Ha mil Razoes para Nao Amar uma Pessoa
Nada há de mais belo e legítimo do que o homem fazer o bem e como deve ser, nem ciência tão difícil do que saber viver esta vida bem e naturalmente; e, de todas as nossas doenças, a mais terrível é desprezar o próprio ser.
Traduzo assim S. Tomás de Aquino: há três coisas necessárias à beleza: integridade, harmonia e luminosidade. Correspondem essas coisas às fases da apreensão?
Só há um templo no mundo e é o corpo humano. Nada é mais sagrado que esta forma sublime. Inclinar-se diante de um homem é fazer homenagem a esta revelação na carne. Toca-se o céu quando se toca um corpo humano.
Resisti às primeiras aparências e nunca vos apresseis em julgar; levai em conta que há coisas verossímeis que não são verdadeiras e que há coisas verdadeiras que não são verossímeis.
Que há de mais absurdo que o progresso, já que o homem, como está provado pelos fatos de todos os dias, é sempre igual e semelhante ao homem, isto é, sempre em estado selvagem.
Há horas em que o homem está cheio de angústia e revela ao amigo coisas que até aí dissimulou com muito cuidado; a alma sente-se então levada irresistivelmente a comunicar-se toda inteira, a abrir mesmo as suas profundezas íntimas ao amigo, para que cresça a sua amizade por nós.
Há um meio de se conseguir e de se ficar sendo por muito tempo mulher em evidência. Esse meio sempre surtiu efeito: é ser ajuizada com má reputação.
Há dois labirintos do espírito humano: um respeita à composição do contínuo, o outro à natureza da liberdade; e ambos têm origem no mesmo infinito.
