História de Passarinho
Dulce, rio...
Naquele espaço de tempo- entre o entardecer e o anoitecer, contemplar o cenário era uma dádiva e a espera, um presente.
Enquanto aguardava o meu transporte para o isolamento, minha distração era observar o choque entre as águas cristalinas do mar e as águas turvas do rio imponente...divaguei naquela lição contemplativa.
As forças das águas somaram-se numa correnteza que era de fazer qualquer peixe perder o rumo...por alguns instantes, pensei o que levava um peixe, com a abundância do mar, se deixar levar pela pureza daquele rio. Seria o conforto da temperatura ¿ o embalar das marolas de sua bacia¿ seria ele um desbravador cansado do tempero de seu ambiente, procurando um horizonte mais doce¿
Já a caminho do meu destino, me deparo com o massacre de alguns peixes, corajosos ou perdidos, bravos até a morte...nadaram, incansáveis, para seus rumos trágicos...
Alguns, falou-me o guia, conseguem chegar ao rio e ainda viver num ponto aonde o rio não é rio, nem o mar o mar...
A natureza me confortou com a delicadeza daquele fragmento...pois eu, passarinho, me via tão peixe como aquele que busca águas menos salinas, menos revoltas... águas de temperaturas mais amenas...
Enfim cheguei, sem destino. Se o peixe encontrou sua bonança, ei de voar.
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Rio Dulce, en mi Guatemala querida.
Aqui é o reduto
Apenas o ninho
Do meu esqueleto escasso.
Porém, minha alma é mais
Ela é um passarinho voando livre
Voando no espaço, saltando de rosa em rosa.
Mesmo tendo nascido chorando quero uma vida de sorriso e de liberdade, sempre voando como o passarinho que sou.
Dois cravos vermelhos na minha janela mancham o prateado do alumínio.
Ai! Que burro ... dei agora para escrever tudo trocado!
quis dizer que
O alumínio prateado da janela, mancham os dois cravos vermelhos
ele é frio, e os dois estão quentes!
Saudade latente
tô voando longe ... não me segurem por favor!
o tempo ficou pouco para a fria tela do computador
mas o carinho pelas pessoas desse cantinho é tanto
que me aqueceu e não resisti, voltei para dizer:
Bons ventos pro'cêis!
O artista tem seu coração pintado a mão, cheio de cores e tintas,
fragmentado em cenas, bem ensaiadas ou não
no cotidiano se faz música.
Viver é assim, a arte que está no princípio
certamente te acompanhará no fim!
Diariamente
o medo está diariamente
com a gente
ele cobre nossos corpos de roupas
em veizque
o amor ...
nos permite tirar ela toda!
O amor é um pretexto para a poesia, assim como o corpo que eu carrego, pretexto físico para o encontro da minha alma com a sua.
Quando faltam 24 horas para amar, o coração multiplica os minutos com os segundos, tornando imensurável o espaço de tempo entre um dia e outro.
Logo, viro professor de matemática, para ensinar ao sapequinha
que em assuntos de distância, a melhor operação é subtração!
