Homem e Igual Lata uma Chuta a outra Cata
Diz o poeta que o “tempo é a maior riqueza de que o homem pode dispor ao longo de toda a sua vida”, portanto, há que se pensar que, todo ser que possui existência física e material, na sempre árdua tentativa de celebrar com eficiência e plenitude a possibilidade finita e condicionada de existir que lhe é conferida a partir do momento do seu nascimento ou concepção, deve, em algum momento, num exercício auto-reflexivo, delinear os aspectos que possa considerar como sendo aqueles os de maior importância enquanto indivíduo, ou seja, a lógica ou dinâmica funcional a partir da qual pretende reproduzir o seu modo de vida e, tendo definido esses aspectos, planejá-los de modo que as perdas temporais ocorram de maneiras irrisórias, diminutas.
O binômio do curto e longo prazos, inerente à qualquer espécie de análise reflexiva que se pretenda ensejar sobre o assunto tempo é, sem dúvida, aquilo que define e torna as escolhas e decisões de nossas vidas difíceis. Fossemos todos nós imortais ou mesmo o tempo passível de retroação, o peso de nossas escolhas equivocadas poderiam recair sobre nosso futuro de maneira menos destrutiva, já que teríamos sempre como voltar atrás em relação às nossas atitudes e optar por seguir novos caminhos. Contudo, a nossa finitude biológica e o caráter irrevogável do tempo exigem a definição correta do que pretendemos ser, fazer, enquanto vivos.
O desejo aparentemente irresponsável pela celebração irrestrita do presente parece irromper e destruir a figura imaginada do amanhã seguro, assim como algumas expectativas e premissas avarentas e absurdas acerca do futuro podem depreciar sensivelmente a qualidade das experiências e aspirações às quais, eventualmente, podemos ser expostos no presente; grosso modo, parece convencer a máxima de que tudo o que for bastante será triste, pois do exercício excessivo das virtudes criar-se-á o indesejado vício.
Difícil se torna sempre decidir, porque a paixão humana nem sempre é instrumento óptico confiável, mas irresoluto, já que o mundo e a vida giram a partir do eixo das incertezas temporais e existenciais, o que faz com que a realidade muitas vezes admita um caráter confuso e distorcido. Num mundo de concepções puramente capitalistas, mais do que nunca, existem aqueles que não titubeiam ao se entregar aos mais diversos prazeres do consumo fomentado pelo bombardeio das mídias, desprovidos de qualquer preocupação em relação ao que há-de vir, o que se contrapõe ao comportamento rígido e à “disciplina espartana” ou “puritana” daqueles que fecham à apreciação de alguns valores com autocontrole e zelo excessivos, o que pode, com o passar dos anos, simplesmente consistir em frustração e arrependimento pela falta de explendor do que não se sentiu.
É coerente dizer que aquele que suplanta o seu próprio hoje, não está incutindo de enormes garantias o seu amanhã; contrariamente, o submete a elevado risco. Porque a vida não obedece simplesmente à razão de nossas necessidades e metas, trata-se de uma complexa função matemática com milhares de variáveis atuantes em níveis distintos.
Deve-se entender que “rico não é o ser que coleciona e que se pesa um amontoado de moedas, nem o tolo devasso que estende suas mãos e braços em terras largas, as quais não consegue, sequer, abraçar. Rico é o ser que aprendeu piedoso e humilde a conviver com o tempo, entendendo a vertente do seu curso”.
A consciência sobre a passagem do tempo pesa e, por isso, numa ação contra a loucura, o homem deve, de tempos em tempos, aliviar suas tensões e o cansaço em relação ao mundo, sem que, para isso, abandone ou deseje abolir por completo a consciência da chegada do futuro numa espécie de obtusão interminável. É fato que aquele que se entrega de maneira exorbitante e impensada aos costumes da despoupança, cria condições de insustentabilidade do seu próprio modo de vida pela escassez dos recursos em outrora não auferidos e não garante o seu futuro e nem seu presente, ou seja, despotencializa sua subsistência até mesmo na esfera do curto prazo (portanto, seria sábio supor essa equivocada rotina autofágica como sendo de deleitação do hoje, posto que, quando se entrega aos devaneios, também o corpo perde, se desfaz?). Um dia a conta chega. Nobre o começo, amargo o fim.
Tempo é tempo e dinheiro é dinheiro, nada mais do que isso. Não há tempo que se consiga comprar ou poupar, fazendo estoques.
Pautado em escolhas inteligentes o Homem deve direcionar a sua vida no sentido de buscar o equilíbrio entre as suas necessidades de poupança e de utilização, satisfação, vislumbrando um alcance maior de tempo, da vida. Para isto, não deve se desesperar, fazer grandes alardes, morrer de preocupações, pois quando mais nos aproximamos das formalidades excessivas e imperdoáveis, mais nos distanciamos daquilo pelo que realmente pede a alma – o espelho que reflete quem realmente somos! - a qual se vê sorrindo, se do esquecimento do tempo, das horas, quando em companhia de quem amamos, no lazer, no exercício de nossas paixões etc. Celebremos a vida e o amor. Na hora certa, esqueçamos os compromissos. A imortalidade não nos fora conferida. É mister paciência na tentativa de encontrar o ponto de equilíbrio da vida, chegando a um gradiente adequado de quantidade e grau de nossas inalienáveis aspirações. Vivamos um dia, a cada dia. “Quem souber com acerto a medida de vagar ou de espera que se deve pôr nas coisas, não corre nunca o risco, ao buscar por elas, de defrontar-se com o que não há. Só a justa medida do tempo dá a justa natureza das coisas”.
As vezes sinto vontade de não existir como homem, pelo simples fato de não sabermos entregar aquilo que nao nos pertence, imagine só se hoje pudessemos dizer com toda convicção, que, de nada somos merecedores. O dom da graça dado a nós imerecivelmente, como se nao bastasse ainda somos capazes de dizer que somos seres superiores pelo que fazemos, quando na verdade nossa superioridade, esta, foi concedida pelo nosso Criador. Reflita!
Somos enganados pelo que vemos, ignorantes por nao "ouvir", e "burros" por nao fazer o que é certo.
Há coisas que nao voltam atrás, como um disparo fatal de palavras vindas de um homem que por se achar superior, quer quebrar as regras e retroceder uma flecha lancada, uma palavra dita ou, uma oportunidade perdida.
Dependência
Morena chega junto deste homem.
Vem escutar o seu coração.
Ele chora baixinho chamando pelo teu nome.
É um coração triste que vive amargurado por estar paixão.
Vem morena acalentar este coitado.
Ele já não vive. Suspira pelo teu amor.
Vem morena socorrer este coração complicado.
Traz carinho e conforto para ele que só sabe o que é dor.
Morena ele já não sabe o que fazer.
Vem morena este homem precisa de alegria.
E você é a razão do seu viver.
Vem morena ele sonha contigo noite e dia.
E o mundo todo ele te daria.
Você sabe muito bem que ele te ama pra valer.
Ele te falou olhando nos olhos o que o mundo já sabia.
Vem morena acabar com este sofrer.
Naquela noite ele falou a verdade.
Morena você sorriu e ouviu calada.
Um homem que a você falou de lealdade.
Na manha seguinte ele não te exigiu nada
A religião, a sociedade, a natureza: tais são as lutas do homem. Estas três lutas são ao mesmo tempo as suas três necessidades: precisa crer, daí o tempo; precisa criar, daí a cidade; precisa viver, daí a charrua e o navio. Mas há três guerras nestas três soluções. Sai de todas a misteriosa dificuldade da vida. O homem tem de lutar com o obstáculo sob a forma superstição, sob a forma preconceito e sob a forma elemento. Tríplice ananke pesa sobre nós, o ananke dos dogmas, o ananke das leis, o ananke das coisas. A estas três fatalidades que envolvem o homem, junta-se a fatalidade interior, o anake supremo, o coração humano.
Sento na areia e fico olhando o imenso mar,
e fico a pensar...
....com tanto homem no mundo só consigo te amar..
Eu sou como Jean Valgean
Eu sou um homem comum
com meus problemas comuns,
com hora marcada para tudo,
com cartão de crédito estourado,
com aluguel para pagar,
e prestação do carro pra vencer...
com carnê, IPVA, IPTU pra pagar.
Eu sou um homem comum,
com minhas crises de existência,
com minha constante sonolência,
com meus medos e meus segredos
prestes a se desvendarem.
Eu sou um homem arredio
com a minha falta de mim,
um homem sem crença, que crê,
descrente pela situação
contínua da nossa vida,
assalariado, mal pago, asmático
com falta de ar até pra respirar...
um homem que não sabe mais
o que fazer nem desfazer;
um homem que não gosta de sapos
mas que engole vários,
que não sabe dizer mas diz
cobras e lagartos dos politicos
e pseudolideres desta nação.
Um homem que talvez não seja mais
capaz de digerir o alimento
que lhe empurram garganta abaixo,
mas que necessita se alimentar
para poder sobreviver...
eu me sinto como Jean Valgean,
um miserável atribulado
por uma situção indesejável,
um ladrão sem escrupulos,
um Robin Hood do pão...
Pago as minhas dividas com fé,
suor e contradição, creio,
acredito na ressurreição
do homem bom que me habita,
que me faz sentir-se vivo
e esperançoso em meio ao caos.
Tenho medo, como todo homem,
de sair as ruas e ser atropelado,
de não poder voltar pra casa...
tenho medo dos meninos nos faróis,
dos mendigos pelas praças,
dos bebados e dos equilibristas,
adormecidos pelas calçadas;
tenho medo que algum deles possa ser
um de meus irmãos e irmãs..
eu, como Jean Valgean, não hesito,
não hesitaria em pegar um pão,
mas prefiro pensar que não,
que não há necessidade de roubar,
quando se pode trabalhar,
amar ao próximo e se doar
com tamanha e total satisfação,
que não é preciso tirar de ninguém
o direito à educação, o respeito,
a justiça, o dever de cidadão.
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