Homens Desconfiados

É curioso observar que quase todos os homens que valem muito têm maneiras simples, e que quase sempre as maneiras simples são vistas como indício de pouco valor.

Para se ter alguma autoridade sobre os homens, é preciso distinguir-se deles. É por isso que os magistrados e os padres têm gorros quadrados.

Os homens são feitos um para o outro: instrui-os, ou então, suporta-os.

É a ambição de possuir, mais do que qualquer outra coisa, que impede os homens de viverem de uma maneira livre e nobre.

Os homens que se tornam arrogantes com o sucesso têm o mau hábito de odiarem aqueles a quem ofenderam.

Os homens preferem geralmente o engano, que os tranquiliza, à incerteza, que os incomoda.

Todos os homens são idólatras, uns da honra, outros do interesse e a maior parte do prazer.

É aos escravos, e não aos homens livres, que se dá um prêmio para os recompensar por se terem comportado bem.

Os homens são animais muito estranhos: uma mistura do nervosismo de um cavalo, da teimosia de uma mula e da malícia de um camelo.

Não há mulheres perigosas, há apenas homens fracos.

Os maus só têm cúmplices; os libertinos têm sócios de devassidão; o comum dos homens ociosos tem relações. Os homens virtuosos têm amigos.

A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento.

A arte, um dos grandes valores da vida, deve ensinar aos homens: humildade, tolerância, sabedoria e magnanimidade.

Todos os homens sonham: mas não do mesmo jeito. Aqueles que sonham de noite nos recessos empoeirados de suas mentes acordam no dia seguinte para descobrir que seus sonhos eram vaidades: mas aqueles que sonham de dia são homens perigosos, pois podem atuar em seus sonhos com os olhos abertos para torná-los realidade.

Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.

Numa vida média de 50 anos, 80 a 100 dias são empregados pelos homens só no ato de fazer a barba. Ignora-se o que as mulheres fazem com esse tempo.

Observei que o carácter de quase todos os homens parece particularmente adaptado a uma certa idade da vida, de modo que nela se apresenta da forma mais proveitosa. Alguns são jovens amáveis, e depois isso passa, outros, homens enérgicos e activos, dos quais a idade rouba todos os valores. Muitos apresentam-se mais favoravelmente na velhice, quando são mais indulgentes por serem mais experientes e serenos.

Todos os homens são passíveis de errar; e a maior parte deles é, em muitos aspectos, por paixão ou interesse tentada a fazê-lo.

Andar por terras distantes e conversar com diversas pessoas torna os homens ponderados.

O exemplo é a escola da humanidade e só nela os homens poderão aprender.