Hoje a Felicidade Bate em minha Porta
Me acompanham lembranças somente,
De momentos ímpares da minha vida...
Bebo um gole do vinho quente,
E me dou conta, sempre vale ser vivida...
Sem nenhum tipo de pressa,
Como se o mundo nunca fosse se acabar...
Fica aqui registrada a minha promessa,
Nunca vou deixar de te amar...
simbionte;
enterrado sob minha pele,
reside uma inquietude,
e sobre ela, mora você.
escondida dentro de mim,
me coçando para te tirar,
rasgar minha pele,
deixar sair.
se alimente de mim:
da fuligem em meus pulmões,
do eco de quem fui,
daquilo que ainda há de pulsar
em meu peito.
e mesmo sentindo você rastejar,
quero que fique.
minha companhia
desagradável.
então, devore aquilo que ainda bate,
sorva-se do meu silêncio,
engula meus sonhos,
coma as migalhas da minha felicidade.
simbiotismo parasitário:
andando em círculos,
consumindo pedaços de mim,
já sem lembrança de forma,
sem saber existir sem órgãos,
sem ti.
mergulhe nas profundezas de minhas entranhas,
e ao devorar o que fui,
refaça-me à tua imagem,
para que eu, ao menos, sobreviva.
e ao fim,
quando eu não for mais que casca,
quando nem vísceras restarem,
que sobre apenas
o eco de tua fome.
noite negra;
a lua me trazia amor, conexão.
marcado em minha pele, como você em minha mente.
depois me trouxe tristeza, melancolia.
marcado em minha pele, como você em minha dor.
hoje não me trouxe nada.
marcado em minha pele, como você em meu passado.
minha lua foi embora assim como você.
Minha necessidade de ser sempre visto todo dia me sufoca
Minha prioridade de ser aplaudido é o que mais me sabota
Paliativo
Peça-me , ao brilhar com seus passos na minha direção, conturbe minha mente
Inundando , isso ou aquilo de emoção.
Quente , frio , bom ruim eu já nem sei .
Fui levada pela emoção , traída pelo meu pobre coração....
Que castigo, que castigo tão somente eu nessa ilusão.
Fiz morada no suspiro, balanceiro sonhar .
Quem és tu , querida , quem és a me indagar.
Violei-me
As palavras são cuspidas da minha boca
Vagarosamente, empurradas para fora
Jorradas como rio em forte correnteza
Destilando da garganta pela língua.
Em um engasgar seco eu repeti
Estou dissipada, navegou no meu sangue
Me encabulou zombando de mim
Jogo na mesa quem da as cartas?
Suspense , mistério não tão mistério assim
Envergonhado pior de todos os golpes baixos ,
Essa piada o amor .
Te venero
Tempestade, furacão de sentimentos mútuos
Dilacerou meu coração , arremessando
Minha alma nesse mar de paixão
Chovia em mim e molhava minha boca
Desejando , minha pele e meus beijos quentes
Escorria pelo meu corpo com a boca
Sentia meu cheiro , eu sentia seu
Você me chamava , eu te ouvia
Te seguia , eu tinha sede de você
Queria beber te como vinho
Queria sugar te como mel em meus dedos
Queria deslizar minha língua e sentir
Cada gosto seu
Não é da carne , e do desejo é do beijo
Seu seu cheiro
Seus beijos seu delírio por mim
Minha , sua ,sua suspira geme
Pra mim
Bebe da minha boca
Nosso fogo e desejo
Eu louca por te
Sintonia
Senti medo ,quando seu corpo tocou o meu
Sentir que entrava na minha carne
Tive medo de não conseguir sair
Fiquei tão presa , na maciez da sua boca.
Que me esqueci , me perdi
Todo meu amor
Todo meu carinho e atenção ,
Flamejante, como o ardo .
Daquele chocolate aquele , aquele
Pimenta , finalmente, quanta memória
Não concluída , quanto prazer desejo adiado
Sua pele , tom de romã , ou maçã , canela isso .
Seu cheiro que embebeda meus pensamentos , mas como se é pra sentir
Sim me embebeda , entra pelos meus pulmões
E derrepente , estagnada perplexa do seu poder .
Macio quente , doce forte
Molhava minha boca
E eu quase implorava
Me beija .
Minha licença poética
Meu delírio eminente
Vislumbre da poesia perfeita
Minha cereja negra .
"Refletida "
Minha pele e corpo
Reporta o espelho de mim
Nem o mais profundo dos oceanos
Poderiam explicar o que minha alma grita
Você pode ouvir
Você consegui ouvir
O grito da sua alma
Você consegue entender o que está pedindo
Com o passar do tempo
Eu entendi , percebi
Que nada que façamos
Saciara o ego de uma alma atormentada
Você pode ouvir ,
Consegui ouvir os suspiros
Os gemidos
Se sim olha pra se
Enquanto ela grita
"Socorro, socorro"
"Toque"
Por cá dentro dos seus olhos
Façam jus a minha frenética ausência
Por lá a minha indignidade e decência
Vertentes impuras , saltitam
Gritantes, elevadas borbulham
O peso do beijo medido na balança
O acinte , indevido daquela chama
O grunhido descontente
De uma voz gemido desconcertante
Vez ou outra pelos meus ouvidos
Passam por mim
Destilam pelo suaves dedos e relevos
Alvoroço , o brilho escandaloso
Derrepente ego despido
Cheirava a folha de alecrim
Minha Religião.
Gosto da arquitetura da Igreja Católica, do toque e da comida da religião afrodescendente, da conversa com os espíritos no espiritismo e das ações e ideias do budismo.
Tornei-me grato à minha ansiedade, porque eu soube usá-la a meu favor para correr atrás do tempo que perdi com futilidades.
Minha filha e o verdadeiro sentido de ser pai, não pela obviedade, pois essa condição afetiva é muito mais que plantar a semente, mas disposição emocional eterna e visceral de amor presente. Amo-te filha!
A minha versão
A minha versão que vale a pena não é aquela que te apraz
Eu não sou feito de puro equilíbrio
Essa minha versão chora todas as noites
A minha versão que vale a pena é o avesso da minha impressão carnal
Está tudo aqui dentro, na flor da pele não transpassa nada do meu submundo interior
Eu não concebo poemas com a minha versão rude, nem digo que te amo
Mas minha versão interior grita como um leão selvagem e só diz:
“te amo, te amo, te amo...” Essa voz que vem lá de dentro ecoa dessa forma.
Eu choro sim, mas não se preocupe, nem tudo em minha vida são lágrimas
Às vezes choro por prazer, choro de saudade, de emoção, de êxtase
Até esses versinhos simplórios são uma forma de chorar pra mim.
E essa minha versão é inacessível.
A minha versão louco, embasbacado, apaixonado pela Vida mas de pouco verbo
É a versão mais fácil de ver. Mas é uma versão feia. Eu gosto mais de ser bonito
Assim como eu sou por dentro. Portanto não me julgue pelo o que eu sou por fora
Eu só sou o que sou por dentro graças ao que toco por fora
E fora dos limites do meu corpo bate um coração que não é meu
Faz parte do que sou por dentro e amo por fora
Essa é a minha melhor versão, a que te venera e te contempla
A que te bebe no escuro, apalpa no claro e sente falta a todo momento
A que te lê nas entrelinhas.
A que atravessa à nado essa sua paz vermelha
Se pendura firme nos teus fios rubros de cabelo
Morre no incêndio que é teu olhar.
Minha versão débil não se parece em nada com o cara da propaganda de toalhas que você adora
Nem tem os mesmos atributos dos príncipes tal qual previu Walt Disney
Essa versão morre a cada dia em que subsiste, não quero que olhe pra ela.
Minha versão canalha, é a versão que espera que tudo venha daí
Mas que arquiteta o que há de vir e sonha desse lado
Sonha contigo a todo momento
Quero a sua versão comigo.
Aleksandro Silva
Vejo o horizonte pela minha janela
Na frente tem apartamento e atrás favela
Não fui criado mas me sinto parte dela
A humildade sempre esteve nas vielas