Hipopotamo com Alma de Anjo
TRANSCRIÇÃO
Toda a poesia acumulada na alma de André
há de ser expelida.
Ainda que ela seja inútil e nunca seja lida,
resta-lhe a esperança de que em uma folha de caderno
seus sentimentos se tornem eternos.
Tem urgência em escrever
- ainda que sem inspiração-
pois, tem medo da morte,
de enlouquecer ao ver o seu amor partir,
de que a saudade aperte e não suporte,
de que a tristeza leve, como em uma correnteza de lágrimas, as palavras que sussurrou aos ouvidos de Estela.
Nunca quis ser poeta.
Considera o fardo muito pesado para um funcionário público, burocrata e tão racional.
Se fosse em sua adolescência, embriagar-se com versos não lhe faria mal,
mas já tem seus trinta e poucos anos,
é considerado um cara sério...
Foi um descuido amar tanto!
E agora, justo nessa hora, pensa em escrever o que sente.
Pensa que se Estela não o compreendeu, o mundo o compreenderá.
Quer desabafar com alguém,
Quer chorar em forma de versos, como seus poetas e compositores favoritos sempre fizeram.
Alguém, alguém há de compreendê-lo!
Alguém há de lhe dar razão!
Quer morrer, mas não deseja que esse amor morra junto.
Não quer levar para o túmulo algo tão bonito.
Só lhe consola a ideia de que alguém chame de poesia o que escreve tão desorientado.
Está convicto de que todo poeta desiludido já nasce modernista.
Desconhece a métrica, a rima pouco importa...
Para ele todo desabafo é poesia.
Mas como já eram três horas da madrugada,
a poesia permaneceu na alma de André,
sem transcrição.
Adormeceu o poeta,
adormeceu a poesia.
Trocou a ideia de escrever pela ideia de sonhar.
Amanhã não se sabe se terá ânimo para recomeçar,
parece que está mais a fim de implorar que Estela volte
do que continuar com a tola ideia de torna-se poeta.
Nem todo dinheiro e poder do mundo podem comprar a paz da minha alma , quando minha cabeça repousa em meu travesseiro.
Talvez não enxerguem os nossos sentimentos porque não veem nossa alma.
A capa é mais acessível que o conteúdo do livro...
A língua escrita, digo a minha e como eu utilizo ela, vem da minha alma, ela que diz o que eu escrevo, quem sou e quem eu anseio ser.
TROVA - 94
Minha alma era vazia,
Descorando os dias meus!
Encheu-se de poesia,
Perante os enlevos teus!
alma perdida,
num sonho de paixão,
deixou a esperança em algum lugar,
dor que nunca termina
sentimento que nunca sei descrever,
num sonho de paixão.
de repente cair e cair do céu que amou.
Não guarde mágoa isso corrói sua alma por dentro, guarde distância é mais saudável e você não perde sua paz.
A Garça
Vejo uma Garça em forma de mulher, de alma despida, sem uma pena sequer.
Miragem, ilusão, a Garça virou mulher, voando livre pelo lavrado, toca suas asas no lago, parece não ter se tocado não ter penas, mas pé.
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