituras para nós: “Ó quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!...”
Essa reconciliação foi concretizada ou restabelecida à contra gosto de dois jovens integrantes da mocidade da Igreja local - Silas e Carlos. Pois até aquele momento nenhuma manifestação de arrependimento havia acontecido entre eles.
O primeiro era dirigente da mocidade e o segundo cursava o Bacharel em Teologia num seminário da instituição religiosa em que servia.
Por algum motivo qualquer, não se falavam há muito tempo e por causa desse impasse, a Igreja gemia com aquela relação desigual e conflituosa.
“Como poderão andar juntos se ao tiverem de acordo?...”
Deus se mostrava aborrecido, e dava oportunidade a eles para o arrependimento:
Usava os vasos da sua casa, em mensagens proféticas, quanto à necessidade do arrependimento e do perdão entre eles, mas se faziam de surdos.
Não desejavam mesmo fazer às pazes; não queriam conversar nem se fosse para irem para o céu juntos. Vejam caros leitores, a que ponto os dois chegaram!
Então, Deus mesmo tomou uma atitude mais séria com eles: agarrou o Silas pela gravata e o levou à frente de povo; e da mesma forma, fez também com Jeremias.
Do percurso de seus assentos, seguindo pela nave do templo em direção ao santo altar, se derretiam como manteiga no fogo.
Perdoaram-se e ficaram abraçados chorando,chorando,chorando... Por mais ou menos vinte minutos. E a irmandade em pé, chorando também. Houve profecias, e a igreja, em peso, glorificava muito, a Deus.
A alegria naquele instante foi tão grande que ia da Terra ao céu!... E os mensageiros de Deus fizeram a festa.
E via-se renovo espiritual, por todos os lados; não somente dos jovens mencionados nesta narrativa, mas também de toda a congregação. Foi um culto maravilhoso e inesquecível, aquele!
Alguns irmãos, com dons de visão, viram anjos celestiais trabalhando naquela operação divina.
Naquele culto abençoado e histórico o inimigo mais uma vez foi grandemente derrotado. Louvado seja Deus!
Dormimos na casa de Raul e de Dona Luzia, casal não evangélicos, mas abençoados; ao qual tenho muito apreço e que, nos acolheu maravilhosamente bem, naquela noite!
(14.02.16).
50 passos até a água
O horizonte cinza
A areia quente, não afeta
O vento forte, desequilibra
As ondas lambem os pés
Os joelhos, coxas e abdômen
Cada passo, uma viagem, vertigem
A profundidade me deseja
E a venero
Sob a superfície, caminho
Bolhas saem da boca
O pulmão se enche d'água
Os olhos, lacrimejam
E nada se vê
Nada se sente
E a profundidade me deseja
O breu, se torna luz
O abissal cria seu próprio sol
E nele, acredita
Apenas é
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